DWilliam::Joguei e mestrei RPG principalmente nos anos 90. Não posso dizer pelos outros, mas as minhas principais motivações para parar foram:
- Necessidade de partidas de longa durações em formato campanha com as mesmas pessoas para extrair o potencial do jogo (desafio da sincronia de agendas);
- Frustração em relação ao tempo investido (muitas campanhas sem fim ou com desfecho ruim por diversos motivos);
- Dependência de mestre/narrador, que ainda por cima precisa ter várias habilidades para desempenhar bem sua função;
- E mesmo com regras em excesso, muitas vezes me deparava com falhas em relação a equilíbrio (seja balanceamento entre personagens, de sorte, verossimilhança, etc, etc) ou cobertura para diversas situações (dando ainda mais peso para a subjetividade do mestre/narrador).

Mesmo com tudo isso, espero voltar a mestrar/jogar algo de curta duração (?) para breve. Considero RPG um nicho dos nossos queridos jogos de mesa, e por mais que tenha tido alguns problemas no passado, tive muitas horas de diversão também. Só não acho que irão ocupar o mesmo espaço de antes.

Eu acho essa questão de tempo de jogo meio relativa. Há diversos board games que exigem horas e horas de investimento e não garantem diversão. Já joguei partidas de Tta, twilight Imperium, Mage Knight, trickerion, arkwright, eldritch horror, forge war, dentre outros, que duraram mais de 4 ou 5 horas e não geraram uma boa experiência. Em 4 ou 5 horas é possível jogar uma aventura de RPG tranquilamente...
Sim, um mestre é necessário. Mas a diversão do mestre, mesmo diferente, existe (eu, pelo menos, me divertia muito quando mestrava). Principalmente porque ele vê o mundo e a história que ele criou tomando vida com os jogadores. Sim, cansa. Mas eu achava um cansaço "bom".
O balanceamento do D&D, ou a falta dele, nunca me incomodou. Entendo quem se importa com isso, mas eu acho até um dos aspectos positivos do sistema. Isso gera momentos engraçados e contribui pra diversão. Não sei, mas me parece que se o sistema fosse perfeitamente balanceadinho, isto tiraria um pouco da graça do jogo. 

Lembro que na segunda metade da década de 90, vi um Hero Quest na prateleira da finada LoBras (Lojas Brasileiras) e um amigo me convenceu a não comprar, dizendo que era uma versão limitada de RPG e que jogar D&D era muito mais legal.

Não que ele estivesse errado, mas faltou visão. Hoje, mais de duas décadas depois, tudo que eu queria era jogar uma versão "limitada" de um RPG.

Naquela época, já adultescentes, mesmo morando no mesmo prédio tínhamos dificuldades em juntar o mesmo grupo com regularidade. Hoje em dia é impossível pensar em qualquer jogatina que envolve campanha (meu Star Wars: Imperial Assault empoeirado que o diga).

Mas dá para jogar uma aventura de "uma noite só" que um Dungeons & Dragons: Wrath of Ashardalon Board Game proporciona.

Grima::
Eu acho essa questão de tempo de jogo meio relativa. Há diversos board games que exigem horas e horas de investimento e não garantem diversão. Já joguei partidas de Tta, twilight Imperium, Mage Knight, trickerion, arkwright, eldritch horror, forge war, dentre outros, que duraram mais de 4 ou 5 horas e não geraram uma boa experiência. Em 4 ou 5 horas é possível jogar uma aventura de RPG tranquilamente...
Sim, um mestre é necessário. Mas a diversão do mestre, mesmo diferente, existe (eu, pelo menos, me divertia muito quando mestrava). Principalmente porque ele vê o mundo e a história que ele criou tomando vida com os jogadores. Sim, cansa. Mas eu achava um cansaço "bom".
O balanceamento do D&D, ou a falta dele, nunca me incomodou. Entendo quem se importa com isso, mas eu acho até um dos aspectos positivos do sistema. Isso gera momentos engraçados e contribui pra diversão. Não sei, mas me parece que se o sistema fosse perfeitamente balanceadinho, isto tiraria um pouco da graça do jogo. 

Oi, Grima!

Sobre a questão do tempo, note que meu comentário não falava apenas de longas partidas, mas também do formato campanha (várias partidas) com as mesmas pessoas e no sentido de extrair o potencial do jogo. Sei que "One shots" são possíveis e podem trazer algum divertimento, mas não acredito que os RPGs mais adorados sejam melhor apreciados assim. Já joguei jogos de tabuleiro de longa duração que gostei e outros que não gostei. A questão é que os fatores que citei combinados criaram um desafio extra para o RPG.

Concordo em parte sobre o que você disse quanto ao Mestre e o balanceamento, mas acredito que também dependam do gosto e perfil dos envolvidos.

DWilliam::

Grima::
Eu acho essa questão de tempo de jogo meio relativa. Há diversos board games que exigem horas e horas de investimento e não garantem diversão. Já joguei partidas de Tta, twilight Imperium, Mage Knight, trickerion, arkwright, eldritch horror, forge war, dentre outros, que duraram mais de 4 ou 5 horas e não geraram uma boa experiência. Em 4 ou 5 horas é possível jogar uma aventura de RPG tranquilamente...
Sim, um mestre é necessário. Mas a diversão do mestre, mesmo diferente, existe (eu, pelo menos, me divertia muito quando mestrava). Principalmente porque ele vê o mundo e a história que ele criou tomando vida com os jogadores. Sim, cansa. Mas eu achava um cansaço "bom".
O balanceamento do D&D, ou a falta dele, nunca me incomodou. Entendo quem se importa com isso, mas eu acho até um dos aspectos positivos do sistema. Isso gera momentos engraçados e contribui pra diversão. Não sei, mas me parece que se o sistema fosse perfeitamente balanceadinho, isto tiraria um pouco da graça do jogo. 

Oi, Grima!

Sobre a questão do tempo, note que meu comentário não falava apenas de longas partidas, mas também do formato campanha (várias partidas) com as mesmas pessoas e no sentido de extrair o potencial do jogo. Sei que "One shots" são possíveis e podem trazer algum divertimento, mas não acredito que os RPGs mais adorados sejam melhor apreciados assim. Já joguei jogos de tabuleiro de longa duração que gostei e outros que não gostei. A questão é que os fatores que citei combinados criaram um desafio extra para o RPG.

Concordo em parte sobre o que você disse quanto ao Mestre e o balanceamento, mas acredito que também dependam do gosto e perfil dos envolvidos.

Ah entendi. Sim, RPG exige mais comprometimento, isso é fato. 

Muito interessante o tópico, eu parei tb e não tenho pretensão alguma de voltar. Última jogatina de RPG minha foi em 1999 ou 2000.

Adorava, sério, sinto saudades daquela época. Meus pais mudaram de cidade e como eu era adolescente tive que ir junto. Daí nessa nova cidade não consegui mais RPGistas, ou seja, acabou pra mim esse universo.

Pra mim foi uma fase bem gostosa mas hoje em dia não vejo mais possibilidades de recomeçar ou tentar introduzir no meu grupo, fica aquela sensação de "Ok, foi legal mas estou em outra agora", assim como foi com os jogos digitais também (essa foi mais por causa do casamento mesmo...rsrsrs)

Enfim, acho o Boardgame mais prático, rápido, dinâmico, mesmo com aquele jogo mais complicado, ainda assim dá pra puxar gente nova pro meio, no RPG eu lembro que tinha muita panelinha com as pessoas ao meu redor, meio que só gente seleta, a timidez às vezes impedia um pouco de gente nova começar o hobby ...bom, isso no meu caso, nunca generalizando é claro.

Darth Invader::Muito interessante o tópico, eu parei tb e não tenho pretensão alguma de voltar. Última jogatina de RPG minha foi em 1999 ou 2000.

Adorava, sério, sinto saudades daquela época. Meus pais mudaram de cidade e como eu era adolescente tive que ir junto. Daí nessa nova cidade não consegui mais RPGistas, ou seja, acabou pra mim esse universo.

Pra mim foi uma fase bem gostosa mas hoje em dia não vejo mais possibilidades de recomeçar ou tentar introduzir no meu grupo, fica aquela sensação de "Ok, foi legal mas estou em outra agora", assim como foi com os jogos digitais também (essa foi mais por causa do casamento mesmo...rsrsrs)

Enfim, acho o Boardgame mais prático, rápido, dinâmico, mesmo com aquele jogo mais complicado, ainda assim dá pra puxar gente nova pro meio, no RPG eu lembro que tinha muita panelinha com as pessoas ao meu redor, meio que só gente seleta, a timidez às vezes impedia um pouco de gente nova começar o hobby ...bom, isso no meu caso, nunca generalizando é claro.

Nunca diga nunca! Eu tinha parado com o RPG e voltei depois de anos também. Também fiquei 3 anos sem quase nem jogar PlayStation em função dos board games, mas agora voltei e tenho jogado seguido.
Tenho jogado mais video game e RPG do que board games, atualmente, e não tenho sentido falta, pelo contrário.
Então, pelo menos comigo, não houve o fim de uma fase e um começo de outra. Elas se alternam. Talvez volte a jogar board games com mais frequência novamente, veremos! Por ora, estou satisfeito!

Eu mestrei RPG praticamente sem parar de 1991 até 2015.

Parei, contra minha vontade, pelo mesmo problema mencionado pelo @DWilliam e outros colegas: a agenda.

Quando você chega a um determinado estágio na vida, é mais difícil assumir um hobby que exija tanto comprometimento e dedicação dos envolvidos quanto o RPG.

Não que outros hobbies não tenham suas demandas, mas na minha opinião o RPG só atinge seu pleno potencial na forma de campanhas, e isso exige participantes que estejam dispostos a assumir esse compromisso mensal ou semanal.

Com família, trabalho e demais compromissos pessoais, nem sempre isso é possível.
 
E jogos de tabuleiro têm duas vantagens sobre o RPG, a meu ver: são muito mais acessíveis e, ao contrário de uma campanha de RPG,  não exigem sempre os mesmos participantes - joga naquele dia quem estiver disponível.

E foram justamente essas vantagens que me levaram aos jogos de tabuleiro; na prática, troquei um hobby pelo outro (e digo "troquei" porque não creio que eu vá tirar a poeira do escudo de mestre tão cedo, infelizmente).

Realmente há uma demanda de tempo para se criar uma campanha de RPG e quero muito acreditar que este seja o principal motivo que muitos mudam de hobby.

Para mim tanto o RPG quanto os BG tem pontos fortes e pontos fracos. Cada um vai atender a demandas específicas, cada pessoa ou grupo irá escolher aquele que atende melhor suas necessidades e as necessidades do seu grupo.


Também concordo que os BG são mais fáceis de serem apresentados a novos jogadores. 


Mas não vejo o RPG como panelinha. Na verdade eu vejo a panelinha em todos os nichos, já vi lugares onde jogadores de euro se achavam uma elite dentro da jogatina.


Seja com o RPG ou com os BG só não podemos perder a capacidade de socializar e exercitar nossa imaginação. 

É fato que o gerenciamento de uma campanha demanda tempo do mestre. Mas isso pode ser diminuído com a utilização de campanhas prontas. Perde um pouco da graça e do charme, mas ajuda bastante.

Grima::É fato que o gerenciamento de uma campanha demanda tempo do mestre. Mas isso pode ser diminuído com a utilização de campanhas prontas. Perde um pouco da graça e do charme, mas ajuda bastante.

Sempre achei que usar o material pronto era algo meio "capenga" que "engesava" a partida. Mas hoje por conta do tempo tenho conseguido bons resultados. 


Inclusive recentemente peguei um Mansions of Madness e vi que até ali não está muito dificil de se preparar uma aventura ou mesmo campanha .


Estou querendo jogar The Masks of Nyarlathothep assim que terminar de ler o material de campanha.