ricardosantos76::HU3Brutus::ricardosantos76::
Mas o jogo não tem passagem de tempo medida por rodadas, em que cada rodada equivale a X anos, né? Em outras palavras, nada que diz que o jogo começa em 1820 e termina em 1920. Aí acho querer auferir um realismo desnecessário a um jogo que é praticamente um abstrato...
Concordo plenamente, o jogo tanto não tem uma passagem no tempo tão realista, quanto não tenta deixar essas questões claras. Precisaríamos trazer fatos de fora para sustentar qualquer suposição dentro da esfera do jogo. E isso por si só já foge do conceito de crítica.
Deixa eu refazer, então, a minha pergunta (não me expressei com clareza da primeira vez): não há nada no jogo que indique que ele está ambientado pré-1873, né? Ao contrário, pela existência de uma universidade, fica claro que o jogo acontece de 1903 em diante.
Aí vou ter que discordar de você. Nesse período que você está citando a moeda já era o dólar americano.
Acredito que o jogo não tem a intenção de ser historicamente preciso, pois o manual não cita uma época. Mas vários elementos remetem a época colonial espanhola, apesar de ter um nome bonito na prática Porto Rico continua sendo uma colônia americana. Tirando a universidade como você bem citou.
Sobre a questão dos escravos, eu estou mais com a opinião do Eduardo Felipe do Jogada Histórica. No jogo todos são colonos, sendo que uns colonos vieram por vontade própria e outros vieram a força. Mecanicamente no jogo isso não faz diferença.
Não vejo problema em um jogo retratar a época da escravidão. Alguns jogos fazem isso de maneira muito respeitosa. No Puerto Rico, talvez o designer tenha ficado nessa sinuca de bico: alguns locais como as plantações os escravos eram usados como força de trabalho, mas em um escritório, prefeitura ou forte?
A grande questão sempre foi quem está sendo explorado. Se alguém decide fazer um jogo em que administramos um campo de prisioneiros judeus, não será visto com bons olhos. Mas sempre alguém quer retratar escravidão tenta disfarçar, isso é muito perigoso pois criam conceitos que são repetidos hoje em dia que o racismo não existe ou que os negros que não se impõe contra o racismo. Acredito que aceitarmos os nossos preconceito e refletir sobre eles é uma maneira positiva de evoluirmos.