Ou é questão de honra?
Vou deixar meus relatos de sessão por aqui, e como de costume alguma reflexão ali misturada no texto.
Mas antes:
CUIDADO COM SPOILERS
- Investigador: Roland Banks (Cássio)
- Deck: Padrão indicado pelo Aprenda a Jogar
Na primeira sessão segui o manual Aprenda a Jogar de cabo a rabo, desde o que "é o jogo" até a página 13 (da 14 em diante ja é sobre como ir pro próximo cenário, melhorar deck etc).
Roland Banks foi minha escolha por questão identificação. Ele tem armas e vai atirar na fuça dos bichos ruins, que é o que eu faria numa situação de horror cósmico (torcendo pros bichos terem presença no plano físico, claro).
A leitura do cenário me passou um ar genérico de qualquer coisa lovecraftiana, com a tal cidadezinha portuária sofrendo com acontecimentos bizarros. Quando comecei a leitura das cartas de Agenda e finalizei no Act (a ordem correta), comecei a me sentir na pele do Investigador!
Uma coisa muito bem bolada nesse cenário inicial é que você começa numa sala fechada, sem conexão com o mundo exterior. Isso transforma esse inicio de jogo num tutorialzão. Bem bolado!
Comprei a mão inicial e não fazia idéia de como avalia-la, pois não sabia o que esperar do jogo pois não estudei as cartas e o baralho antes. Um Machete parecia bom.
Seguindo pelas ações básicas, fui realizando uma a uma, com manual ao lado: comprei carta, empunhei um Machete (jogar um asset). Curti bastante a parte de slots e e suas limitações.
Investiguei com falhas e finalmente passei o turno.
Na vez dos oponentes, nada acontece (sem bichos em jogo).
Começo o segundo turno todo empolgado, pego mais um recurso, chamo o amigo Dr. Millan e começo a ver a pontinha das potenciais interações entre as cartas, ações, assets etc. Investigo e passo.
Na fase dos bicho ruins, nada de novo.
Começo mais um turno me equipando, comprando cartas, investigando com todos os testes dando certo. Parecia tudo muito fácil, mas sei lá, era o cenário inicial e …
Eitaaaa! Esqueci de comprar as cartas de mitos!
Estava tudo explicado, nem os Cthulhu Mythos estavam no jogo. Eu estava sozinho mesmo (risos).
Da-lhe backtrack, volta turno, devolve carta, recurso etc. Aff!
E lá vem as cartas de Mythos. Ratos, ratos e mais ratos (Swarm of Rats).
Beleza, vamos ao manual ler a parte de Inimigos. Achei muito interessante o lance do Engajar e a Área pessoal de Ameaças que cada investigador tem, diria que foi até uma solução elegante (que Knizia me perdoe!).
Dei umas investigadas com sucesso e consegui avançar o Capítulo. Ai novamente tive um orgasmo temático com a forma como a história caminha com esse dois baralhos de Agenda/Act.
Mais uma fase de Mythos e um Ghoul Minion deu as caras. A batalha ai já não foi tão fácil quanto com os ratos. Por sorte eu já havia cuidado de baixa uma .45 Automática, então foi fácil lhe dar com ele.
Comecei a falhar nas investigações, mas continuei explorando com mais ratos ameaçando moer meu sobretudo. Parecia lógico entrar no porão e tentar investigar e avançar o capítulo logo, e foi o que fiz, queimando toda a mão pra passar no testes de Investigação.
Então abri a porta trancada com magia e poderoso Ghoul Priest deu as caras. Agora sim, um chefão! Com ratos e chefão na cola, o AP bateu. Comecei a ver todas as combinações possíveis que me permitissem ir ajudar a moça do outro lado da porta. Mas Moisés não consegue, tinha que lutar! Engatilhei as armas e…
Achei essa arte do Ghoul Priest demais!
Para tudo! para tudo! para tudo! (João Kleber, 2003)
Agora eu caguei o jogo! Fiz um monte de ações com inimigos engajados, e cada uma delas gera diversos Ataques de Oportunidade pra eles. Talvez eu nem devesse estar vivo!
Fiz um backtrack monstro, distribui dano aqui e ali e revisei algumas partes do manual. Refeito o jogo, não havia como salvar a moça mesmo, investi em atirar e pahh, pahh, PUM! 3 tiros certeiros e o objetivo do cenário estava completo. O Ghoul Priest virou paçoca…
Intervalo: Isso é roubar ou não?
Venci, mas venci "roubando".
Como assim?
Depois de tanto vai e volta com o jogo por conta dos erros, senti que estava me favorecendo de alguma forma. E nem era o caso de aplicar a tal Grim Rule que a linha Arkham Files sugere (em caso de dúvida, tomar a pior decisão para os investigadores). Foi mais a sensação de que por conta do que eu fiz, o jogo ficou mais fácil. Ao mesmo tempo, se eu não corrigisse de alguma forma, teria que resetar o jogo (o que talvez fosse melhor).
O que você acha sobre isso? Quando acontece uma c@gad@ dessas, é virar a mesa, jogar tudo fora e recomeçar, ou tenta remediar?
Segunda tentativa
A boa notícia amigos, é que agora sabendo bem melhor as regras, uma partida de AH:LCG dura 1 horinha ou menos, então pra tirar a culpa da minha cabeça, refiz o setup, comprei uma mão nova e fui pra segunda partida.
Já consegui ver avaliar melhor a mão inicial e botei fé nela. Comecei com a arma especial do Roland, O Trezoitão, outras coisas boas para queimar no testes de pistas.
Dessa vez fiquei forte rapidinho, recolhi as pistas queimando cartas e fui direto ao objetivo de explorar e investigar. Ratos foram esmagados, Ghoul Minions também.
Tomei um cagaço com Rotting Remains mas sai ileso.
Depois foi a vez de Dissonant Voices, encaixando legal no tema.
Por fim a mais legal, Frozen in Fear. Fiquei 3 turnos travado sem conseguir me mover direito. A narrativa ficou excelente!
As cartas Treachery agregam muito na narrativa pessoal do investigador naquele momento específico. Paguei pau!
Finalmente cheguei perto da porta com a moça Lita do outro lado. Tentei evadir o Ghoul Priest e tive duas falhas, gastando cartas pra isso. Agora sim o desafio apareceu (risos).
Nos meus cálculos, eu seria derrotado no final do próximo turno, então era tudo ou nada. Carreguei a Shotgun PAM! Acertei! Faltam 2 tiros, eu tinha exatamente 2 ações. PAM! Acertei mais um. Só havia um ação a se fazer. Tchi-tchi ressoou a Shotgun e…
Errrrroooooo! (Fausto Silva, 2012)
R.I.P Roland Banks… ou não. O personagem ficou horrorizado, mas não morto.
No próximo episódio: O que fazer com 3 XP?
PS: Nunca escrevi posts exclusivos de relato de sessão, se tiverem dicas fiquem a vontade pra deixar ai nos comentários.
