Se você já leu trocentas análises/artigos sobre o jogo, venha conhecer nossa forma de discorrer o assunto, ou apenas pule para os EXTRAS/ALGO+
Cada jogo um reino diferente! Vamos conhecer esse aqui?
No jogo Reef, os jogadores assumem o papel do próprio recife, alternando as rodadas nas quais eles selecionam cuidadosamente as cores e os padrões para crescer e expandir - quanto mais bonito o recife, mais pontos eles marcam!
Por trás dessa descrição que acredito não fazer muita gente querer ajeitar a sela, montar no cavalo e brandir a espada, existe um jogo bem interessante, que joga bem pra jogadores casuais e pra quem quer ser mais observador e maximizador de pontuações. Temos o típico jogo que tenta (e consegue) fazer muito com pouco, apenas 2 ações possíveis para os jogadores. Os jogadores começam com 2 cartas na mão, vamos explicar brevemente qual a pegada das cartas nesse jogo:
Cada carta tem uma metade superior e outra metade inferior. Os jogadores podem pegar novas cartas todo turno (até o limite de 4 cartas), ou podem jogar e resolver uma carta. Caso esteja com o máximo de cartas, só fica disponível a ação de jogar carta, caso esteja com a mão vazia, só fica disponível (adivinha só?) a ação de comprar carta. Resolver uma carta, envolve crescer o coral pegando duas peças conforme a carta indica, as posicionando e depois pontuando quantas vezes for possível com o padrão de baixo.
É bacana crescer em segundos o que os corais levam anos pra fazer, o resultado em termos de mesa é lindo, não supera, talvez nem “empate”, mas bate tranquilamente “na trave” do “efeito Sagrada” na mesa, pelo menos aos olhos deste que vos fala, bem assim:
Se você não vê as semelhanças entre o coral da esquerda e os da direta, “volte 3 casas”, ou melhor, exercite mais sua imaginação
. Inclusive recomenda-se fortemente jogar reef ouvindo algum rock, para não saber se está rolando riff de guitarra, ou reef de guitarra... (uma vez que você leu não pode “desler” essa bobagem!)
No que o Reef “bate forte”?
Um grande mérito do jogo é que placement muitas vezes foca nas restrições desse posicionamento, aqui o jogo só está "preocupado" com o grid 4x4, e com você não poder atingir altura 5, vai até 4. E acabousse, o resto é com você, o próprio jogador é que se restringe pois todos querem jogar a carta pontuando de forma otimizada.
Para iniciantes ensina lindamente a pensar 2-3 turnos adiante, pois(fora exceções) a parte de cima das cartas onde você "cresce o coral" não contribui com a cor que irá pontuar na parte de baixo. Então você joga uma carta, já pensando em resolver outra, e no começo, não raro, jogará algumas cartas sem pontuar nada, para investir em jogadas posteriores.
Pra avançados não tem coisa mais linda do que ativar uma carta de um padrão mediano ou mais complexo umas 3 vezes arrancando 12-15 pontos dela (não tem complexidade nesse jogo, este kina se refere a alguns padrões mais exigentes), ou ainda ativar excessivas vezes um padrão mais simples que acabará resolvendo com 20-22 pontos. Provavelmente só vai acontecer 2 ou 3 vezes na partida inteira, e vindo de jogadores diferentes, mas gera um efeito "UAU" na mesa, muito bacana! E também acho interessante perceber a hora de parar de planejar/armar jogadas e começar a resolver as cartas de forma otimizada pra não ficar pra trás, ou o jogo seria apenas sobre pegar 4 cartas e jogá-las porque a mão encheu.
No que o Reef “bate de Kina”?
Creio haverem 2 pontos a serem observados, a REJOGABILIDADE pode ser considerada baixa. O “pode ser” é pelo seguinte: se você é um apaixonado por posicionamento de peças e construção a partir de um modelo vai querer jogar uma partida atrás da outra, inclusive no solo mode improvisado(veja abaixo), então particularmente eu não enjoava das peças do game Tetris por exemplo, por causa da ordem em que vinham, e os encaixes diferentes devido as escolhas. Mas se for analisar de forma fria, e como boardgamer “geral”, isso é, sem olhar pra mecânicas preferidas, talvez em 5 ou 6 partidas bata a sensação de que você viu tudo/quase tudo que o jogo pode fazer.
Outra batida de kina, dessas de deixar doendo valendo o dedinho, é que o mesmo visual que elogiei acima, pra algumas pessoas é colorido demais, e remete a uma identidade visual bem “brinquedo” mesmo. Um colega dos grupos de jogadores que faço parte comparou com aqueles palhacinhos de peças soltas, e ao invés de “defender” o jogo, ou achar que é frescura,(acho desnecessário inclusive, gosto é bastante subjetivo, e é ótimo que seja assim mesmo) eu acabei rindo
junto:

E quanto custa pra explorar esse reino?
Não tá barato, mas tá “ok” pelo que vem na caixa em relação ao valor de 220-250,00 que está sendo cobrado. Esse preço veio no rastro do Azul e do Sagrada, que são outros abstratos. Na Black Friday de 2019 chegou a ficar entre 180-200.
EXTRAS/ALGO+
O que esse Kina aqui não vê ser muito comentado é a expansão, que tá mais pra um pequeno módulo: habilita uma ação diferente de final de turno e uma forma extra de pontuar. É a Reef: Kings of the Coral. Que adiciona 8 peixes ao jogo (2 por jogador) que seriam os “reis do Coral” como o título entrega. Basicamente após fazer 1 das 2 ações de sempre, no final do seu turno você pode pegar um dos seus peixes de fora do tabuleiro e colocar em umas das 12 casas da borda do grid/tabuleiro do jogador. Nessa ação de fim de turno, caso o peixe não esteja vindo de fora do tabuleiro você pode movimentá-lo ortogonalmente (sem diagonais) e ele pode ficar em cima de corais, até os de altura 4, onde ele seria a quinta peça em cima.

Ao pontuar padrões onde se encontrem 1 ou até os 2 peixes você ganha 1 ou 2 pontos adicionais. Isso pode parecer pouco, mas durante toda a partida dá um adicional bom. Nem tudo é ganho, pois você deve tomar cuidado ao andar os peixes, pois não se coloca novos corais em cima de um peixe, então ele bloqueia esse surgimento/crescimento. Resumo da ópera é que adiciona mais essas tomadas de decisão e buscas por pontos.
Muitas vezes um nobre cavaleiro ou kina, tem que lutar sozinho
, então para quem curte jogar solitário há um modo solo extra oficial, mas que rodou bem em todos os testes que eu fiz. Então traduzimos da Boardgamegeek e demos pequenas implementadas, pode ser baixado na ludopedia, seção arquivos:
Fiquem com uma última imagem bonitona do jogo:

Então por enquanto é isso, até o próximo reino a explorar, batendo forte, e também batendo de “kina”! Inscrevam-se, acompanhem!!! 