professor::Essa conversa sobre socialismo e capitalismo é algo q deveriamos fazer sentado numa praça jogando Twilight Struggle. Eu não diria q o socialismo faliu certos países uma vez que você impõe aos mesmos uma série de condições desvantajosase restritivas aos mesmos. O que sabemos é que o que temos pra hoje é o capitalismo. Se em algum momento ele tirou pessoas da miséria, as desigualdades entre ricos e pobres nunca foram tão grandes.
Não sei se em algum momento experimentamos, como humanidade, um socialismo de verdade. O que sei é que precisamos de um novo modelo, que promova mais igualdade entre as pessoas. Eu fico na expectativa do que virá a seguir. Essa é uma conversa bem gostosa que não deveria acabar em briga. É como no jogo, depois que devolvemos ele na caixa, o que restam são as pessoas...
Então, cidadão... Nem Marx disse em suas obras como seria implantado o comunismo (como falei, ele não manjava nada de economia ou ciência política, e se concentrou na filosofia).
Por isso que surgiram três correntes tão distintas, cada uma vendo a si mesmo como a mais perfeita e pura expressão do marxismo: comunismo, nazi-fascimo e anarquismo.
No primeiro, houve várias e várias divisões, cada uma se achando mais correta que a outra. O que todas as correntes do comunismo (do Leninismo ao Bolivarianismo) têm em comum é a noção de que o estatismo e o regime ditatorial são necessários para implantar o verdadeiro comunismo. Então, não é que foram impostas condições desvantajosas a estes países que citei - eles mesmos se meteram em um atoleiro seguindo a cartilha do Sapo Barbudo, que incluía, entre outras coisas, a abolição dos meios de produção privados e a implantação de um governo ditatorial.
A Suécia é outro exemplo de país que quase foi à bancarrota devido à tentativa de se implantar um sistema socialista, ainda que moderado se comparado aos antigos países do Leste Europeu. Se você puder, leia o livro
Scandinavian Unexceptionalism: Culture, Markets and the Failure of Third-Way Socialism, de Nima Sanandaji ou
The Rise and Fall of the Swedish Model, do Mauricio Rojas.
Dá para ver que uma economia totalmente ou parcialmente estatizada está fadada ao colapso, como a História nos mostrou.
A própria China adotou um sistema alternativo (que uns chamam de "capitalismo de Estado", eu considero clientelismo ou neo-mercantilismo) porquê os donos do PC chinês queriam perpetuar-se no poder e sabiam que só conseguiriam fazer isso através da economia. Particularmente tenho cá pra mim que o "milagre chinês" entra em colapso daqui uns anos, a menos que haja plena abertura democrática e econômica no país. Crescimento fomentado pelo Estado só vai até certo ponto, como ocorreu na URSS.
Eu tenho plena consciência que não existe sistema político-econômico ideal. Mas a democracia capitalista é o mais eficiente. Como disse Churchill: "A democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos".
Mas é o menos pior, por ser o mais justo e que promove oportunidades iguais a todos, onde há liberdade para investir, empreender e comercializar, possibilitando a geração de mais e mais riquezas, que serão distribuídas no mercado conforme a preferência dos consumidores, alimentando assim um círculo virtuoso.
E discordo de ti em uma coisa: o problema não é a desigualdade, mas sim a pobreza! (Ainda que o senso comum veja justamente o contrário).
Tem um artigo muito bom do Rodrigo Saraiva Marinho publicado na Gazeta do Povo (aí de Curitiba) falando justamente disso:
http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/oproblema-nao-e-a-desigualdade-e-a-pobreza-65lcuwzdj6nt6qdlqsdv0kxps
E veja que desde o surgimento do capitalismo com a revolução industrial, a qualidade de vida das pessoas vem melhorando. E muito! Exemplo: em 1900, a expectativa média de vida no mundo era de 30 anos. Hoje, essa média é maior que 65. Isso foi possível com o desenvolvimento econômico, que por sua vez foi causa direta daquele que foi o maior motor do progresso humano dos últimos séculos: o capitalismo que, como definiu Lew Rockwell, "nada mais do que liberdade de gerir a sua propriedade, de fazer trocas voluntárias e de inovar."