Muito legal a iniciativa. Com certeza comprarei uma cópia. Agora, irei aqui fazer o advogado do diabo e perguntar: qual o problema que nossas empresas nacionais têm em relação à tradução? Vamos ser sinceros, se essa imagem da caixa é oficial, as coisas já começaram erradas. Todos sabem que a adjetivação em inglês vem antes do substantivo, o que, geralmente, não ocorre no português.
O adjetivo é, sim, possível de ser deslocado e varia de acordo com o sentido da frase. Mas, reforço, de maneira geral tende a estar após o substantivo por uma questão de bom-senso. "A better dystopia" deveria ter sido traduzido como "Uma Distopia melhor" e não "uma melhor distopia". Ninguém, a não ser que seja o Yoda, levanta "a direita mão", mas a "mão direita". Ninguém pede uma "amarela calça", mas uma "calça amarela".
Tudo bem que nesse caso a colocação não está errada. Da mesma maneira, poderíamos querer "um melhor carro", ainda que a maneira mais usual e que soa melhor aos nossos ouvidos seja querer "um carro melhor". Caso o artigo fosse definido em vez de indefinido, a história seria bem diferente: "Euphoria: a Melhor Distopia" é preferível a "Euphoria: a Distopia Melhor".
Resumindo: o que eu quero dizer é: se a tradução já começou a se perder em algo tão simples quanto a simplória frase na caixa, imagina só quando vierem as regras mais complexas do manual...
Termino com um apelo: empresas nacionais de jogos, por favor, não errem na parte mais fácil da produção de um jogo que é a tradução. Todos nós sabemos que, hj em dia, mais de 90% dos elementos (caixas, cartas, peças etc.) desses jogos são produzidos lá fora. O que faz com que os serviços cobrados pelas nossas empresas resumam-se à compra de direitos, distribuição e tradução. Então, pessoal da Grow, Galápagos, Fire On Board, vamos fazer isso bem feito?