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Redator: Cesar Cusin
Jogos que usam dados – por Cesar Cusin
E aí pessoal, estou de volta na coluna Metagame trazendo outro assunto bacana e que divide opiniões. Jogos que usam dados. Não falarei apenas de Dice Games, não é esse o objetivo, mas sim a inserção dos dados nos jogos, sua influência, o fator sorte, casos em que isso pode ser mitigado, e por aí vamos.
Pois bem, antes de mais nada, sou um apaixonado por jogos que usam dados. Me permitam até filosofar um pouco sobre minha paixão pelos dados. Adoro ver eles rolarem pela mesa, soltos, por vezes até atropelando os componentes do jogo, de quase parar em um resultado desejado e dar uma última rolagem e parar onde não desejávamos, ou não... a expectativa é ótima!
Outra sensação boa é a de rolar o dado em uma caixinha, jogar e ver o dado bater nas laterais uma ou mais vezes, às vezes em outros dados já existentes ou rolados juntos, e novamente nos surpreender com o resultado. É uma apreensão bacana que dá um sabor especial aos jogos.
Mais bacana ainda é usar uma torre de dados, de não saber o resultado durante o processo de descida da torre, do barulho enquanto descem a torre (isso é massa!), a velocidade, a expectativa de ver quando ele vai chegar ao final da torre, e por fim, como sempre, naquele pequeno espaço onde se agrupam os dados depois de tanto rolar na descida, o resultado fatídico... são suspiros de alívio de gritos de agonia... é bom demais!
Jogar dados usando copos. Copos e suas polêmicas (vide última versão brasileira de Stone Age). Uns chacoalham os dados com o copo aberto e jogam na mesa permitindo assim os dados rolarem soltos. Outros preferem tampar a boca do copo e chacoalhar como numa espécie de sorte que fará sair o resultado desejado. Uns ainda usam o copo para gerar uma expectativa a mais, após chacoalharem os dados, viram o copo de cabeça para baixo bem rápido e levantam o copo bem devagar gerando uma agonia nos jogadores. Isso é masoquismo, pois depois de toda essa expectativa o resultado está lá, fatídico, nu e crú!
Uns usam as mãos para chacoalhar os dados. E lá vem junto assopros de sorte, mandingas, rezas, e tudo mais que possa dar sorte, e lá se vão os dados “abençoados” mesa afora. Aí além de esperar o resultado dos dados, confere-se também se o resultado de suas simpatias deram certo. Uns juram que funcionam!

Após filosofar um pouco e saindo dessa seara de como rolar os dados, agora a questão de gostar ou não de jogos com dados, já me posicionei aqui. E sendo mais sincero ainda, gosto de jogos que envolvam dados de qualquer forma. Antigamente tínhamos jogos que usavam o resultado dos dados e não permitiam alteração. Era sorte pura, confesso, mas isso não tira a graça do jogo, ao menos para mim. Tem seus encantos. Atualmente temos jogos que usam o resultado dos dados, mas os mesmos podem ser mitigados com cartas estratégicas, itens coletados, alterando assim seu valor, por vezes sua cor, quantidade de vezes que podemos usá-los, etc., fazendo assim com que a estratégia mitigue o fator sorte dos dados.
Tenho jogos em minha coleção que usam dados, muitos na verdade, uns são somente baseados na sorte, outro podemos mitigar, o fato é os board games antigos os usavam a vontade, crescemos com esses jogos (ao menos eu), a paixão foi grande, a emoção também, e hoje os mantenho. Comprei outros que ainda os usam, podendo ser capazes de diminuir a sorte ou não.
Ame ou odeie os dados, eles fazem parte da história dos board games fazendo muita gente feliz e gerando emoção nas nossas jogatinas.