* A caixa é enorme e com razão. Diferente do Caverna, onde os componentes não cabem direito, a editora Feuerland fez uma caixa um pouco maior e incluiu 2 caixinhas organizadoras de plastico fino para organizar os bens (estes TEM uma ordem muito importante de organização nestas caixinhas). Foram 16 freaking cartelas para destacar, mais 4 baralhos para sleevar, dentre outros componentes. mas no final, tudo coube com certa folga.
* O jogo é original e foge dos padrões Agricola/Caverna, mesmo estando atrás destes no meu ranking. Eu não joguei o Patchwork, mas achei o Feast for Odin criativo e diferente dos demais jogos do Uwe por não ser apenas um worker placement de otimização de ações, mas também de otimização de cartela (veja mais abaixo). Se fosse colocar uma escala de preferencia de jogos do Uwe, inicialmente Feast for Odin estaria em 5o lugar, atrás de Caverna, Ora et Labora, Agricola e Fields of Arle, mas com chance de subir. Como tenho uma tradição de gostar mais e aumentar a nota em jogos do Uwe, nada impede que no futuro o Feast ultrapasse esses jogos. O design do Feast fez crescer meu respeito pelo autor, que diferente do Feld e do Vlaada, até então fazia jogos com pouca variação mecânica (mesmo sendo receitas de sucesso).
* Para eurogamers devotos, o tema é bem implementado e casado com a mecânica, com banquetes e saques, construção de navios e longhouses, explorando da Islândia ao Labrador. Para ameritrashers-sangue-nos-olhos e amantes de conflito, não há ataques a outros jogadores nem disputas de quem tem o pompom mais rosa (copyright - Rhedrun 2016). Gostei da adição de um livreto muito interessante esclarecendo um pouco da cultura "viking". Para mim, o tema ficou como um pano de fundo agradável enquanto mergulho na partida em busca do que realmente interessa: pontos de vitória
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* Em sua essência estratégica, o jogo gira principalmente em encaixar peças certas nas suas cartelas da forma mais eficiente possível, para ganhar beneficios e evitar perder pontos de vitória (confira a ilustração). Se você não gosta desse tipo de quebra-cabeça, teste o jogo antes de comprar! Eu não tenho nenhum problema com este tipo de mecânica, apenas não é uma das minhas favoritas. Fazendo uma analogia, o El Grande é um jogo que adoro e está no meu top 20, mas não no meu top 10, pois controle de área é uma mecânica que gosto mas não sou super fã.

Use as peças para cobrir pontos de vitória negativos. Ou use-os para ganhar grana, pois na linha diagonal de dinheiro, o valor não-encoberto mostra quantas moedas de prata conseguirá pro cada fase de remuneração. Ou use os tiles para encobrir todos os espaços adjacentes a uma mercadoria que esteja na cartela e ganhar seu benefício. No exemplo acima, o jogador receberá por rodada: uma pedra, uma madeira, um minério e uma pedra rúnica (fonte: boardgamegeek.com, autor: Michael Wißner)
* A sorte dos dados não me incomoda em nada. Algumas atividades como caça, pesca baleeira e pilhagens requerem o uso de dados, dentre outros recursos. Porém, o jogador tem direito a rolar o dado até três vezes e mesmo se falhar, ganham uma consolação em forma de carta de arma + recurso e possível resgate de trabalhador, Isso faz que, no pior cenário, o jogador realizou uma ação ligeiramente mais fraca que uma ação barata. Como eurogamer que não gosta de sorte, considero a implementação dos dados muito bem-feita!
* Para quem gosta das cartas de ocupation do Agricola, o Feast for Odin também tem baralhos deste tipo, mas cada jogador começa com apenas uma carta e estas me pareceram menos poderosas. Ainda assim, comprar e jogar cartas desse tipo me pareceram muito importantes na estratégia. A minha única queixa é que senti um desnivelo entre as ocupações iniciais (que tem um mini baralho próprio), mas ainda que seja confirmada mesmo esta impressão, nada que uma variante de "puxe duas cartas iniciais e escolha uma" não resolva.
* A rejogabilidade é excelente. Entre estratégias diferentes, três baralhos de ocupations e competição pelos espaços no tabuleiro, não vejo esgotamento rápido do Feast for Odin.
* É o melhor jogo solo do Uwe e um dos melhores solos que já joguei. O Feast for Odin conseguiu superar o At the Gates of Loyang como melhor Uwe solitário e se excluir jogos que podem ser jogados solo mas controlando multiplos jogadores (coops Robinson Crusoe e Sentinels of the Multiverse), este é segundo melhor jogo-solo que tenho, ficando apenas atrás de High Frontier.
* Inicialmente minha nota para esse jogo é 8, com mínima chance de rebaixamento, mas com chance razoável de aumento. Por enquanto, ainda prefiro o Terraforming Mars, mas vai que tomo mais gosto pelo jogo, na medida que conheço mais as estratégias?