A grande aliança finalmente derrotou o Rei Louco.
Mas ao entrar em seu castelo, a rainha Ausarta descobriu que sua sala do tesouro havia sido transformada em um mortal labirinto. Desde então é organizado o torneio de Labyrinx, onde apenas os mais bravos se aventuram para recuperar parte do grande tesouro escondido do Rei Louco.
E para variar um pouco.
Regras detalhadas no vídeo logo aí em cima, e comentários logo aí em baixo....
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Resumindo.
Você entrou aqui para juntar tesouros, nada mais importa.
E o turno é dividido em 3 fases simples.
1. O labirinto se expande.
O jogador da vez compra uma carta de caminho, sem olhar, e a posiciona adjacente a qualquer carta já em jogo.
Exemplo de labirinto.
2. O jogador realiza até 3 ações:
Das mais variadas, como se mover, comprar cartas, colocar cartas da sua mão no labirinto, olhar uma carta fechada adjacente ao seu personagem, empurrar outro jogador, ou mesmo ativar a habilidade especial de seu personagem.
3. A névoa se aproxima:
Feche todas as cartas por onde você passou, deixando abertas apenas as cartas que possuem jogadores, ou que mostrem desafios já concluídos.
Se o jogo fosse só isso seria bem simples e comum não é? Então vamos para a parte divertida.
Como é de imaginar, ao caminhar pelo labirinto você deve obedecer a ilustração dos corredores. Mas se você se mover para uma carta fechada, poderá girar a carta até que um de seus corredores encaixe na carta em que você está.
E lembra da fase de névoa? Em que todas as cartas que não tem jogadores são fechadas. Isso significa que o labirinto está sempre mudando, caminhos podem ser travados, novas saídas podem aparecer.
Sem contar que o tabuleiro desse jogo se adapta à mesa, então se você chegar em um canto do mapa, pode se mover diretamente para o outro lado da mesa.
Esta é a base de como o labirinto funciona, agora falta explicar de onde vem o Ouro...
Algumas cartas apresentam desafios à serem cumpridos, como monstros, armadilhas e baús. Ao entrar em um desses espaços, você rola o dado para descobrir o nível do desafio que irá enfrentar.
E então deve somar a perícia de seu personagem neste tipo de desafio, mais qualquer quantidade de cartas descartadas de sua mão. Se a soma for igual ou maior que o número rolado, você recebe um tesouro.
Mas se você não conseguir esta soma, recebe uma punição:
• No caso de armadilhas, você é catapultado casas igual ao nível do desafio em linha reta, e é o jogador a sua direita que escolhe a direção.
• Se for um monstro, você sai correndo em desespero por casas igual ao nível do desafio, e é o jogador a sua esquerda que escolhe o percurso.
• Já com os baús, nada acontece, você simplesmente não recebe o tesouro, e outro jogador pode entrar na sua frente e levar o que era seu.
O jogo corre assim, com os jogadores resolvendo seus turno, até um jogador juntar 5 tesouros, ou até as cartas de caminho acabarem.
Quem possuir o maior número de tesouros é o vencedor.
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E ok...
Labyrinx é um jogo que tive a chance de conhecer durante o financiamento coletivo, a partir de um Print and Play oficial que liberaram na época.
Gostei da ideia, gostei das regras, resolvi imprimir, e apresentei essa primeira versão para dois grupos.
Nos dois grupos, duas impressões iniciais se destacaram: O jogo era muito aleatório, e a mecânica do mapa era muito divertida.
A ideia que eu tinha antes de jogar, só lendo as regras e vendo vídeos, era de um jogo de peso médio, com corrida por pontos, e uma pitada de jogo da memória.
Depois da jogatina ele acabou se mostrando bem mais leve do que eu esperava, fura olho, e com a pitada de memória.
O pessoal daqui que curte dar aquela cutucada nos oponentes simplesmente adorou o desenrolar das partidas. Muitas vezes chegaram a dar mais atenção às formas de bloquear os caminhos dos adversários do que aos próprios tesouros.
Agora, o pessoal que curte cubinhos ficou com certo receio, já que existe muita sorte envolvida aqui. Você tem a sorte na compra das cartas, tanto para sua mão como para expandir o labirinto.
Mas depois que estes jogadores entenderam que o jogo é mais leve, que deve ser jogador pela risada, para passar um tempo descontraído, aí a partida caminhou bem.
E no fim, o que todos elogiaram foi a forma com que o labirinto se expandia.
Existe um equilíbrio no labirinto. Você não tem informação suficiente para se mover com segurança, mas tem informação suficiente para que ele não seja completamente aleatório.
Em outras palavras, a fase de Expansão do Labirinto será aleatória, nem o jogador da vez saberá o que tem na carta que ele posicionar, mas as peças jogadas na fase de ação sempre virá das mãos dos jogadores. Então você não sabe o que tem na peça, mas se um oponente chegou a gastar uma ação para colocar ela no mapa, você já sabe que ela não está lá por acaso.
E ok, foram algumas boas partidas com esta versão impressa do jogo.
Então agora basta dizer que essas impressões iniciais foram o suficiente para uma colega entrar no financiamento. Se ela não entrasse, provavelmente eu entraria.
Quando o jogo financiado chegou, foi a vez de experimentar o jogo em toda a sua glória. E aí ele se consolidou.
O clima da partida era o mesmo, mas não há como comparar elementos de um Print and Play com os finais né?
A única ressalva que realmente acho que não melhorou muito foi no manual.
Esse talvez seja o ponto negativo mais grave do jogo. O manual vem com um bom texto e bons exemplos, mas quando uma dúvida aparece no meio da partida existe uma certa dificuldade de localizar a informação.
Mas nada que se acerte em algumas jogatinas.
Continuando, vale lembrar da quantidade de personagens que vem no jogo.
São muitas habilidades diferentes, que realmente modificam o desenrolar da partida. Você percebe o cuidado que tiveram ao criar as histórias e características de cada um.
Por outro lado, você verá vários comentários sobre o desequilíbrio destas habilidades.
Não tem como negar que a habilidade de alguns personagens é muito mais forte do que de outros. Por exemplo, você pode ter um personagem que carrega 5 cartas ao invés de 4. Ou um personagem que como ação destrói duas peças de labirinto adjacentes a ele, ou uma peça em qualquer local do mapa.
Existe uma diferença gritante aqui, mas a verdade é que, nas jogatinas em que participei, o personagem que todos consideravam "O Mais Forte" nunca ganhou. Pode ser por um equilíbrio da mesa, já que todos prestam atenção nas ações dele, ou porque os jogadores simplesmente não souberam usar as habilidades de forma efetiva. Mas realmente não sinto muito o peso desse desequilíbrio no final das partidas.
Juntando tudo que falei até agora, deu para ver que a rejogabilidade de Labyrinx é absurda. As partidas terão a mesma sensação, do labirinto se expandindo, mas as estratégias serão sempre diferentes, com os jogadores tentando explorar ao máximo o que seus personagens têm a disposição, sem contar o próprio labirinto que sempre cresce de forma diferente.
Por fim, resumindo.
tenho um apego emocional com esse jogo. Gostei do desenvolvimento, gostei do resultado final, e gosto das jogatinas, mesmo tendo os problemas que apontei aqui.
o/
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Apêndice:
Esse é um jogo em que você esperaria miniaturas, mas decidiram fazer discos representando os personagens.
E sabe que eu realmente gostei disso, o jogo ficou com uma ambientação única.
Tenho a impressão que somos bombardeados com muitas miniaturas (lindas/ detalhadas/ gigantes) nos jogos, e que elas já começaram a passar uma sensação genérica. A não ser que sejam de personagens já reconhecidos.
E é claro, moedas de metal da versão do financiamento. Tudo fica melhor com moedas de metal.