Fala Galera!
Como vocês estão meus queridos.
PaladinoMonge na área trazendo para vocês mais um ‘Relatos de um jogador’, onde eu discorro sobre algum assunto ou fato que ocorreu comigo nas minhas jogatinas, fatos estes que podem já ter ocorrido com você.
Hoje vou falar sobre um assunto que vira e mexe está sendo falado na nossa comunidade de boardgame: o ranking dos jogos.
Já vou avisando que a ideia aqui não é fazer uma monografia explicando o que é o ranking, como ele funciona nas plataformas de jogos (ludopedia e BGG), se ele é furado ou não. A ideia é mostrar que essa pequena palavra tem o poder de fazer com que um jogo seja bem quisto ou não, e isso sem jogá-lo.
Vamos ser sinceros, quem nunca pegou o ranking da BGG e da Ludopedia e olhou os jogos que estão em primeiro para avaliar se vale a pena ou não o adquirir? Mesmo que seja no início do seu caminho no hobby?
(O TOP 1 da BGG atualmente, Gloomhaven ganhou muitos elogios com todos os criadores de conteúdo, fazendo com que seu hype crescesse de forma a ganhar a primeira posição do ranking)
Vou falar de mim, que é onde tenho propriedade para falar. No início do hobby, eu ainda não tinha minhas preferências e também não havia jogado muitos jogos. Mas eu queria começar minha coleção. Então, eu assistia vídeos sobre os jogos, para ver se eu iria gostar dele. Mas, mesmo depois de ver se ia gostar (ou mesmo não), eu ia na BGG e na Ludopedia para ver qual a posição dele no ranking. E acreditem: já deixei de comprar jogo porque ele estava numa posição abaixo da 100.
Claro que pode parecer besteira agora, mas naquela época, na minha cabeça, se um jogo estava entre os 100, ele com certeza seria um bom jogo e meu grupo iria querer jogá-lo. Ele não ficaria na estante.
E isso me permeou por muito tempo, até que ocorreram 2 fatos que mudaram minha visão: Quando joguei um jogo que estava muito mal classificado no ranking e eu gostei e quando joguei um jogo que estava muito bem posicionado no ranking e eu detestei.
Esses dois fatos me mostraram que o ranking não é uma verdade absoluta. Não devemos permear nossas escolhas somente nela.
(Heaven & Ale concorreu ao prêmio Kinnesrpiel e não está entre os 100 colocados do ranking BGG. Eu simplesmente amo esse jogo)
Ainda acho que o ranking é bastante importante e demonstra se um jogo está sendo aceito na comunidade ou não. Isso aumenta a probabilidade de você gostar do jogo? Claro, mas probabilidade é probabilidade, e você só vai saber se vai gostar do jogo se jogá-lo.
Mas então porque o ranking tem esse poder? Porque algumas pessoas ficam tão ensandecidas porque determinado jogo não está em uma melhor colocação do que outro jogo?
Difícil responder essa pergunta. E talvez não exista resposta correta. Já vi pessoas falarem que um jogo bem avaliado significa que muita gente gostou do jogo, fazendo com que ele seja bom. E o contrário seria verdadeiro. Mas será mesmo?
Veja que dependendo da forma que o ranking é gerado, uma nota muito ruim dada por uma pessoa, pode fazer com que um jogo caia na classificação. Sem falar no chamado Hype, que faz com que jogos que tenham pouco tempo de vida já estejam em primeiro lugar do ranking BGG, como ocorreu com os jogos Pandemic Legacy e mais atualmente com o jogo Gloomhaven.
Mas e sobre os jogos clássicos, que já estão há tempo no mercado e que são tão bem falados? Porque não conseguem ter esse mesmo sucesso no ranking?
Novamente, não há uma resposta correta.
(Dragonfire, um dos meus TOP3 jogos com deck Building que no ranking da ludopedia está muito mal avaliado, pra lá da posição 2000)
A grande questão é que um jogo não é bom porque ele está numa posição alta no ranking. E o contrário também é verdadeiro.
O jogo é bom quando ele diverte. E a definição de diversão é diferente para cada pessoa. Um jogo que adoro jogar porque me divirto, pode não o ser para você. E essa é a beleza do nosso hobby. Temos a liberdade de gostar de um jogo ou não, independentemente de seu hype ou de seu ranking.
Mas voltemos ao assunto principal desse texto. Ranking é balizador de jogo bom? Afinal, se o gostar de um jogo é muito pessoal, como o ranking pode ajudar nisso?
Eis a grande questão. O Ranking não vai te ajudar a gostar de um jogo. Mas ele pode te ajudar a escolher melhor os jogos para se dispor a jogar. Afinal, tempo é dinheiro, não é?
A probabilidade de achar um jogo que te divirta utilizando o ranking é bem maior do que escolher a esmo. E isso é até lógico. Se várias pessoas, com gostos diferentes, avaliaram o jogo e o classificaram como jogo bom, a chance de se divertir horas com ele é bem maior.
Mas isso não significa que devo escolher jogos apenas pelo Ranking. Não é isso que quero dizer. O gosto pessoal por uma mecânica, tema ou até mesmo designer pode ajudar a escolher os jogos. Mas o uso do ranking também ajuda.
Talvez a melhor sugestão que qualquer jogador possa dar nesse hobby seja: Jogue o jogo. Sim. Jogue o jogo tire suas conclusões. Somente assim você saberá se gostou do jogo ou não. Independentemente de sua posição em qualquer tipo de ranking.
Voltemos lá no começo do texto. Lembra que falei 2 fatos fizeram eu mudar minha concepção (e uso) do ranking? Então, desses dois fatos, acredito que o que mais pesou foi quando joguei Power Grid, um jogo que é aclamado e adorado por muitos, mas que para mim foi um dos piores jogos que já joguei.
Não foi simplesmente o fato de não gostar do jogo. Isso é até normal. O ponto de corte se deu quando um colega começou a defender fervorosamente o jogo, de forma até mesmo inconveniente, por não aceitar que uma pessoa não tenha gostado do jogo que, na concepção dele, é a obra de arte dos boardgames. Tal situação fez com que eu até pegasse raiva do jogo.
E nessa situação que eu estava vivendo veio um fatídico dia que tive que ‘falar’ do jogo em um quadro extinto de nosso Canal BGG II, o Vamos Falar. Nesse quadro falávamos sobre um determinado jogo e pedíamos que os inscritos enviassem suas opiniões. E eis que tivemos que falar sobre Power Grid.
(Power Grid, um dos jogos que eu não curti jogar. Gosto é sempre pessoal)
Olha, não vou mentir para você, caro leitor que me acompanhou até aqui. Minha vontade foi de meter o pau. Falar mal do jogo a todo momento. Contudo, como criador de conteúdo, não podemos ser assim, não é? E lá foi o PaladinoMonge ‘estudar’ o jogo e tentar entender porque tanta gente gosta do jogo. E isso foi libertador para mim. Não porque comecei a gostar do jogo (na boa, eu não gosto do jogo. Não me divirto com ele), mas porque consegui separar meu gosto pessoal de uma avaliação imparcial. Eu consigo hoje enxergar o quanto Power Grid, em sua construção e mecânicas, entrega tudo aquilo que ele promete, com um dos melhores leilões e formas de equilibrar o jogo, não permitindo que jogadores despontem na frente. Convenhamos, o jogo é bom. Eu é que não gostei dele.
E foi aí que consegui enxergar que o ranking tem seu valor. Podemos não concordar 100% das vezes, mas se um jogo está bem ranqueado, ele tem seus méritos. Seja pela mecânica inovadora ou forma que foi implementada. Seja pelo tema que foi construído. Seja pela beleza de seus componentes. São vários os fatores, muitas vezes subjetivos, que pesam na hora de um jogador dar sua nota e sua avaliação.
(La Granja é um daqueles jogos difíceis de achar alguém que não goste e que está bem avaliado nos rankings)
E por causa disso mesmo, não vale a pena brigar por jogo. Se uma pessoa não gostou do seu jogo querido, paciência. Respeite a opinião do outro. E se seu jogo não está bem ranqueado, se você acha que ele é injustiçado, deixe isso de lado e vá curtir o jogo com uma bela partida. Afinal, o que conta mesmo é o que você acha e não o que os outros acham. Ou você nunca jogou um jogo que ganhou um prêmio e pensou: Ué, ele não é isso tudo não.
Mas e vocês, tem alguma história relacionada a esse assunto? Concorda com o que foi exposto aqui? Você é um defensor ferrenho de ranking? Deixe aí nos comentários.
Abraços e até uma próxima galera!