Diego Azevedo::
De qualquer modo, acredito que o sistema de jogo influencie muito na busca por um jogo mais sério. Você até pode abordar temas sociais e tensões maduras em um DnD, mas ele foi feito pra isso? Cabe aí buscar jogos adequados pra evitar cobrar do grupo o que faltou no gamedesign. Nesse sentido, eu discordo um pouco do que foi dito aí em cima. [...]
Diego, entendo seu ponto de vista como autor, mas respeitosamente vou discordar.
Tenho uns bons anos e experiência razoável como mestre, e por experiência própria posso afirmar que não existe tema que não seja apropriado para qualquer sistema.
É verdade que o cenário e o tema podem favorecer ou incentivar um determinado tipo de campanha, mas com raras exceções
(Paranóia ou
Toon, por exemplo) um bom mestre não deve se prender a isso - pelo contrário, ele deve ver o sistema como uma caixa de ferramentas utilizada para desenvolver seu mundo, seu cenário e sua campanha.
Na década de 90 cansei de ouvir que "AD&D é só porrada" e, modéstia à parte, tenho orgulho de dizer que consegui mudar a percepção de vários jogadores com relação a isso.
Tudo depende do mestre e da disposição dos jogadores.
Usando
AD&D,
Shadowrun,
Savage Worlds e
Star Wars d6 já abordei temas como escravidão, escolhas morais, ética em tempos de guerra, corrupção (política e espiritual), problemas sociais, terrorismo, autoritarismo, loucura, racismo, etc.
Sempre, acredito eu, de maneira satisfatória e madura, sem leviandade ou banalização dos tópicos.
Por outro lado, a imensa maioria das campanhas de
Vampire (um jogo supostamente "denso e maduro") que testemunhei sempre descanbaram para o dramalhão mexicano ou "X-Men das Trevas".
Assim como já vi muita sessão de
Call of Cthulhu cair no "terrir" e sessões de
AD&D Ravenloft tensas do começo ao fim.
Enfim, respeito e entendo sua opinião, mas por experiência pessoal, vou concordar em discordar.
Grande abraço!