O debate está bom e com bons argumentos.
Jogo sem sorte nenhuma só aqueles em que o tabuleiro sempre começa da mesma forma e não tem dados ou cartas, como xadrez ou damas. Se tem dados, cartas ou sorteio tem alguma "sorte" envolvida. Até a ordem de jogadores pode ser encarada como "sorte".
Temos vários jogos com cartas, dados e sorteios aleatórios de componentes em que a sorte está mitigada, ou seja, suas regras foram feitas de forma em que você tenha decisões a serem feitas com base no que tem na mesa no momento, bem ao contrário daqueles jogos em que você tem de andar a quantidade de casas do dado e fazer a ação do local. O fato de ter várias possibilidades de ação dá a possibilidade ao jogador de tomar decisões que podem reverter uma aparente má sorte na rolagem de dados ou nas cartas da mão.
Há várias boas ideias que vi nos jogos que joguei que ajudam os jogadores a "driblar" uma rolagem ruim de dados ou uma mão de cartas ruins:
- possibilidade de usar itens para alterar o resultado dos dados (The Castles of Burgundy, Santa Maria, Merlin etc);
- cartas com múltiplas funções (Oh My Goods, Project Manhattan: Chain Reaction, Imperial Settlers etc);
- descartar cartas (ruins) como parte de uma ação (San Juan, Arquitetos do Reino Ocidental etc);
- colocação das peças recebidas ou compradas com várias possibilidades (Carcassonne, Alhambra, Isle of Skye etc);
- andar determinado número de casas sem depender de outro fator além das regras do jogo (Istanbul, Teotihuacan etc).
Enfim, os designers criaram uma série de possibilidades de mitigar a sorte. Uns têm feito bom uso e criado clássicos, outros nem tanto. O importante é que tem atendido aos gostos de diversos jogadores e a grande variedade de jogos hoje agrada bastante a fugir da mesmice.