Achei que vocês estavam falando de bundas...

Meu caso foi parecido com o citado pelo professor. Entrei no hobbie há 2 anos através de um amigo que é gamer e me apresentou alguns jogos e de lá pra cá minha atenção a esse nicho foi só aumentando a ponto de eu focar minhas economias ou outros interesses nos jogos de tabuleiro. Antes disso sequer imaginava que havia um mercado promissor no Brasil e um já bem estabelecido lá fora com jogos interessantes e estimulantes de diversos tipos e gostos. Foi uma grata surpresa e desde lá vi Galápagos crescendo, crescendo e crescendo, trazendo mais jogos pra cá e fiquei contente com isso. Agora minha torcida fica pra Grow trazer mais jogos interessantes, como a boa sacada com Instabul, Puerto Rico e provavelmente com o The Castles of Burgundy.

Bom, acho que os comentários foram pertinentes. Acredito que é bom pro mercado nacional ter jogos traduzidos pra serem apresentados para os jogadores iniciantes brasileiros sem barreira linguística, não que isso fosse totalmente impeditivo (temos BGG e Ludopedia pra mostrar kilos de cartas, tiles e manuais traduzidos que podem ser facilmente impressos por qualquer um, mas nem todos conhecem essas ferramentas e as pessoa querem facilidades). Além disso, qt mais empresas trazerem jogos pra cá, melhor será. Mais jogos poderão vir, mais pessoas abrirão portas e apresentarão seus jogos para mais e mais amigos e por aí vai se popularizando e abrindo portas pro hobbie. Mas tb vejo que um gamer pode ter um jogo traduzido ou conseguir uma cópia no Brasil de algo que ele veja como jogo médio ou pesado pro seu gosto, mesmo que seja mais caro ou que as vendas sejam pequenas, sem que ele precise importar o mesmo. O mercado tem que ter olhar pros dois lados (gamers Vs iniciantes). Claro que sabemos que gamer que é gamer não sofre esperando empresa brasileira trazer jogo pesado pra cá, ele importa, faz o que for necessário, compra do colega que sabe dos "paranauê" e tal. Mas nada como encontrar um jogo diferente, bonito, bem feito e ainda totalmente nacional! Mas nada contra os títulos mais pop, leves ou baratos, que como foi dito, atraem uma infinidade de pessoas pro hobbie nas jogatinas familiares ou de amigos. E o que tem de gamer jogando um bom filler!

Quando sento à mesa pra jogar, quero uma experiência agradável com o pessoal. Acho que vários jogos proporcionam isso dependendo do grupo e do momento.

Cansei desse papo de evangelizar novos jogadores. Sério mesmo. Parece que jogar tabuleiro ta se tornando uma religião que você precisa sair por ai como se fosse uma especial de profeta, trabalhando de forma gratuita para as editoras para em troca ganhar a oportunidade de comprar um jogo traduzido. A impressão que temos é que estamos numa cruzada.

Quando eu falo de Preferencia Nacional, to me baseando na preferencia de quem joga e compra jogos pra se divertir sem esse lance jesuítico.  E essas pessoas que jogam e compram jogos de forma expressiva de alguma forma ou de outra participam das comunidades mais ativas, dos quais aqui no Brasil temos a Ludopedia como expoente. E as melhores avaliações no Ranking são de jogos no pesados.

É a partir dessa constatação que devemos entender a evolução natural da própria comunidade. Tem aquela galera que só joga Party Game? Tem sim. Não entendo como alguns encontros se resumem a jogar algo com experiência rasa mas se isso é divertido pro grupo, o jogo está cumprindo seu papel. Mas por outro lado tem aquela galera que já passou dessa fase inicial e quer experiências mais profundas ou mais interessantes. É essa galera que frequenta as comunidades e se reune para adquirir jogos mais expressivos do que experimentaram lá quando foram apresentados ao hobbie.

O que parece que nunca entra no discurso dos que pensam diferente de mim nesse quesito (com todo respeito) é que a velocidade de transição entre se iniciar no hobbie e se tornar gammer é muito rápida. Mais rápida do que a evolução do nosso mercado. É como você ver uma pessoa sair do repouso e começar a correr cada vez mais rápido. Aí você pega uma pedra e arremessa lá na posição que a pessoa estava quando começou a correr. Resultado: Você não vai acertar ela. 

E vejo uma preocupação tamanha em fomentar os iniciantes, isso e aquilo outro. Ai a editora/empresa lança um jogo pra iniciante. Mas o cara que era alvo da empresa já cansou dos jogos ratinhos. Aí o jogo fica encalhado ou vende mal. E a culpa é atribuída aos games porque não deram uma força pro jogo e tal. 

Isso aconteceu recentemente no mercado de games eletrônicos. Quando falo de videogame é natural pensar em Sony e Microsoft enquanto a Nitendo é esquecida. Mas na década de 90 a Intendo dominou o mercado de game. E hoje a participação da intendo no mercado de games é bastante modesta comparado às outras duas empresas citadas. E por que isso? Porque a Nitendo focou-se no publico casual e iniciante,  enquanto os jogadores hardcore foram adotados pela Sony e pela Microsoft.

Porque League of Legends é um fenômeno da atualidade? Não é porque o jogo é o melhor do mundo. Mas por que uma porrada de empresa acredita no potencial de compra dos jogadores hardcore que jogam LOL. Gente que paga R$ 600 em um mouse ou teclado. Gente que troca meses de lanche na escola por uma placa gráfica. 

Então pra evolução do hobbie no Brasil, olhem mais para os gamers. São esse pessoal quem compra jogos e quem faz a evangelização que as empresas tanto querem. Os iniciantes são iniciantes até a terceira ou quarta sessão de jogo. Depois disso eles começam a caminhar com as próprias pernas e as vezes criam seus próprios grupos.

Oi,

Por mais que os rankings das comunidades mostrem jogos pesados no topo, não podemos esquecer que o grupo de pessoas votando não necessariamente é uma boa amostra do perfil dos compradores. A proporção entre "gamers" e "iniciantes" aqui da Ludopedia, por exemplo, com certeza não é a mesma do mercado consumidor. Assim, quem poderia de fato indicar a "preferência nacional" seria as próprias empresas ao avaliar os dados de venda de títulos leves e pesados (também considerando fatores "paralelos", como propaganda, sazonalidade, etc.).

Ou seja, mesmo que os jogos mais bem cotados sejam ultra-heavy, se as empresas só tem boas vendas com jogos casuais, então provavelmente essa seja a preferência nacional. Mesmo que não seja, ao menos esse indicador é menos enviesado do que um ranking de comunidade. Portanto, como as empresas precisam gerar receita para sobreviver e crescer, faz sentido haver maior oferta de títulos leves.

Apesar de turdo, entendo perfeitamente que o perfil do mercado é algo em constante mutação. Além disso, eventualmente o conjunto de integrantes da Ludopedia pode sim vir a ser uma amostra representativa da população consumidora de board games. Realmente torço para que isso aconteça tão cedo quanto possível. Mas honestamente não acho que estamos nessa situação ainda.

Abraços,

Acho que vc tem q ter calma. A "evangelização" já aconteceu e estamos colhendo os frutos agora. Com o lançamento de Alchemists, Key Flower e Puerto Rico e os futuros lançamentos de Terra Mystica, Twilight Struggle, Agricola, Istambul, The Castles of Burgundy entre outros não dá pra falar que não estão olhando para esse lado mais pesado. Mas não tem como fugir dos jogos leves. Eles agradam tanto os novatos quanto os veteranos, enquanto os pesados só agradam os veteranos...
Mas você sabe de algum jogo que deixou de vender? Porque o que eu vejo é todo jogo esgotando das lojas em no máximo 3 meses...

Sou fortemente tentado a pensar mesmo que os jogos mais pesados deveriam ser priorizados quanto ao lançamento, afinal são os jogos que mais me interessam... 

Por outro lado acho complicado opinar assim no "escuro" sem nenhum dado sobre o mercado, isso me faz lembrar as inúmeras discussões que tinhamos na "Ilha" antes do "surgimento" do mercado nacional de jogos modernos, se as empresar tradicionais não investiam em jogos modernos não era por "pura preguiça, covardia ou falta de visão" é porque o retorno do investimento destes não era certo, ou mesmo provável... haja visto que embora a Grow tenha trazido agora alguns jogos, o lançamento destes é acanhado, a licença do Carcassonne já se foi, o Catan foi tido como um fracasso comercial, etc...
Das empresas novas, mesmo sabendo que nosso mercado é absolutamente de nicho, a única que tem relevancia comercial é a Galápagos, e por favor não é uma crítica as outras, mas pro mercado uma empresa que traz 2 ou 3 jogos com uma tiragem de 1000 peças não faz lá muita diferença, já a Galápagos ao tentar ter uma linha de jogos que atendam a todos os públicos e tem venda em loja física foi de fundamental importância para a criação/amadurecimento do mercado, como já disse, desconheço os dados de marketing mas tenho certeza absoluta que as escolhas dos jogos a serem lançados não são a esmo... 

Eu frequentemente olho o catálogo deles e divido em: jogos que já tenho pois importei, e jogos que não tenho interesse, mas tenho quase 10 anos de hobby e hoje sou bem seletivo quanto a aquisição de jogos, porém sei que muita, muita gente que conheceu os jogos a menos tempo tem religiosamente comprado quase tudo o que lançam e outros que mesmo não sendo gamers tem comprado um ou outro pela temática, além de alguns mais leves...

Sendo assim, acredito que, embora os aficionados sejam uma parte importante do hobby (talvez a mais importante), até por terem mesmo esse caráter evangelístico, o mercado não pode viver só deles (nós) e precisa sim de um grande volume de jogos das mais variadas mecânicas e pesos.

Abraço!

professor::
E vejo uma preocupação tamanha em fomentar os iniciantes, isso e aquilo outro. Ai a editora/empresa lança um jogo pra iniciante. Mas o cara que era alvo da empresa já cansou dos jogos ratinhos. Aí o jogo fica encalhado ou vende mal. E a culpa é atribuída aos games porque não deram uma força pro jogo e tal. 

Isso aconteceu recentemente no mercado de games eletrônicos. Quando falo de videogame é natural pensar em Sony e Microsoft enquanto a Nitendo é esquecida. Mas na década de 90 a Intendo dominou o mercado de game. E hoje a participação da intendo no mercado de games é bastante modesta comparado às outras duas empresas citadas. E por que isso? Porque a Nitendo focou-se no publico casual e iniciante,  enquanto os jogadores hardcore foram adotados pela Sony e pela Microsoft.

Porque League of Legends é um fenômeno da atualidade? Não é porque o jogo é o melhor do mundo. Mas por que uma porrada de empresa acredita no potencial de compra dos jogadores hardcore que jogam LOL. Gente que paga R$ 600 em um mouse ou teclado. Gente que troca meses de lanche na escola por uma placa gráfica. 

Então pra evolução do hobbie no Brasil, olhem mais para os gamers. São esse pessoal quem compra jogos e quem faz a evangelização que as empresas tanto querem. Os iniciantes são iniciantes até a terceira ou quarta sessão de jogo. Depois disso eles começam a caminhar com as próprias pernas e as vezes criam seus próprios grupos.

Cara, concordo em absoluto que hoje a Nintendo EM CONSOLES DE MESA está com sérios problemas, mas o Wii foi um sucesso absoluto de vendas focando justamente no público casual e não gamer, contrariando justamente esse argumento, sem contar que ainda hoje a Nintendo vende muito portáteis, video-games justamente focados em um público mais casual e principalmente crianças... E nem vou dizer que tem muita desenvolvedora de jogos que está abrindo mão do mercado de jogos pra consoles e se dedicando exclusivamente a desenvolver jogos pra celulares... 
Só pra lembrar, não dou a mínima pra Nintendo, portáteis e raramente gosto de algum boardgame relativamente leve, mas tenho ciência que não represento o todo no mercado.
Abraço!