Algumas semanas atrás aconteceu um fato achei inusitado e achei bacana compartilhar por aqui!
Falando um pouco sobre o jogo, ele foi criado pela Estrela nos anos 90, aproveitando a febre do sucesso dos videogames e arcades da época. É um jogo simples, onde 2 a 6 jogadores disputam as lutas em uma arena e basicamente ganha quem não perde! E você perde se ficar sem vida ou tomar um fatality
O jogo tem uma roleta, onde o jogador gira e se move para aquela cor, dai enfrenta uma melhor de três contra o lutador que estiver naquele quadrante. As cartas de ataque tem os golpes clássicos como soco, chute, rasteira e cada um dos golpes tem uma certa quantidade de pontinhos indicando a força da porrada. Então o jogador simplesmente anuncia qual golpe ele vai dar e é comparado os valores das cartas. Ganhando duas vence a disputa e o adversário perde uma vida. Só que se alguém conseguir encaixar 3 golpes consecutivos, é fatality e a cabeça voa. Flawless victory!
Como eu jogava muito o MK3 Ultimate pra Mega Drive, ganhei de presente de papai e mamãe, aos meus 8 ou 9 anos (!) a versão analógica desse pacífico e humanitário jogo. Mas depois de muitas mudanças, indas e vindas na vida, eis que encontro em um armário antigo na casa de minha querida mãe a caixa, empoeirada e maltratada por eu jovem e pelo tempo, de Mortal Kombat, o Jogo!
Isso aconteceu uns meses depois de eu ter conhecido esse mundo batuta dos jogos de tabuleiro modernos. Reparei a caixa o melhor que pude, limpei os componentes, tirei algumas fotos e coloquei aquela relíquia na prateleira. Infelizmente, depois de tantos anos e pela falta de cuidado nos tempos de criança, faltavam muitos dos componentes, inclusive a roleta e os espinhos, o que tornava o jogo injogável (se é que existe a palavra). De qualquer forma, orgulhosamente subi as fotos para o BGG, afinal era uma raridade.
Eis que recebi um geekmail de um gringo perguntando se eu estaria disposto a vender meu Mortal Kombat. Expliquei pro cara que não tinha interesse em vendê-lo, principalmente porque estavam faltando muitos componentes, a caixa estava em péssimo estado. Ele insistiu dizendo que fazia anos que ele estava atrás do jogo, publicado somente no Brasil e que realmente queria muito comprá-lo. Eu ainda estava relutante em vendê-lo, mas como o jogo, apesar de ser uma raridade, nunca seria jogado lá em casa e tava mais ocupando espaço do que qualquer outra coisa, resolvi doá-lo para esse nosso amigo Elliott.
Falei então que daria o jogo à ele, sem problema algum, só que ele deveria arcar com os custos de envio (que daria pra comprar um Terra Mystica ou algum monstrinho desses) e ainda insisti no fato das más condições do jogo. Mesmo assim ele reforçou que queria muito jogo e pediu pra que eu mandasse o mais breve possível! Única solicitação que ele fez foi de que eu traduzisse as cartas e as regras do jogo para inglês.
Depois de tudo acertado, enviei o jogo (ele quis por EMS) e alguns dias depois já estava nas mãos dele. Ele até fez um vídeo mostrando os componentes e tudo mais.
Fiquei feliz pelo cara, que adquiriu um jogo que ele tava a muito tempo querendo para sua coleção, pelo meu jogo, que depois de muito divertir-em na infância, foi parar em boas mãos e será de mais proveito para ele do que para mim, e fiquei feliz por mim, que, creio eu, fiz uma boa ação!
Moral da história, tem louco pra tudo nesse mundo!