Este é um jogo de miniaturas "skirmish", mas não é o típico jogo de guerra de miniaturas. Ele se diferencia bastante dos outros jogos do mesmo nicho em diversas mecânicas. E com a vinda da terceira edição do jogo este ano, a vontade de jogar só aumenta. Acompanhei o "open beta" da edição nova e gostei bastante das mudanças e do rebalanceamento.
Três coisas me agradam muito nesse jogo:
1. É mais estratégico do que os outros jogos do mesmo nicho, devido ao sistema de construção do grupo de miniaturas que serão utilizadas na partida. Primeiramente a mesa é preparada com peças de terreno. Os jogadores então declaram a facção que irão utilizar, depois sorteiam os objetivos que estarão disponíveis, e só então os dois jogadores constroem seus grupos, seguindo a pontuação acordada para a partida. Depois disso os jogadores revelam seus grupos e, sabendo o que irão enfrentar, escolhem 2 objetivos dentre os 5 disponíveis (sorteados anteriormente). Há também um objetivo em comum para os dois jogadores. O interessante aqui é que o grupo pode (e deve) ser construído pensando-se especificamente nos 2 objetivos que se pretende escolher (e o comum) e na configuração da mesa. Mas a escolha pode mudar depois de ver o grupo do oponente. Outro efeito positivo desse sistema é que todas as miniaturas serão úteis em algum momento, conforme os objetivos que forem sorteados para a partida. Em vários outros jogos do tipo, há miniaturas que são muito ruins, ou muito específicas, e nunca são usadas. Em Malifaux não tem miniatura parada na prateleira.
2. Um sistema elegante para mitigar o fator sorte, utilizando cartas ao invés de dados. A resolução das ações é feita tirando cartas de um deck. Porém, os jogadores também tem cartas na mão que podem utilizar para "trapacear o destino", isto é, substituir uma carta ruim que tirou no deck com uma carta da mão. Isso adiciona uma camada interessante de gerenciamento de mão. A "sorte" é como um recurso, que pode-se gastar para garantir o sucesso em uma ação muito importante.
3. O jogo não é sobre causar mais dano que o oponente e/ou destruir miniaturas, como na maioria desses jogos de guerra. Destruir miniaturas é apenas mais uma ferramenta para impedir o oponente de cumprir seus objetivos, não o foco do jogo. Como o vencedor é quem fizer mais pontos, é possível vencer o jogo sem destruir miniatura alguma do oponente, apenas fazendo pontos com seus objetivos (vários não tem relação com destruir miniaturas). Existem inclusive grupos de miniaturas especializadas nesse tipo de estratégia: ilusão, distração e evasão. Também é teoricamente possível (mas difícil) vencer sem ter nenhuma miniatura sobrando na mesa, caso o oponente não consiga fazer pontos suficientes, mesmo sozinho na mesa. Só o fato dessas coisas serem possíveis já mostra que o foco do jogo não é "matança".
Tudo isso aliado a uma diversidade enorme de estilos de jogo. E ainda vem de brinde uma temática muito rica e miniaturas lindas.