Olá pessoal,
Hoje vamos viajar pela Escandinávia sobre trilhos cobertos de neve.
1. Por que eu tenho o jogo?
Sou muito fã da série
Ticket to Ride e pretendo ter todas as principais versões e expansões do jogo. O
Ticket to Ride: Nordic Countries, foi um dos primeiros que comprei, pois tem o mapa projetado especificamente para 2 a 3 jogadores.
2. Como funciona?
Apesar da mecânica do jogo ser similar ao Ticket to Ride, as mudanças sutis nessa versão fazem até os mais experientes terem que aprender as novas estratégias para vencer o jogo. Focarei nas diferenças com relação ao jogo original, pois sua mecânica é amplamente difundida e tem inúmeros reviews e análises disponíveis.
Mapa
A primeira diferença é, obviamente, o mapa. Nele, estão presentes as cidades de alguns dos países da Escandinávia: Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia. Há ainda, algumas cidades de países vizinhos, como Tallinn, capital da Estônia e Murmansk, cidade russa.
Lado a lado os mapas do jogo e da Escandinávia.
Sobre a parte realmente importante para o jogo, há muitas rotas de um e dois vagões. Em contrapartida, há uma rota de nove vagões (Murmansk-Lieksa), que garante 27 pontos de vitória a quem conseguir completá-la.
Mesmo contendo algumas rotas duplas (que não podem ser utilizadas em uma partida de dois jogadores), as chances de ser bloqueado e ficar totalmente impossibilitado de cumprir um objetivo de um dos bilhetes são bem maiores que na versão padrão.
Além do mapa, há algumas alterações nas ações do jogo. Umas menores e outras que realmente mudam o jeito de pensar.
Comprar bilhetes de destino
Na preparação do jogo, cada jogador compra 5 cartas e deve ficar com no mínimo 3, em vez de comprar 3 e ter que ficar com no mínimo 2.
Além disso, tanto na preparação do jogo, quanto com a ação de comprar bilhetes durante o jogo, as cartas que cada jogador não quiser são removidas do jogo, em vez de irem pro fundo da pilha de compras de bilhetes. Não vejo como uma grande mudança remover as cartas do jogo. Acredito que não há como bolar uma grande estratégia só por saber que aquelas cartas saíram do jogo.
Comprar cartas de vagão
Você sempre compra duas cartas, mesmo que uma delas ou ambas sejam locomotivas. No entanto, como vocês verão na ação de controlar rotas, há restrições para o uso de locomotivas.
Controlar uma rota
Além das rotas cinzas presentes no jogo padrão, existem outros dois tipos de rota que foram previamente introduzidos no
Ticket to Ride: Europa: túneis e balsas.
Nos túneis, ao tentar completar uma rota, são viradas as três primeiras cartas da pilha de compras de cartas de vagão. Para cada carta da mesma cor utilizada para completar a rota e/ou para cada locomotiva reveladas, você deve pagar uma carta adicional para completar a rota, utilizando cartas da mesma cor ou locomotivas.
Já as balsas precisam obrigatoriamente de uma ou duas cartas de locomotiva para serem completadas, de acordo com os símbolos de locomotiva impressos na rota.
Para ir de Stavanger a Bergen, você vai precisar pegar uma balsa. E para ir de Bergen a Oslo, você vai passar por um túnel.
Aqui vem a primeira de duas grandes mudanças. As cartas de locomotiva somente podem ser utilizadas para completar rotas de túneis e balsas. Adicionalmente, você pode descartar quaisquer 3 cartas para usar como uma locomotiva.
Essa mudança deixa as rotas normais mais difíceis de se completar. Pode ser bem frustrante precisar de cartas de uma cor que simplesmente não vêm.
Há ainda uma regra especial para a rota Murmansk-Lieksa (a de 9 vagões): você pode descartar quaisquer 4 cartas para contarem como uma carta da cor utilizada para controlar essa rota. É uma rota que pode ser usada como estratégia mesmo que não se tenha nenhum bilhete que é ligado a ela, pois o bilhete de destino mais valioso vale 24 pontos, enquanto essa rota vale 27. Pode ser comum então o jogo começar com uma corrida pra ver quem completa a grande rota primeiro.
Pontuação final
A segunda grande mudança está na carta de bônus da pontuação final. Ganha 10 pontos de vitória quem conseguir completar mais bilhetes de destino durante o jogo. Em caso de empate, cada um dos jogadores empatados ganha 10 pontos.
Considero uma grande mudança, pois no Ticket to Ride, ganha quem fizer a rota mais longa, e quem jogou muito a versão padrão já tem o pensamento direcionado a tentar completar todos os bilhetes com uma única grande rota e tem que quebrar esse paradigma ao jogar o Nordic Countries.
3. Considerações finais
Ticket to Ride: Nordic Countries é uma versão mais apertada e com grandes possibilidades de bloqueio, desenhada especialmente para um número menor de jogadores.
Há ainda duas grandes mudanças conforme descrevi acima, referentes às cartas de locomotiva e ao bônus de pontuação, que tiram até mesmo os jogadores mais experientes de Ticket to Ride do “piloto automático”.
Resumindo, é uma versão bem interessante para jogar com 2 ou 3 pessoas, no geral, melhor que o jogo original com essa quantidade de jogadores. Ele é mais do mesmo, mas quando o “mesmo” é excelente, o mais do mesmo também é.
Trem da rota Bergen - Oslo.