Por Katia Barga
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Em tempos de cada um no seu quarto, cada um olhando pra sua tela e interagindo o mínimo possível pessoalmente, mesmo com a família, parece não haver mais espaço para o contato real. Mas nem tudo está perdido! Eis que ressurge o interesse pelos jogos de tabuleiro para resgatar e facilitar a interação pessoal e lúdica, seja em família, seja com os amigos, seja pra fazer novas amizades.
Eu mesma tenho uma memória muito carinhosa de jogar com meus irmãos e por vezes com a minha mãe junto (hoje eu entendo o quanto era difícil pra ela largar as muitas obrigações para atender os nossos apelos) eram tardes divertidas, seja com jogo da vida, seja com banco imobiliário, que por sinal nunca conseguíamos acabar.
Eu espero que no futuro minhas filhas também se lembrem com saudades e alegria desses momentos de diversão e interação.
Consigo perceber a influência e benefícios dos jogos em duas fases bastante distintas da infância, já que minhas duas meninas tem idades bem diferentes, uma acabou de completar 5 anos e a outra, 11, quase chegando na adolescência.

Scotland Yard
Em primeiro lugar, já começo dizendo que ambas trocam qualquer outra atividade por jogarmos juntas e não costumamos ter problemas para escolher o jogo da vez.
Começando pela mais velha, chamar para o jogo evita que ela gaste tempo no celular (que é bastante controlado) ou na TV, ou ainda isolada no quarto. E pais de adolescentes ou pré adolescentes sabem o quanto isso acaba afastando-os dos filhos, além de muitas vezes acabarem desconhecendo o que se passa com eles, suas ideias, sentimentos e dúvidas sobre a fase em que vivem. O espaço da mesa de jogo as vezes se torna também um espaço para conversa, para manter a conexão sem a pressão de “ter que conversar”.
São muitos os jogos para essa fase que despertam além do interesse, habilidades como pensamento estratégico, matemático, e mesmo habilidades motoras envolvendo velocidade e coordenação. Aqui faz sucesso Takenoko, Patchwork, Hive, kingdomino, Scotland Yard, Exit, Avenue, Dr Eureka (esse nunca ganho dela!) dentre outros.

Hive
Consigo pensar em ainda mais benefícios para a pequena de 5 anos. Em primeiro lugar, foi uma libertação poder substituir as brincadeiras chataaaas de bonequinhas e faz de conta por jogos, foi aí que peguei gosto mesmo de brincar com ela, o que antes fazia mais por obrigação, hoje eu que aproveito qualquer janela de horário para chamá-la para jogar. E faz tempo que começamos, desde uns 3 anos ela foi apresentada ao mundo dos jogos de tabuleiro.

Pizzaria Maluca
São momentos para colocar vários aspectos de educação na prática: saber esperar a vez, deixar o outro terminar, seguir as regras do jogo, tomar cuidado com os componentes, trabalhar em conjunto quando o jogo é colaborativo e o mais desafiador, que é aprender a lidar com a frustração de perder.
Além desses, são oportunidades de trabalhar conceitos matemáticos como contar, o raciocínio para planejar a jogada, os conceitos de lógica seja para montar reinos, seja para entender como usar a regra aprendida. E muitos jogos para os pequenos trabalham bastante a coordenação motora, a atenção e a memória.
Começamos com o Jogo da Pizza, que ainda é um dos favoritos dela, e fomos apresentado outros, como Capitão Jack Pott, Animal Upon Animal, Fantasma Blitz, Hali Gali, Dobble (que sempre está na mochilinha de passeio), Patchwork, Kingdomino. Este último ela ganha constantemente de mim, e joga quase sem ajuda alguma.

Animal Upon Animal
Embora pareça muito nova para alguns desses jogos, ela consegue fazer praticamente tudo sozinha, seja comprar suas peças usando os seus botões no patchwork, contando, pagando e andando suas casinhas da costura sozinha, seja montando seu reino conforme as regras e estratégias para mais pontos no kingdomino. Ela não gosta de perder, as vezes chora, mas geralmente aceita bem, continuamos trabalhando nisso, já que ela é bem competitiva! Para que não se frustre além da conta, tento equilibrar entre ganhar e ajudá-la um pouco mais para que ela ganhe, mas geralmente ela ganha sozinha mesmo!
Ambas adoram participar de eventos de boardgames e conhecer novidades.
Tem família? Aproveite pra formar uma mesa de jogo fiel.
Não tem ainda? Se assim estiver nos planos, pense também que lá no futuro você terá uma deliciosa companhia para jogar!


