Fala galera, eu sou o Look e vim trazer as primeiras impressões sobre o jogo Chaterstone.
(Observação: Até o momento que esse texto foi escrito, foram jogadas 3 partidas).

Mas antes de começar tenho que falar que o jogo é um legacy. Então, para quem não está acostumado com esse termo, darei uma explicação rápida sobre esse termo legacy.

Legacy – em tradução livre para o português quer dizer legado.
A ideia é que as atitudes dos jogadores tomadas durante a partida, sejam bem ou mal sucedidas, vão personalizando o jogo. Normalmente, um legacy conta uma história que vai sempre revelando algo novo a cada partida e as atitudes dos jogadores vão ajudando a modelar essa história que decorre durante toda a campanha. Por isso quando alguém chega para ver o que está rolando em uma mesa de jogo legacy, alguém já vem advertindo dizendo que a pessoa pode tomar spoiler, como se você estivesse assistindo uma série e alguém te conta algo surpreendente que ainda vai acontecer.
Os pontos fortes de um jogo legacy:
- A história contada: consegue deixar os jogadores curiosos para saber qual final suas atitudes vão trazer.
- O acréscimo de mecânica: Assim como a história vai mudando, no jogo legacy mecânicas e regras também vão mudando, fazendo com que as partidas possam ser jogadas diferentes. Algumas vezes o melhor caminho para se pontuar em uma partida pode se tornar fraco ou até mesmo obsoleto em outra partida, conforme for mudando o sistema de uma partida para a outra.
Ponto fraco do legacy:
- Desvantagem do legacy: Geralmente, o legacy depois que se termina a campanha não tem graça jogá-la novamente, pois já se sabe o rumo que a história toma, e o jogador poderá mudar sua jogadas já esperando o que tem por vir. Mas, no geral, após o término da campanha se tem um jogo comum. No caso do chaterstone, após a campanha legacy, ele vira um jogo normal de alocação de trabalhadores, com o diferencial de um tabuleiro personalizado pelo grupo que fez a campanha. Porém, ao meu ver, esses novos jogos que os legacys se transformam correm o risco de não serem tão atrativos e o jogo pode acabar parado na estante.
Ok, já deu pare ter uma ideia sobre o que é o legacy. Vamos para o Charterstone.

Por ser legacy, vou falar minhas impressões sem dar spoiler, ou tentando dar o mínimo possível, para que não estrague a sensação para aqueles que forem jogar.
Chaterstone é um jogo legacy para 1 a 6 jogadores. Quando jogado sem a mesa cheia, entra um automa. O automa é um mecanismo desenvolvido pelo jogo para ocupar as lacunas abertas por falta de jogadores, seria como se o tabuleiro fizesse as vezes dos jogadores restantes para completar a mesa, porém os jogadores não vão competir com o mecanismo de autônomos.
A mesa que estou jogando está com os 6 jogadores e meu palpite é que, se possível, jogue com 6 jogadores. Normalmente esse sistemas desenvolvidos pelos jogos para representar um jogador não são muito legais, então por isso prefira ir com os 6 jogadores. Mas como falei, minha mesa está cheia e então não pude analisar o sistema de automa do jogo, então a galera que jogou com automa se puder deixe nos comentários a sua experiência com o sistema de automa do jogo.

Conforme a própria caixa do Charterstone, a partida tem duração média de 60 minutos. E é por aí mesmo. As partidas são razoavelmente rápidas, onde os jogadores no geral têm um turno bem rápido de resolver, com exceções de algumas ações que trazem algo novo ao jogo, em que é preciso ver regras e/ou adicionar novos componentes, que podem demorar um pouco mais. Além disso, o jogador já consegue planejar sua ação antes de chegar sua vez, o que agiliza a partida.
Já na partida introdutória (1° partida), dá para entender a mecânica principal do jogo (alocação de trabalhadores) e ir pegando algumas sacadas, por exemplo, que é importante ver onde os adversários podem ir, para assim aperfeiçoar suas ações. Fora isso já dá para ir vendo os bons caminhos possíveis para pontuar. (Não dá para explicar melhor que isso para não revelar coisas do jogo).
Uma coisa que achei bacana é que o jogo vai colocando muitos mimos, em que o jogador pode ir criando/personalizando, deixando o jogo único conforme a mesa. Aparentemente são apenas mimos e não deve alterar nada no jogo, mas dou valor nessas coisas, pois sou muito ligado a imersão, detalhes e aparência dos jogos.
Falando em aparência. Achei a arte do jogo muito, muito bonita e suave. O jogo, até onde cheguei, tem componentes bons, alguns simples, mas no geral achei todos bem bolados e simpáticos.

Já sobre a história que está ocorrendo no jogo achei de bacaninha para fraca, até agora não teve nenhum "Nossa" ou "Eita, o que será que vai acontecer" (lembrando que só joguei três partidas), mas o jogo tenta segurar o esquema legacy no sistema de opções durante as partidas, que vai mudando e nisso até agora tem sido bem divertido (sistema de opções: Caminhos a ser tomado pelo pelos jogadores para conseguir pontuar).
Pelo menos nessas partidas iniciais o jogo vem crescendo em um ritmo bem legal. No final de cada partida o jogo muda, aparecem novas oportunidades de estratégias a se seguir na próxima partida. Acho isso muito bacana, pois assim dificilmente um jogador vai achar uma única estratégia vencedora, pois a estratégia que ele usou no jogo passado pode facilmente se tornar mais fraca do que as novas opções surgidas no tabuleiro. Com isso, eu sempre saio da partida já pensando na próxima, com um gostinho de quero mais.

-Patinada do Charterstone:
No geral isso pode acontecer com qualquer legacy, pois a ordem em que as coisas são reveladas ou explicadas pode fazer toda diferença.
O Charterstone, a meu ver, tem um defeito que tem estragado bastante a experiência do meu grupo que é a falta de clareza no manual e nas regras apresentadas. Achei que isso poderia ser um problema apenas para a mesa na qual estou (e olha que na minha mesa são 6 board-gamers experientes e sei que no mínimo 4 já jogaram outros legacys), mas ok, fui atrás de outra parte do grupo da BGGII que também está jogando com mesa cheia e lá também teve a mesma queixa sobre a forma com que o manual apresenta as regras. Então fui até a internet e não foi difícil encontrar fóruns de pessoas com dúvidas nas regras do Charterstone. Fico imaginando uma pessoa que não é acostumada com os boardgames comprando esse jogo para conhecer. A chance de fazer uma lambança nas partidas é bem grande.
O próprio manual inicial, sem ter ocorrido nenhuma alteração, tem várias coisas escritas e soltas, que você já deve ler antes de começar a jogar, porém logo no início ele dá a ideia de que você deve ir seguindo o manual conforme as coisas vão aparecendo, então pode acabar que os jogadores iniciem uma partida sem toda informação prévia necessária.
Galera, no geral o jogo é bom, só deveria melhorar no fator inicial e no passo a passo de preparação das partidas e as regras deveriam ter maior clareza nas explicações.

Resumo: Acho que o jogo está muito caro considerando o tanto de problemas que ele pode gerar, devido a manual e regra, porém, se você tiver paciência com esse quesito, é um jogo divertido, onde cada partida me deixa com um gostinho de quero mais.
No geral eu digo sim! Vale a pena jogar o charterstone.
Deixo a ele uma nota 8
Vlw Galera Abraços do LOok
E qual é a sua opinião sobre o Charterstone!?!?

-Fotos tiradas do Google.