Olá amigos, tudo bem com vocês? PaladinoMonge na área para trazer para vocês mais casos que aconteceram comigo no nosso hobby no quadro Relatos de um Jogador.

Na verdade, hoje gostaria de conversar com vocês sobre um assunto que permeia bastante minha mente. Diversão e Vitória sempre andam juntos?
Parece uma pergunta meio boba né? Quem não gosta de ganhar?

Mas até que ponto nossa vontade de ganhar, de sair vitorioso de uma peleja, nos faz julgar um jogo? Ou pior, qual a nossa atitude quando não ganhamos?

Falando por mim: eu gosto de ganhar. Me sinto realizado quando sigo uma estratégia e ela se mostra vencedora. Que ela foi superior as outras estratégias desenvolvidas pelos outros jogadores. Como não se sentir bem com isso? Como não comemorar? Caramba, eu ganhei. Acho que todos teriam esse mesmo pensamento, não é?

Mas será que eu realmente me diverti? Só porque eu ganhei?


(Vencer é bom demais! Isso não posso discordar!)

Eu vou me antecipar e já responder a essa pergunta: Não. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

E porque acho isso, você pode estar se perguntando...

PaladinoMonge, na verdade eu estou me perguntando o que seria diversão. Afinal, o que é diversão para você pode não ser para mim.

Hum... É. Você tem um ponto bem interessante aqui. O que seria Diversão? Mas é bem isso que quero responder com esse pequeno texto e, quem sabe, mostrar uma outra forma de se divertir nesse mundo maravilhoso dos boardgames.

Como eu estava dizendo anteriormente, eu acho que se divertir jogando boardgame não necessariamente passa pela vitória na partida. Claro que ganhar ajuda, mas as vezes nem isso traz aquele sentimento de alegria e contentamento. Taí, uma das características que acho que se divertir traz: Alegria e contentamento com o tempo disposto para aquele jogo.

Deixa eu passar para vocês duas situações que ocorreram comigo com 2 jogos distintos e os sentimentos que tive ao terminar suas partidas. Acredito que com isso conseguirei passar meu ponto de vista.

Vamos começar falando sobre as partidas que tive com o jogo Imhotep.

Ele é um jogo com mecânicas bem interessantes, bastante estratégico, e que faz queimar a mufa para tentar conseguir a maior pontuação possível. Rápido e bem dinâmico. Contudo, a química não bateu quando joguei esse jogo. Na primeira partida, achei que tinha muita coisa boa a se fazer e fiquei bastante perdido. Sabe aquela frase: se tudo é prioridade nada é prioridade? Pois é. Em Imhotep você pode focar em várias coisas ao mesmo tempo e, portanto, acaba focando em nada.

Pensei que esse seria meu pensamento após uma primeira partida e que na segunda e terceira eu entenderia melhor o jogo. Realmente isso aconteceu. Tanto que ganhei a peleja (junto com outro colega, empatados em primeiro lugar). Mas acontece que não tive um sentimento bom enquanto estava jogando. Me sentia preso. Via o tempo passar. Queria que acabasse logo. Eu não estava me divertindo. Apesar de ter ganho, não curti aquele momento mágico que um boardgame traz para nós jogadores.


(Apesar de ter ganho a partida, imhotep não me agradou. Não via a hora da partida acabar.)

Agora vamos falar sobre outra situação contrária. Vou falar para vocês sobre minhas partidas do jogo Broom Service.

Quando me apresentaram Broom Service e sua mecânica de pick and delivery, em um primeiro momento, achei meio bobo. Achei que não iria gostar daquele jogo. Mas foi começar a partida e me vi fascinado em tentar adivinhar o que os outros jogadores tinham nas mãos e o que eu poderia fazer para maximizar minhas ações e, assim, conseguir a vitória. Na primeira partida não deu. Fiquei em penúltimo. Na segunda, olha só, conseguir ficar em segundo. Na terceira e quarta, novamente penúltimo. E na quinta, jogando de madrugada, com jogadores iniciantes... fiquei em terceiro. E na última partida, um segundo lugar, com 35 pontos de diferença.

É. Nunca ganhei em Broom Service. Já utilizei de tudo que é estratégia, mas não consigo ganhar no jogo. Mas isso não importa, pois a cada partida, eu me perco no tempo, me alegro em jogar, em tentar adivinhar as cartas dos outros jogadores, e o tempo voa e quando vejo, já acabou a partida e estou disposto a jogar outra, pois eu me diverti.



(O jogo do capeta. Nunca ganhei na vida. Mas como me divirto quando jogo ele)


Antes de continuar, gostaria apenas de salientar que não tenho a pretensão de fazer análise desses dois jogos (não aqui pelo menos) e sei que ambos os jogos terão admiradores e haters. Mas é assim mesmo: nenhum jogo irá agradar a gregos e troianos.

A grande questão aqui é que você não precisa ganhar para se divertir. Pelo menos na minha humilde visão. Para mim, diversão e vitória não andam de mãos dadas. Diversão para mim é muito mais.

É se alegrar por estar entre amigos e conversar sobre amenidades (mesmo que nos 10 minutos que antecedam uma partida). É conhecer novas pessoas através do hobby. É sentar em uma cadeira e não ver o tempo passar porque estava imerso no universo criado pelo jogo. É se contentar quando consegue fazer uma ação tão desejada e, com isso, realizar aquele combo maravilhoso. É conhecer novos jogos e novas mecânicas e descobrir que existem jogos bons mesmo com ideias ou temas que fogem do seu gosto pessoal. É vibrar quando seu adversário não consegue tirar aquele número necessário no dado.

Se divertir é tudo isso e muito mais, pois cada pessoa se alegra de formas diferentes. Mas diversão se resumo a isso: um sentimento bom, de contentamento e euforia que nos faz querer novamente sentir outra vez.


(o conceito de diversão pode se diferente para cada um. Mas o sorriso no rosto é igual para todos)


Quando se pensa nisso tudo, pelo menos para mim, ganhar é apenas uma consequência de uma partida, pois na verdade, todos ali na mesa, já são vitoriosos.

Depois de passar essa minha pequena opinião, gostaria de saber a de vocês. Concordam comigo? Discordam? Afinal, Diversão e Vitória andam juntos?

*Fotos tiradas do google.