Em um pequeno castelo existe um fantasma que se diverte fazendo as coisas desaparecerem. Um dia ele encontrou uma máquina fotográfica e logo saiu tirando fotos pelo local. O que ele não sabia é que a máquina é encantada, e muda as cores nas fotos reveladas. Então é hora de ajudar o fantasma. Olhe as fotos que ele tirou, descubra quais são os objetos que faltam, e faça eles desaparecerem!!!
Regras detalhadas aí em cima, e comentários em seguida.
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Neste jogo temos 5 objetos no centro da mesa, e um baralho de cartas.
E em cada turno, um jogador abrirá uma das cartas do baralho.
Todos, ao mesmo tempo, devem analisar a carta para descobrir que objeto ela está indicando, e então se mover rápido para pegar o objeto antes dos outros jogadores.
E entre as cartas, temos duas situações:
Se a carta apresentar um dos objetos da mesa em sua cor real, é este objeto que você quer. Simples assim.
Exemplo: Carta com uma "poltrona vermelha" e um "rato azul".
A miniatura do poltrona é vermelha, então é ele que está valendo pontos nesta rodada.
Porém, se a carta não apresentar nenhum objeto em sua cor real, você está atrás do objeto que NÃO está na figura, na cor que NÃO aparece na carta.
Exemplo: Na carta temos um "fantasma azul" com um "rato vermelho", e nenhuma das miniaturas apresenta esta combinação.
Então estamos procurando um objeto que não aparece, na cor que não aparece. Vistas as combinações,
o único item que se encaixa é a garrafa verde. Ela vale o ponto da rodada.
Depois que todos os jogadores pegarem o objeto que acreditam ser o da rodada, ou deixarem passar, vocês conferem para ver quem acertou.
O jogador que acertou fica com a carta para representar 1 ponto. E quando o baralho acabar, quem possuir mais pontos vence o jogo.
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E ok.
Aqui você encontra basicamente tudo que espera de um jogo infantil.
Uma das coisas que admiro em jogos infantis é sua simplicidade.
A questão é que, como este tipo de jogo é voltado para crianças, é justo que ela se torne a protagonista na mesa. O nível de dificuldade deve ser suficiente para que um adulto explique para ela as regras em uma partida de apresentação, mas depois ela mesma consiga explicar para mesas futuras.
Quase um treinamento de host.
Também vale comentar sobre o tempo de jogo.
Nesse caso nem marco tanto a duração total, mas sim o tempo entre ações. É nessa brecha que a criança irá ficar entediada e abandonar a partida.
Em Fantasma Blitz você basicamente não possui essa brecha, todos jogam ao mesmo tempo. E sério, você abre uma carta, 3 segundos, os objetos já sumiram do centro da mesa, mais uns 5 segundos para ver quem acertou, e uma nova carta já está aberta.
Algumas das minhas partidas chegaram a ficar frenéticas, ao ponto do último jogador que acertou não conseguir nem olhar a próxima dica para participar da rodada antes dos objetos sumirem.
Pode não parecer muito justo, mas não estamos falando em um euro né.
Sobre a mecânica relacionada às cartas.
A ideia de encontrar a figura que está faltando na cor que não aparece é fantástica. É simples ao ponto de ser entendido em uma explicação rápida, mas complexa o suficiente para dar um nó mesmo na mente dos adultos.
Você demora um pouco para se acostumar com a ideia. E o legal é que quando você se acostuma, começam a aparecer as cartas que apresentam figuras em sua cor real. Isso faz com que você não consiga entrar no automático. Quando você começar a se sentir confortável com as imagens, pode ter certeza que o próprio jogo irá te passar a perna.
Boa parte da diversão na verdade vem disso. Muitas vezes você só irá perceber a burrada que fez quando outro jogador apontar seu erro. E aguarde o rosto mais feliz do mundo quando uma criança apontar dizendo que você errou.
E é claro, esse jogo possui um lado de destreza.
Como as rodadas são extremamente rápidas, você vai ficar tenso, e seu braço não vai responder da forma que você espera.
Já tive casos na mesa em que pessoas pensaram certo e pegaram o objeto errado, ou mesmo o jogador avançar com a mão e agarrar o vácuo. Estes serão momentos comuns, mas no fundo, tudo caminha em direção a uma gargalhada natural.
Quanto a qualidade dos componentes.
Devo dizer que eu tinha medo.
A qualidade é ótima sim. São pecinhas de madeira, sólidas, muito bem pintadas, e fofas.
E isso me assustava, porque não paro de imaginar as patadas que elas levam durante a partida. Para minha surpresa, várias partidas depois e elas continuam inteiras, sem um arranhão.
Agora, pontos negativos.
Ou nem tão negativos assim.
Temos uma questão de regras aqui. O jogo é simples sim, mas quem joga com crianças sabe que elas são boas em achar as brechas e qualquer caminho que dê uma pequena vantagem para elas. Nestes casos você vai precisar criar algumas regras extras para controlá-las e manter o jogo viável.
No meu caso nasceram algumas clássicas como:
• Pegou uma peça não pode trocar;
• Todos começam com a mão na orelha;
• O jogador que acertou na última rodada abre a próxima carta;
• As peças começam a rodada no centro da mesa (Sério, isso é uma regra, mas você vai perceber rodada a rodada que o fantasma vai se afastando do centro em direção a um jogador específico. Foi necessário verbalizar como uma regra extra).
São pequenos detalhes que poderiam vir no próprio manual. Mas também não são tão pesados, já que cada mesa acaba pedindo regras diferentes.
Outro ponto, que é comum a jogos pequenos e rápidos.
Vocês jogarão vááááááárias partidas seguidas, então é de imaginar que o jogo se tornará enjoativo em algum tempo. E o conselho continua sendo o de sempre, alterne jogos, deixe ele na estante uma semana. Assim o jogo vai continuar fresco.
E por último, vale dizer que este jogo não se comporta bem com mesa cheia.
A rodada é muito rápida, e todos os jogadores precisam ter uma boa visão das cartas e das peças. O espaço que os componentes ocupam é pequeno, e com mais jogadores é comum um acabar ficando na frente do outro.
Acredito que até 5 jogadores ele é aceitável, mas brilha mesmo com 3 ou 4.
Mas no fim.
Esse é um jogo infantil que foi idealizado do jeito certo.
Ok que não é um atrativo tão grande quando você quer juntar crianças na mesa dos adultos, mas é perfeito para deixar a criança criar sua própria mesa.
Cara, eu AMO esse jogo. Trabalho numa luderia e adoro explicá-lo pro pessoal. A galera sempre delira quando pega a manha e aprende a jogar. Valeu pelo post.