Antes de qualquer coisa, quero apenas dizer que este não é um texto normal do canal, aquele que você vê com muitos detalhes e fotos produzidas. Nos últimos meses não tenho tido muito tempo para os reviews de sempre e já há um tempo que não consigo escrever com calma ou mesmo tirar as fotos. Mas resolvi deixar algumas impressões de jogos que joguei recentemente e mereciam uma certa atenção (alguns sequer tem reviews cadastrados por aqui em forma de texto).
Bom, vamos falar das expansões
Raiders of the North Sea: Fields of Fame e
Raiders of the North Sea: Hall of Heroes, ambas para o ótimo jogo
Raiders of the North Sea, que aqui no Brasil saiu pela
Meeple BR com o nome
Invasores do Mar do Norte. Peguei as duas expansões no
Kickstarter do ano passado, junto com todo o restante da coleção (que já falei por pelo menos duas vezes aqui no canal:
aqui e
aqui). Vale dizer que o
Shem Phillips sempre capricha o máximo possível nas suas produções e que vale muito a pena ficar de olho em tudo do cara e da
Garphill Games, a sua editora. Além de serem sempre bons jogos, com
feeling bacana e boa produção, os jogos são bonitos, muito vistosos na mesa. Não é diferente com as duas expansões que vamos ver aqui.
FIELDS OF FAME
Fields of Fame acrescenta ao jogo um tabuleiro que fica ao lado direito do tabuleiro principal e cartas novas, tanto as
Townsfolk, que são as cartas que já vem no jogo base com os membros do seu grupo de invasores, quanto um baralho novo chamado de
Jarls. Além disso, existe um novo token no jogo, um escudinho, que significa que durante uma invasão você pode, além de pilhar ou de perder homens nas batalhas, também poderá se encontrar com outros
Jarls, que são líderes de outras comunidades vikings, rivais à sua.
Outro elemento dessa expansão é um pequeno tabuleiro de jogador com as instruções sobre esses encontros, que irá te dar a possibilidade de matar o
Jarl rival, subjugá-lo, ou ainda fugir desse encontro. Matar o
Jarl fará você ganhar pontos de
Fama, marcados numa nova trilha do jogo, enquanto que subjugar o
Jarl permitirá trazê-lo para o seu grupo (os
Jarls tem força militar de 5 ou 6, o que é uma ótima força para as invasões mais difíceis). Porém, as duas ações também farão você ganhar ferimentos, que são marcadores colocados sobre seus tripulantes e que diminui a força militar deles por 1 para cada ferimento.
As novas
Townsfolks conversam bem com as possibilidades novas dessa expansão, tendo poderes como o de curar os ferimentos, ganhar pontos por ter
Jarls mortos ou subjugados e etc. Todas tem novas artes e novas habilidades, o que, de cara, já dá mais rejogabilidade e caminhos novos para trilhar no jogo.
A trilha de Fama pontua como as trilhas de Valquírias e Militar, dando pontos por quanto mais você avançar nela. Os
Jarls subjugados também dão pontos de final de jogo, de acordo com a habilidade de cada um.
HALL OF HEROES
Hall of Heroes acrescenta dois elementos novos muito bacanas ao jogo: as missões, que são uma nova forma de você usar sua força militar para pegar
tiles com bônus imediatos e que formam um set
collection, que pontua bastante ao final do jogo, e um novo recurso, o hidromel. A expansão ainda acrescenta um tabuleiro que é colocado abaixo do tabuleiro principal com 1 espaço de ação que permite ao jogador comprar uma nova carta de
Townsfolk das 3 que ficam dispostas nele, além de ganhar, com isso, hidromel e moedas.
O hidromel dá forças temporariamente aos seus tripulantes, adicionando 1 de força para cada marcador do recurso. Esse marcador é descartado no momento em que você precisar usar, mas pode ser combinado com quantos marcadores você quiser, permitindo a criação de um combo bem poderoso para as invasões mais difíceis, nas fortalezas (a parte mais ao alto do tabuleiro principal do jogo).

Já as missões são tiles que são colocados após cada invasão. Eles ocupam o local onde estavam os recursos pilhados e se tornam uma ação extra, realizada também no tabuleiro novo de jogo. Para cumprir essas missões, basta ter a força militar indicada em cada uma e a peça vem para o jogador que a realizar, dando alguns poucos recursos como bônus imediato (muitas vezes um recurso apenas). O bacana delas, realmente, é o fato de que você começa a criar um poderoso set collection, sendo que a cada 3 missões iguais (existem 3 tipos), você ganha ainda um marcador de reputação, que serve como um coringa para acumular ainda mais pontos. Essa ação se torna tão boa quanto aumentar seus pontos através das trilhas do jogo base ou da trilha de Fama, dando mais ou menos a mesma quantidade de pontos ao final do jogo (em torno de 10 a 15 pontos).
Ah, claro que a expansão traz cartas novas: os heróis. Essas cartas são como as demais
Townsfolk, com a diferença que são cartas fortes em poder militar e com habilidades bem específicas pra realizar as invasões. No geral, os heróis são cartas bastante interessantes para formar uma tripulação forte bem rápido. Além disso, existem novas
Townsfolks também nessa expansão.
TUDO JUNTO E MISTURADO
Colocar as duas expansões na mesa pela primeira vez ao mesmo tempo foi um baita desafio, já que tinha muito material pra ler e muitas novas coisas pra assimilar, mas a mecânica do jogo base não mudou, o que facilita compreender as coisas logo nas primeiras rodadas. Com pouco tempo, estávamos realizando tanto as ações comuns quanto as novas e nos beneficiando de ter mais espaços de ação.
Jogar com tudo torna o jogo um pouco mais longo, diria que mais uns 15 min por jogador. Ah, cada expansão também adiciona componentes para um jogador extra, fazendo que o total seja de até 6 jogadores na mesa, quando jogando com tudo, o que é bem legal. Para um jogo que se torna mais interessante e com mais possibilidade, e não é tão longo, diria que há muitas possibilidade interessante com um número maior de pessoas na mesa.
Se for pra escolher apenas uma das duas pra começar, eu diria que
Hall of Heroes é mais interessante pra quem procura um elemento de pontuação mais focado na interação (indireta) e
Fields of Fame é pra quem não se importa em jogar um jogo com um fator punitivo alto (os ferimentos realmente começam a incomodar depois de encontrar 2
Jarls pelo caminho). Eu gostei muito de jogar com as duas de uma só vez, mas me pareceu que a
Hall of Heroes tem mais elementos interessantes para acrescentar ao jogo, num primeiro momento.
A primeira impressão é de que
Raiders of the North Sea ganha um peso e deixa de ser um simples
gateway e passa a ser um euro de complexidade média, com muito mais opções e bem mais interessante. Não que o jogo base seja fraco, pelo contrário. Considero um bom jogo, gostoso e bem fácil de ver mesa. Mas ele fica ainda melhor, mais encorpado, com bem mais coisas para observar e, claro, uma rejogabilidade bem maior - principalmente pela quantidade de cartas novas inseridas no jogo. Se você gostou do jogo, vale muito a pena conhecer
Hall of Heroes e
Fields of Fame.