nova editora chegando

TRAZ ECLIPSE!!

O parque gráfico brasileiro é bastante incipiente na área, então qualquer coisa mais complexa você vai ter que fazer lá fora. Isso, é claro, pensando que você já tenha conseguido os direitos do jogo com a editora e/ou autor. Caso você acompanhe algumas produções vai ver que a maioria das coisas é feita na China, na mesma fábrica do original. Aconselho dar uma olhada nas postagens da Redbox, eles detalham bastante o processo. O Jack também já comentou alguma coisa sobre a Gigante por aí. Boa pesquisa.

Se quiserem, posso tirar as dúvidas de vcs sobre o tema também. 

Podem perguntar o que quiserem saber. 

hixsui::Digamos que hipoteticamente tenho uma nova empresa e quero trazer jogos de fora para o Brasil.
Como seria o processo para isso acontecer? A impressão de componentes do jogo é feita aqui mesmo e eu precisaria correr atrás disso ou isso vem já pronto e impresso lá de fora? Existe um padrão para esse tipo de publicação ou varia muito?

Será que podemos enriquecer um pouco esse debate? Não achei muita informação sobre isso nas minhas pesquisas.

Valeu pessoal, abraços!

Vou começar pela pergunta original. 


Hixsui, antes de mais nada a primeira coisa que vc tem de ter em mente é que NADA está escrito em pedra. Tudo varia de empresa pra empresa e todas possuem uma forma de trabalhar. 


Algumas jamais permitiram que você produza o jogo aqui, outras não se importam com o que você faça desde que pague os royalties então vai depender de empresa para empresa. 

Se a empresa vai produzir uma versão multilingual onde vc vai entrar com o português, você não vai poder produzir aqui. Será produzido onde a empresa mãe desejar por que haverão mais de um idioma no jogo. 


Se você vai produzir uma versão própria, poderá produzir no Brasil desde que a empresa permita. 
O esquema de produção provavelmente vai determinar como vc remunerará a empresa gringa. 

Se for produzir por conta própria, seja aqui no Brasil onde vc quiser, terá de pagar royalties sobre o volume de vendas, o lucro ou número de exemplares vendidos. 

Se for produzir através da empresa mãe, ela vai embutir os royalties no valor que você pagará na produção. Então pra elas é mais interessante pra elas que você produza diretamente com elas uma vez que assim ela receberá os royalties de uma só vez. Não dependerá das suas vendas, do seu encalhe e nem precisará se preocupar com calote, afinal se você não paga, não produz. 

Mas os cenários são muito variados como eu lhe disse. Temos aqui no Brasil empresas que produzem tudo lá fora, outras que produzem uma parte aqui e outra lá fora (a Mandala faz isso com muita competência) e outras que já produziram um jogo inteiro aqui no Brasil, como a Pensamento Coletivo e o Manhatan Project. 

Nós da Redbox preferimos produzir tudo fora, na mesma fábrica da versão original para manter a qualidade inalterada e permitir o controle de cores que já é feito pela editora original e pela fábrica original. No entanto, quando o projeto é mais simples e depende da trinca básica caixa-manual-cartas como o Boss Monster, você consegue produzir com qualidade internacional aqui no Brasil se escolher bem os fornecedores. 

Olá amigo, acredito que depende muito do jogo.

De maneira geral a primeira coisa é conseguir os direitos. Muitas empresas estrangeiras obrigam os licenciados a manter a mesma qualidade de peças, sobretudo de madeira, plástico, etc. Assim acaba sendo necessário utilizar o mesmo parque gráfico do jogo original, porém como a tiragem em PT-BR é bem menor pode acabar ficando caro rodar apenas 1000 ou 2000 jogos. (É preciso fazer uma análise de como e quanto esse jogo venderia, isso depende da qualidade do jogo, mas também do preço, etc.)

No brasil em matéria de gráficas estamos até bem, existem gráficas muito boas em solo nacional, mas elas tem pouco Know-How de construir caixas, capas, tiles, etc. Portanto é até possível fazer impressões em solo nacional, mas para isso é preciso acompanhar de perto e muitas vezes podem ocorrer problemas, todo mundo que faz algo pela primeira não costuma acertar. Para cartas até que já estamos habituados, a mandala por exemplo imprime todas as cartas aqui mesmo, importando só os componentes.

Uma nova tendência que tem ocorrido no mundoBG são os jogos puramente iconográficos. Jogos onde nas peças principais não há palavras (que necessitam de tradução para cada idioma), isso gera a possibilidade de rodar a tiragem para diferentes línguas ao mesmo tempo, ganhando uma boa economia de escala e resultando em jogos muito mais baratos onde praticamente só é preciso imprimir o manual em cada língua (e para isso as gráficas brasileiras não encontram problemas) Alguns exemplos desses jogos puramente iconográficos são o Great Western Trail, onde no tabuleiro todo não há palavras e até mesmo as cartas só constam os nomes das raças dos bois, o que não precisa ser traduzido. O Alhambra que está para sair agora, e na nova versão não consta mais com os nomes dos edifícios. O Mr. Jack, que também acabou de sair, que no caso nem a capa foi impressa no Brasil, a galápagos só imprimiu o manual e o fundo da caixa. Orléans também não possui palavras no tabuleiro e nas peças e assim vai. Isso já virou tendência e jogos iconográficos tem saído muito mais que os dependentes de tradução. Mombasa, Takenoko, Survive: Escape from Atlantis!, etc. Perceba como esses jogos estão com preços muito mais acessíveis...

Isso já não vale por exemplo pro Imperial 2030 ou o The Manhattan Project que além de precisarem de traduções no tabuleiro e manual passaram por vários outros problemas que não foram previstos e deixaram muitos consumidores com raiva. Note que o preço deles é bem mais alto, pois suas tiragens foram pequenas e necessitaram de adaptação ao PTBR. Esses, são bons exemplos de jogos feito puramente no Brasil, o Imperial teve somente as peças importadas e o Manhattan foi completamente feito aqui (apesar de ter visto um unboxing de uma caixa com alguns erros, o meu veio perfeito e gostei bastante da qualidade final) mas, esses também são bons exemplos de erros que trouxeram uma boa dor de cabeça pra quem ajudou na pré-venda, mesmo sendo ótimos jogos.

Com a produção resolvida (e ai depende do seu jogo, se precisa de tradução ou não, etc.) você vai fazer o transporte e distribuição e ai entra toda a parte fiscal, seja interna ou externa, parte que eu, como designer gráfico, não entendo nem um pouco. Daí alguém mais capacitado pode te ajudar.

Jogos temáticos como Star Wars e Dungeons & Dragons são sucesso certo.
Se eu fosse iniciar um empreendimento desses hoje, eu ia me esforçar pra trazer o lords of waterdeep pela fanbase e componentes mais baratos.

sarego::

hixsui::Digamos que hipoteticamente tenho uma nova empresa e quero trazer jogos de fora para o Brasil.
Como seria o processo para isso acontecer? A impressão de componentes do jogo é feita aqui mesmo e eu precisaria correr atrás disso ou isso vem já pronto e impresso lá de fora? Existe um padrão para esse tipo de publicação ou varia muito?

Será que podemos enriquecer um pouco esse debate? Não achei muita informação sobre isso nas minhas pesquisas.

Valeu pessoal, abraços!

Vou começar pela pergunta original. 


Hixsui, antes de mais nada a primeira coisa que vc tem de ter em mente é que NADA está escrito em pedra. Tudo varia de empresa pra empresa e todas possuem uma forma de trabalhar. 


Algumas jamais permitiram que você produza o jogo aqui, outras não se importam com o que você faça desde que pague os royalties então vai depender de empresa para empresa. 

Se a empresa vai produzir uma versão multilingual onde vc vai entrar com o português, você não vai poder produzir aqui. Será produzido onde a empresa mãe desejar por que haverão mais de um idioma no jogo. 


Se você vai produzir uma versão própria, poderá produzir no Brasil desde que a empresa permita. 
O esquema de produção provavelmente vai determinar como vc remunerará a empresa gringa. 

Se for produzir por conta própria, seja aqui no Brasil onde vc quiser, terá de pagar royalties sobre o volume de vendas, o lucro ou número de exemplares vendidos. 

Se for produzir através da empresa mãe, ela vai embutir os royalties no valor que você pagará na produção. Então pra elas é mais interessante pra elas que você produza diretamente com elas uma vez que assim ela receberá os royalties de uma só vez. Não dependerá das suas vendas, do seu encalhe e nem precisará se preocupar com calote, afinal se você não paga, não produz. 

Mas os cenários são muito variados como eu lhe disse. Temos aqui no Brasil empresas que produzem tudo lá fora, outras que produzem uma parte aqui e outra lá fora (a Mandala faz isso com muita competência) e outras que já produziram um jogo inteiro aqui no Brasil, como a Pensamento Coletivo e o Manhatan Project. 

Nós da Redbox preferimos produzir tudo fora, na mesma fábrica da versão original para manter a qualidade inalterada e permitir o controle de cores que já é feito pela editora original e pela fábrica original. No entanto, quando o projeto é mais simples e depende da trinca básica caixa-manual-cartas como o Boss Monster, você consegue produzir com qualidade internacional aqui no Brasil se escolher bem os fornecedores. 

Olá sarego, muito obrigado pelo seu tempo e disposição para ajudar 

O que você escreveu já tirou grande parte das minhas duvidas, ainda mais vindo de alguém da área!
Eu imaginei que nessa questão da empresa querer manter a qualidade dos componentes faria mais sentido mesmo eles virem da fábrica original, mas como fica o envio de tanta coisa? O custo ainda é viável? E sobre a tradução, no caso a empresa brasileira que faria e mandaria os arquivos de volta para a empresa mãe fazer a impressão?

Outra coisa que fiquei confuso é em relação a atividade econômica principal da empresa, procurando por editoras só achei "editora de livros". Ainda assim é possível publicar jogos de tabuleiro ou seria melhor optar por "Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativo" (vi que bastante empresas se encaixam nessa opção)

Desde já agradeço, abraços!

andrerferrer::

osmarcampbell:: nova editora chegando

TRAZ ECLIPSE!!

andrerferrer:Jogos temáticos como Star Wars e Dungeons & Dragons são sucesso certo.
Se eu fosse iniciar um empreendimento desses hoje, eu ia me esforçar pra trazer o lords of waterdeep pela fanbase e componentes mais baratos.

Anotados aqui 

hixsui::Olá sarego, muito obrigado pelo seu tempo e disposição para ajudar 

O que você escreveu já tirou grande parte das minhas duvidas, ainda mais vindo de alguém da área!
Eu imaginei que nessa questão da empresa querer manter a qualidade dos componentes faria mais sentido mesmo eles virem da fábrica original, mas como fica o envio de tanta coisa? O custo ainda é viável? E sobre a tradução, no caso a empresa brasileira que faria e mandaria os arquivos de volta para a empresa mãe fazer a impressão?

Outra coisa que fiquei confuso é em relação a atividade econômica principal da empresa, procurando por editoras só achei "editora de livros". Ainda assim é possível publicar jogos de tabuleiro ou seria melhor optar por "Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativo" (vi que bastante empresas se encaixam nessa opção)

Desde já agradeço, abraços!

O Envio é sempre naval. Apesar de parecer caro, proporcionalmente uma carga vinda da china até o Brasil é MUITO mais barata que vc trazer algo do Rio para São Paulo. 
Você ainda vai ter de pagar a licença de importação que se chama "Radar" e ainda vai ter de pagar os impostos de importação, mas no fingir dos ovos, o custo de fazer na china, trazer e importar é bem semelhante ao produzir aqui no Brasil, a diferença é que aqui obviamente fica pronto mais rápido, dá menos trabalho, mas em comparação pode pegar na qualidade final do produto. 
Sobre a atividade econômica, ninguém é melhor que o seu contador pra te orientar nesse aspecto por que cada caso e um caso. Eu sei que a imensa maioria das empresas de BG aqui do Brasil atua no "Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos", mas isso não é tão determinante. 
No caso da Redbox, somos editora por várias questões, a principal é por que editamos livros de RPG há mais de 6 anos, começamos como editora e ainda editamos livros e boardgames. Mas no final é o seu contador que vai te ajudar a fechar estas questões do CNAE e da atividade da empresa.