Eu não tenho muito a falar do jogo porque só tenho "primeiras impressões".
A questão do "push your luck" não é aleatória. Você não está rolando um dado torcendo para ter um resultado favorável. É necessário que você leia a mesa e saiba quais são as ações que seus oponentes querem fazer. Se um jogador está indo por um caminho ou quer fazer uma entrega semelhante ao outro, certamente as mesmas cartas estarão nas mãos dos dois jogadores. Já se outro jogador seguir uma estratégia completamente diferente, ele pode optar pelas ações do corajoso. Mas a ordem é muito importante. O último jogador já sabe se ele deve ser corajoso ou covarde porque não há outras cartas a serem reveladas. Sim, você força a sua sorte, mas muito menos do que num combate do Blood Rage ou num leilão fechado (Sylla, Modern Art), porque você pode avaliar a estratégia do oponente. No BGG nem tem cadastrado o Push Your Luck. Tem Movimento de Área, Gestão de Mão, Pegar e Entregar, Coleção de Componentes e Seleção Simultânea de Ação.
Outra: o lado mais simples é muito sem graça. Talvez sirva para ensinar a mecânica, mas pode jogar sem medo com o lado mais complexo. Faço a mesma crítica ao Flamme Rouge, fogar a primeira corrida é igual a jogar o lado simples do Broom Service. meh É um des-serviço (bah-dum-tsss). Se a pessoa já tem qualquer experiência com jogos de tabuleiro modernos, esqueça o lado simples! Daí o jogo fica OUTRA coisa: muito tático, com muita leitura de mesa e muito tensão para escolher ser ou não corajoso!
A Grow acertou muito com esse jogo, trazendo-o pro Brasil. Além de vencer o Kennerspiel des Jahres 2015, ele também foi um dos indicados pro Golden Geek Best Family Board Game e finalista no Lys Passioné. Tem muito jogo dentro dessa caixa. Infelizmente a arte do jogo é de espantar. Parece ilustrações feitas pelos próprios Irmãos Grimm.
Vale lembrar que a dupla de designers Andreas Pelikan e Alexander Pfister também fizeram o Isle of Skye (também vencedor do Kennerspiel 2016).