De fato, como bem disse o PINDUCA, damas não é tão morto assim. Vejo muitos dos citados velhinhos do podcast jogando, além do dominó, damas nas praças e parques das cidades, de maneira acirrada. Ainda, a facilidade de se produzir um conjunto de peças traz conveniência para a realizarão de uma partida. Sou militar e, durante uma campanha é comum que se veja camaradas em seu momento de descanso jogando damas com pedras claras e escuras encontradas no terreno, em um tabuleiro traçado no chão. Alguns carregam consigo cabos de vassoura serrados e marcados a caneta, e outros levam também um tabuleiro de papelão dobrado com o quadriculado marcado a caneta. As partidas são intensas e chegam a ter torcida.
Obviamente, aqueles mais experientes se destacam, e para evitar empates, as pessoas acabam utilizando regras diferentes, que são sempre acertadas antes do início da partida. Sempre se combina antes: é permitido comer para trás? É obrigatória a captura de peça adversária? Se for obrigatória, os adversários devem se avisar da possibilidade de captura ou podem ficar calados esperando a falha do adversários, para que este tenha sua peça "soprada"? Se for obrigatória a captura, o jogador pode escolher por não capturar e ter sua peça "soprada" por escolha própria? A peça de damas pára logo após a peça capturada ou pode prosseguir até a margem do tabuleiros após capturar uma peça? Essas são as que me lembro agora, mas existem mais acertos pré jogo que podem acontecer.
Não conheço um manual original do jogo de damas. Cada editora coloca as regras mais comuns de sua região em seu manual, portanto não sei nem dizer se esse tipo de comportamento de selecionar regras antes da partida poderia ser chamado de regras da casa, se torna essa partida um jogo completamente diferente ou se é apenas uma versão possível e aceita do jogo de damas, algo como um regionalismo, como acontece em diversas outras áreas da cultura humana.