Já que hoje é o dia dos desabafos:
Os Correios simplesmente pararam no tempo. Não tem pessoal, infra-estrutura ou equipamento para lidar com as demandas atuais.
Além disso, possuem uma gestão ridícula e, como toda estatal, servem somente para cabide de empregos, negociatas políticas e desvios de verbas públicas.
Aí vão dizer "mas é nosso patrimônio". Ah, é?
No ano passado amargaram um prejuízo de 2 bilhões de reais (mesmo tendo monopólio do mercado), além de R$ 60 milhões pagos em indenizações, e cerca de 5.000 ações judiciais em curso no país. No Reclame Aqui são quase 50.000 reclamações, nenhuma delas atendida ou respondida.
Mais correto dizer "é nosso prejuízo", já que é o dinheiro dos nossos impostos que some ali...
Claro que não adianta privatizar, se o processo não for feito corretamente... Não adianta fazer como foi feito com telefonia, aviação civil ou telecomunicações, em que a "privatização", na verdade, trocou o monopólio estatal por um oligopólio / cartel privado.
É preciso privatizar, desregulamentar e abrir o mercado, sem travas ou regulamentações ou ingerência estatal. Sem agências reguladoras estatais ditando as regras do mercado, e de modo que qualquer um que queira abrir uma empresa postal, uma companhia aérea, uma estação de TV ou uma empresa de telecomunicações possa fazê-lo sem "pedir a bênça" para o Estado e suas "agências".
Afinal, se em tese agências reguladoras existem para proteger o consumidor, na prática, elas protegem as empresas dos consumidores, pois ao mesmo tempo que estipulam preços e especificam os serviços que as empresas reguladas devem ofertar, elas protegem as empresas reguladas ao restringir a entrada de novas empresas neste mercado.
Não passam de um instrumento burocrático que carteliza as empresas que operam nos setores regulados e determinam quem pode (ou não pode) entrar no mercado, impedindo que haja livre-concorrência.
Todas, sem exceção, são assim: ANAC, ANATEL, ANEEL, ANCINE, ANTAQ... é uma sopa de letrinhas indigesta que não acaba mais e só f*** com o brasileiro.
"Ah, mas não vão entregar cartas lá em Ribeirão das Couves."
Nos EUA, há 12 ou 15 empresas privadas de serviços postais competindo com a USPS. Todo mundo, do Alasca a Porto Rico, passando pelo Arkansas, Wyoming e New Hampshire, recebe suas encomendas e correspondências. Aqui, quem tenta encontrar alternativas ao monopólio federal, toma processo da ECT. Mesmo que seja uma paróquia do interior do Paraná entregando informativos e cartões de agradecimento a seus paroquianos.
A Romênia, onde o mercado de internet é o menos regulado do mundo, possui nove cidades entre as 15 com internet mais rápida do mundo. Um romeno paga, em média, R$ 2,55 por sua internet. Simplesmente porquê não há "regulamentação" ou ingerência estatal no mercado. E, justamente por isso, qualquer um pode abrir um provedor em qualquer canto do país, inclusive nos rincões mais afastados.
Um mercado postal desregulado permitiria a qualquer um de nós aqui abrir um serviço postal que atendesse qualquer região do Brasil. Então, esse argumento de que lugares do Brasil ficariam sem serviço postal, não cola. Pelo contrário, sem empecilhos estatais o Sr. José poderá abrir sua empresa de entrega de cartas e encomendas em Ribeirão das Couves para atender toda a região.
Fora que a livre-concorrência jogaria os preços dos serviços, inclusive dos couriers, lá embaixo.
Como diz o provérbio, "querer é poder".