Eu já acho que trazer Calimala pro Brasil seria um erro comercial gigante. Vivemos em um mercado "pasteurizado" (especialmente aqui), em que os jogos com hype fazem sucesso - independente de serem bons - e os demais não. Calimala não conquistou hype nem aqui e nem fora, por ser "careta" em seus meios, como o Bruno bem disse: "italiano com cara de alemão". Esses jogos mais clássicos/caretas sem investimento em publicidade, super produção, etc, hoje em dia se afogam no meio de tanta coisa fraca mas bem maquiada (vide Wendake, outro exemplo de jogo genial que passou quase despercebido). Um exemplo no outro pólo? Gugong, joguinho suuuper produzido, hypado na potência máxima, e esquecível depois de três ou quatro partidas (jamais vou deixar ZhanGuo na prateleira pra jogar Gugong! Imagina quando Underwater Cities popularizar então...).
Dito tudo isso, adoro Calimala. Acho genial na alocação de trabalhadores "cumulativa" e na interação que gera decisões tão difíceis ("vou fazer essa ação que preciso tanto, se ela vai favorecer tanto mais meu adversário?"). Tudo isso na simplicidade que o pacote entrega... tudo lindo. Mas o jogo não é perfeito não: os gatilhos de endgame me dão a sensação de que na hora de finalizar o jogo rolou um "deixa assim mesmo, temos que colocar na mesa em Essen, então vamos como está". Me incomoda demais que exista um gatilho, por exemplo, que determina "pontuar todos os demais critérios, já que esse gatilho aqui foi disparado". Puxadinho... faltou requinte na hora de finalizar. Mas isso pra mim é um detalhe, em um pacote tão requintado, elegante e primorosamente simples.
Baita review. As usual!
Aguardo ansiosamente por Macao e Carpe Diem. 