Putz, joguei Brass pela primeira vez ONTEM e vim procurar review sobre ele pra me ajudar a entender o que tinha acontecido. Que surpresa ver sua review saindo no mesmo dia!
Acho que erramos algumas regras, mas ainda assim, que jogo! Sensação de que tinha apenas arranhado as camadas de complexidade do jogo. Coisa que não sentia desde que conheci o Hansa Teutonica.
Adoro que as várias camadas do jogo estejam todas nas entrelinhas das regras, e não numa variedade imensa de cartas, tokens, bônus e efeitos. O jogo é simples, seco, mas dá pra entrever que tem muita coisa se escondendo. Ler sua descrição das várias formas de se antecipar, de se aproveitar me anima ainda mais, pois na nossa primeira partida ninguém conseguiu fazer nada disso, mas a sensação de que era possível fazer melhor ficou muito presente.
É disso que sinto falta nos jogos atuais. Na mesma sessão, jogamos Lorenzo, que é um ótimo jogo, mas que me dá uma sensação enorme de "já te vi". Tantos outros tão parecidos, embora o Lorenzo seja talvez mais competente que a grande maioria.
Além disso, o Lorenzo me dá a sensação de que a estrela do jogo é o designer. Tantas dezenas de cartas, separadas em fases, com seus efeitos específicos super balanceados, enquanto eu estou lá, apenas tentando identificar sinergias. Brass e Hansa me dão a oportunidade de ser criativo de uma forma que os Lorenzos, Pulsares e Ganges não permitem. De jogar mesmo o jogo, e permitir que a variabilidade venha da criatividade dos jogadores, e não das milhares de cartas e combos previamente planejados pelo designer.