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O Cutúlo sempre Volta — Outubro/2019

  • Me entreguei ao ameritrashismo


    Jogatinas


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    O mês iniciou com estreia: Arkham Horror: The Card Game (mais sobre a aquisição lá embaixo na sessão Coleção). Fiz a leitura do manual Aprenda a Jogar, fazendo tudo devagar no "modo tutorial". Gostei bastante da forma como o jogo se ensina. A primeira partida foi de reconhecimento, cometi alguns erros e fui pra segunda tentativa. Relato da sessão.


    https://miro.medium.com/max/1920/1*CEVyP0sRvKW2Bu19ME67zw.png




    Depois de eras ouvindo propaganda do isR34L, jogamos Pax Pamir: 2nd Edition. O unboxing textual do jogo está disponível aqui. Apesar do marketing eu estava com a expectativa baixa-média. A curiosidade maior era de conhecer outro jogo do Cole Werhle, designer do queridinho Root.

    A apresentação do Pamir é impecável, do uso de arte tradicional das cartas (que por vezes é engraçada), as moedas de metal, o tabuleiro de estopa, a escolha das cores e o acabamento das peças de madeira. Cativante!


    https://miro.medium.com/max/2304/1*yX7RpVqNvgVjjoN3LK2XrA.png




    Quanto ao gameplay… Cole, Cole. Esse designer não brinca em serviço! Tem se mostrado um mestre ao grudar mecânicas a cenários conflituosos. Senti uma pegadinha do Root no quesito ecossistema, ou seja, tudo que os jogadores estão fazendo impacta em mudança no cenário geral que pode afetar todos e gerar novas oportunidades. Senti um feeling Mombasa com o lance das facções compartilhadas pelos players, mas o nível de possibilidades de reviravoltas é HUGE MOTAFOCKA e difícil de visualizar.


    https://miro.medium.com/max/2308/1*8umgZm21NczdBobf4jzRYA.png




    A coisa ficou tão interessante que no final me vi lendo todos os flavor texts e imerso no tema. Não é um jogo fácil nem leve, tem seus detalhes e algumas exceções aqui e ali, mas num grupo com as regras já explicadas, cara, deve ser fantástico. Curti!
    Continuei a campanha The Night of the Zealot, jogando a aventura The Midnight Masks. A primeira partida fiz um erro logo do começo e decidi reiniciar. A segunda partida, depois de 1 hora e meia, achei um erro e não tinha como corrigir… abandonei.


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    Xicão me deu uma carona e fomos no Lanzen, dentre as diversas opções acabamos indo de Railways of Nippon por já saber regrinhas. Jogamos mais rápido que o normal, não sei se deu uma hora de partida. Ficou claro que em 3 jogadores, nesse mapa japonês o jogo fica um pouco solto. Fiz uma estratégia de ficar muito endividado e perdi por apenas 1 ou 2, ou seja, é um meio de jogar viável.


    https://miro.medium.com/max/2160/0*ceZH1YqB7dRbqM7V




    Cheguei em casa dessa jogatina de trenzinhos-saudável e ouvi O Chamado do Arkham Horror. Refiz o setup e joguei aquela partida abandona! Mesmo jogando nesse modo hardcore que não aceita erros, o jogo só melhora a cada sessão. Relato de sessão.


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    Dias depois foi a vez de jogar a terceira parte da campanha: The Devourer Below. O jogo me surpreende a cada partida. Pago pau! Relato de sessão.


    https://miro.medium.com/max/1936/1*0tnS0q3IqqF_5MAs_C0j6w.png




    Os horários e compromissos da galera não ajudaram nas jogatinas então foi hora de continuar as atividades com Arkham Horror: The Card Game. Dessa vez a idéia era rejogar a campanha da caixa base controlando 2 investigadores. O'Toole e Daisy foram os escolhidos. Relato de sessão aqui.


    https://miro.medium.com/max/1864/1*FTsQY6doBI5GG_A1ZBfSXQ.png




    Dias depois, com muita preguiça continuei a campanha. Relato de sessão.


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    Terminamos o mês relembrando Clans of Caledonia. Passei as regras pro Xicão e aguardamos a chegada do Lanzen. Xicão fez algo inédito nas nossas mesas, gerando o máximo de grana possível (todos os trabalhadores + upgrades = $56 por turno) e manuseou bem o mercado. Foi daquelas partidas que deixou um pinguinho de frustração. Talvez por ser meio tarde da noite ou pelas más escolhas iniciais que me perseguiram até o final. Estou teorizando que o jogo em 3 pode ficar um pouco frouxo na marcação territorial, em 2 e 4 não sinto isso. O que acham?



    Coleção

    Arkham Horror: The Card Game (Miniature Market)

    Na parte de Jogatinas comentei sobre as partidas, então aqui meramente vou comentar sobre a compra.


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    Após perguntar um pouco pro pessoal da Ludopedia sobre Deck Buildings temáticos, cheguei nesse. Comecei a cavocar no BGG e YouTube e em poucos dias fiquei obcecado.



    Por onde começo a mergulhar nesse poço sem fundo? O que compro primeiro?


    1 ou 2 Core Sets?

    Pra quem não sabe, a sacanagem desse jogo é a seguinte: Ele é de 1–4 players, mas o core set (caixa básica) só te da cartas suficiente pra 1-2 jogadores, e mesmo usando apenas 2 baralhos sugeridos no manual já sente-se falta de cartas. O deck construction fica bem travado. Para jogar com 4 players são necessários 2 Core Sets, e sobram cartas repetidas de investigador e encontros.

    Existe uma justificativa de leve para essa treta. Ao que tudo indica o produto (o que vem na caixa) é de 1–2 players, mas a engine do jogo oferece suporte virtualmente ilimitado de players (okay, ninguém vai querer jogar em 8 tipo um Eldritch Horror). Dessa forma, cada jogador do seu grupo deveria ter uma cópia do jogo, ficando livre para montar seu deck full powaaa com cartinha repetida e tals.

    Considerando tudo isso e adicionando a cotação do dólar, resolvi pegar apenas um Core Set e depois ir crescendo o pool de cartas com as expansões pra quem sabe um dia suportar uns 3 decks montados ao mesmo tempo.

    Preciso de expansões? Rejogabilidade, como fica?

    LCG = Expansões infinitas. O jogo foi pensado pra sugar seu dinheiro, então jogar apenas com a caixa básica pode dar uma enjoadinha ao repetir. Pode se preparar pra pegar as Expansões Deluxe + cada uma das 6 Mythos Pack cada.

    Você não precisa pegar tudo igual eu fiz, mas sim ir pegando cada expansão e degustando lentamente.
    Existe ainda a possibilidade low cost de imprimir aventuras da comunidade compatíveis com a caixa


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    Mas cara, com expansões e tudo, vou gastar horrores com sleeves


    Não vai não. Você talvez vá proteger os decks montados dos Investigadores, pois as cartas ficam nas mãos engorduradas, mas o deck de encontros só é embaralhado uma ou duas vezes por partida. As cartas de Agenda/Act e Localizações não são manipuladas. Como eu jogo solo atualmente, não estou protegendo nada, pois estou seguindo a máxima de que: sem proteção é sempre melhor (risos).

    - DCC RPG (LudoStore)


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    Fiquei sabendo de uma treta com a Goodman Games e os direitos do DCC RPG pro Brasil. Tudo está explicado aqui (em pt-BR inclusive). Nada contra a Editora New Order que acabou não tendo a renovação dos direitos, mas o cenário DCC RPG lá fora é algo bem agitado, com eventos e premiações pra quem participa tipo do FNM do Magic: The Gathering. A editora deixou as coisas meio paradas e o Sr Goodman não gostou!

    Me desfiz porque, além de não ser jogador assíduo de RPG, estou sem pressa e quero apoiar a nova editora que vai assumir e que tem o compromisso de popularizar o OSR nessas terras.

    - Tigris & Euphrates (Troca por JOGO MISTERIOSO)

    Novamente, um golpe duro no fígado do marciusfabiani e apreciadores de clássicos.


    https://miro.medium.com/max/2148/1*eQ9h2efoP33JJjwmbM5Rhg.png




    O que me tornei, afinal? Chega Arkham Horror: The Card Game, um exemplo de tudo que mais abominava, e vai embora um clássico de um grande designer, um jogo que eu dou nota 10 (okay, posso estar exagerando), um jogo que… eu não consigo mais jogar. Que Knizia e todo o panteão de grandes designers alemães me perdoe, mas não consigo mais ser O Jogo. Ou as regras estão espalhadas em ícones por todo lado, ou escritas em cartas, e que os combates sejam resolvidos pelos jogadores, não por mim.

    Vai embora, quem sabe um dia reencontrará seu espaço na estante (porque no coração ficará para sempre). S2!



    Premio Spiel des Djows de Maior Plot Twist na vida de um Eurogamer


    + The Indie Hack, Aventuras no Planeta Dungeon, Batalha entre dois mundos (Catarse)


    https://miro.medium.com/max/2036/1*LdLSJ84bW-HAHtdAn-96Ow.png




    The Indie Hack é um livro de regras minimalista e OSR. Apesar de pequeno, ele influenciou diversos outros sistemas que vieram depois. Quando vi o anúncio da versão nacional nem pensei duas vezes.

    O Aventuras no Planeta Dungeon é um suplemento de fantasia sci-fi no sistema Dungeon World, que eu achei genial. Acabei pegando por curtir bastante esse sistema, sua simplicidade e mecânicas. O tema, claro, meio Star Wars, meio Star Trek, com pitadas de vários outras obras de literatura fantastica, horror e suspense, foi um plus.

    Batalha entre dois mundos é uma aventura one-shot dentre desse tema. Achei Batalha enorme para ser apenas um one-shot mas depois fui ver que ela expande Planeta Dungeon com mais classes e um cenário já mais sólido.



    Wishlist


    Foi um mês parado no ramo da pesquisa de novos jogos. Acabei apenas curtindo bastante o Lorenzo Card Game pelo Rundown do Rahdo (reparem no efeito sonoro na hora do uso do mercado). Gostei principalmente por não parecer com Lorenzo Il Magnifico, que eu achei um pouco demais no setup e punição. Um engine bulding rapidinho, apertado e com poucas regras? Quero ver!

    É isso, tenho olhado poucas coisas, afinal todos os fundos foram direcionados para um jogo de cartinhas.




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    • Canal

    SETI (7?), Era do Polenta, Bucaneiros Vol. 1— Julho/2025
    Oath, Trick of the Rails e mais — Junho/2025
    Seu “influencer” que menos joga — Maio/2025
    5 horas no espaço — Agosto/2022
    Ito, um jogo s(c)em palavras
    LUDOSTORE
    R$ 319,66 (no boleto)

    Comentários:

  • Mais um excelente e divertido relato... parabéns...

    1

  • Tá aí um dos poucos autores que ainda leio aqui pela Ludopedia... sempre um deleite.
    Baita texto, parabéns!
    (E eu tbm pago pau pro AH:LCG, como já conversamos)

    2

  • Cara, que legal o texto! Parabéns!


    Toda vez que surge o Pax Pamir em algum lugar, eu fico babando. Cedo ou tarde vou acabar pegando uma cópia. Pena que a primeira tiragem dele já está no fim.


    Com o Arkham, por enquanto, terei um relacionamento platônico. Há de chegar a vez dele. Já ouvi de muita gente boa que é o melhor LCG da FF.


    E DCC é vida. Amém para a OSR!

    2

  • A ida do Tigris & Euphrates, de fato, me enche de tristeza e de horror. E já explico por quê: T&E não é um euro.
    Essa sua transição de eurogamer pra ameritrasher eu já fiz (já estou na transição de ameritrasher pra wargamer). A primeira reação é largar tudo, purgar sua coleção de qualquer resquício de eurice, abandonar de vez a Eurolândia e nunca mais olhar pra trás. 
    Mas aí você respira fundo, começa a pensar com mais calma e percebe que tem muito ameritrash disfarçado de euro por aí. Tammany Hall é um deles. Aquilo ali é uma peixada no bucho em forma de board game. Tigris & Euphrates, idem. Nunca foram euros, nunca serão. 
    O que eu quero hoje em dia é emoção. Jogos envolventes, que me façam rir, chorar, roer as unhas, enfiar o dedo no... enfim, jogos que mexam com o emocional de alguma forma. Estamos na mesma página: ameritrash é feito pra isso. Mas tem muito "euro" que também tem esse efeito em mim (Tammany Hall, T&E, Power Grid, entre outros). Por mais que eu não seja mais um eurogamer, esses continuam apertando os botões certos na minha cachola. 
    Ansiosíssimo pela nossa primeira jogatina presencial em breve!

    2

  • educez::Mais um excelente e divertido relato... parabéns...

    Obrigado pela presença Eduardozão!

    1

  • RMaia8::Tá aí um dos poucos autores que ainda leio aqui pela Ludopedia... sempre um deleite.
    Baita texto, parabéns!
    (E eu tbm pago pau pro AH:LCG, como já conversamos)

    Grande Barbinha! Obrigado pela semi-exclusividade. 

    1

  • Guilherme.felga::
    Cara, que legal o texto! Parabéns!


    Obrigado mestre dos solos (jogos, não das guitarras)
    Guilherme.felga::
    Toda vez que surge o Pax Pamir em algum lugar, eu fico babando. Cedo ou tarde vou acabar pegando uma cópia. Pena que a primeira tiragem dele já está no fim.


    Uma aula de história e geopolítica em forma de cartinhas. Recomendo!
    Guilherme.felga::
    Com o Arkham, por enquanto, terei um relacionamento platônico. Há de chegar a vez dele. Já ouvi de muita gente boa que é o melhor LCG da FF.


    E chegou a ver os comentários sobre a possibilidade de anunciarem o LCG da Marvel agora na CCXP? 
    Guilherme.felga::
    E DCC é vida. Amém para a OSR!


    Quero começar a por em prática algum RPG aqui com a turma pra depois puxar uns OSRs e sentir na pele essa emoção da escola velha hehe

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  • marciusfabiani::A ida do Tigris & Euphrates, de fato, me enche de tristeza e de horror. E já explico por quê: T&E não é um euro.
    Essa sua transição de eurogamer pra ameritrasher eu já fiz (já estou na transição de ameritrasher pra wargamer). A primeira reação é largar tudo, purgar sua coleção de qualquer resquício de eurice, abandonar de vez a Eurolândia e nunca mais olhar pra trás. 
    Mas aí você respira fundo, começa a pensar com mais calma e percebe que tem muito ameritrash disfarçado de euro por aí. Tammany Hall é um deles. Aquilo ali é uma peixada no bucho em forma de board game. Tigris & Euphrates, idem. Nunca foram euros, nunca serão. 
    O que eu quero hoje em dia é emoção. Jogos envolventes, que me façam rir, chorar, roer as unhas, enfiar o dedo no... enfim, jogos que mexam com o emocional de alguma forma. Estamos na mesma página: ameritrash é feito pra isso. Mas tem muito "euro" que também tem esse efeito em mim (Tammany Hall, T&E, Power Grid, entre outros). Por mais que eu não seja mais um eurogamer, esses continuam apertando os botões certos na minha cachola. 
    Ansiosíssimo pela nossa primeira jogatina presencial em breve!

    Pois é Marcius, acho que é a maturação do jogador, que começa a ver o brilho em outros tipos de jogos que antes abominava. Se até coop eu joguei esse mês e me diverti, e final de semana passado cheguei a segurar uma caixa de munckin em minhas mãos... quase abri ela e botei na mesa. Não duvido de mais nada!
    Já estou na organização logística para encontrar essa lenda dos BGs Brasilienses.

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  • red_djow::
    marciusfabiani::A ida do Tigris & Euphrates, de fato, me enche de tristeza e de horror. E já explico por quê: T&E não é um euro.
    Essa sua transição de eurogamer pra ameritrasher eu já fiz (já estou na transição de ameritrasher pra wargamer). A primeira reação é largar tudo, purgar sua coleção de qualquer resquício de eurice, abandonar de vez a Eurolândia e nunca mais olhar pra trás. 
    Mas aí você respira fundo, começa a pensar com mais calma e percebe que tem muito ameritrash disfarçado de euro por aí. Tammany Hall é um deles. Aquilo ali é uma peixada no bucho em forma de board game. Tigris & Euphrates, idem. Nunca foram euros, nunca serão. 
    O que eu quero hoje em dia é emoção. Jogos envolventes, que me façam rir, chorar, roer as unhas, enfiar o dedo no... enfim, jogos que mexam com o emocional de alguma forma. Estamos na mesma página: ameritrash é feito pra isso. Mas tem muito "euro" que também tem esse efeito em mim (Tammany Hall, T&E, Power Grid, entre outros). Por mais que eu não seja mais um eurogamer, esses continuam apertando os botões certos na minha cachola. 
    Ansiosíssimo pela nossa primeira jogatina presencial em breve!

    Pois é Marcius, acho que é a maturação do jogador, que começa a ver o brilho em outros tipos de jogos que antes abominava. Se até coop eu joguei esse mês e me diverti, e final de semana passado cheguei a segurar uma caixa de munckin em minhas mãos... quase abri ela e botei na mesa. Não duvido de mais nada!
    Já estou na organização logística para encontrar essa lenda dos BGs Brasilienses.

    Não fiquei sabendo dessa do Munchkin djow. Vamos se respeitar, daqui a pouco tamo jogando Terra Mystica... não pera. :angel:

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Arkham Horror: The Card Game - O Cutúlo sempre Volta — Outubro/2019

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