Fala galera! 
Como este é o meu primeiro post aqui, gostaria de me apresentar: eu sou o Douglas Jansen, autor do jogo Aristofarsa, e vim aqui para contar um pouco de como foi criar um jogo que mistura vaza com deckbuilding, cheio de intrigas e leitura de mesa, e por que todo mundo que joga tem curtido tanto.

Para quem não sabe, Aristofarsa foi lançado no Diversão offline desse ano pela Cordilheira e o jogo vendeu muito bem durante o evento, esgotando todas as cópias. É claro que a arte lindíssima da Manu Cunhas e da Flavia Fernandes chamam muito atenção, mas a verdade é que todo mundo que testou o jogo levou uma cópia para casa.
Fácil de aprender, difícil de masterizar.
Eu sei que essa frase é clichê, mas era exatamente esse objetivo que eu tinha com o jogo. Eu queri que fosse um jogo para jogar várias vezes, e que as combinações e possibilidades fossem sendo percebidas ao longo das partidas. 
Em Aristofarsa, cada rodada tem 2 fases, e os jogadores estão disputando para ver quem vai ser o herdeiro do rei, que vai ser escolhido durante uma festa envolvendo todas as famílias do reino. 
A primeira fase é onde o jogador vai “Desfilar no Jardim do Festejo”, ou seja, é uma vaza simples: maior número - ou prestígio - vence, não tem naipe, não tem nada. Isso funciona porque é um conceito fácil de explicar que todo mundo entende crianças de 12 anos até adultos de 60 anos conseguem jogar). 

Com isso, eu consegui criar uns efeitos mais únicos e complexos, ativados principalmente na segunda fase, porque a vaza em si é muito fácil de entender.

Como a Cortesã que soma o valor da carta anterior a carta dela ou o Aristocrata que vai reduzir o valor de todo mundo que jogou antes.
E é na segunda fase, na varanda dos sussurros, que mora a maldade do jogo. Aqui, cada jogador joga uma carta, virada com a face para baixo, e esta carta vai aplicar um efeito em alguma carta que foi jogada no Jardim, na fase anterior. Tem efeito que adiciona ou reduz o prestígio, outro que troca o valor com a carta de outro jogador, ou até o bobo que inverte a regra do jogo e faz quem tem a menor carta vencer.

Com essas duas etapas em cada rodada o jogo fica muito estratégico, mas simples de entender, já que todos os efeitos estão escritos nas cartas. Nas primeiras partidas a galera demora um pouco mais porque  precisa ler todas as cartas, porém com o tempo já fica mais fluído, pois são poucas cartas e os efeitos são facilmente lembráveis. (e foi exatamente isso que o Jean falou aqui:
https://www.youtube.com/live/daDVYW0axDM?si=cT0TgtzzfOOFrzjY&t=1417 , aos 23:35).
E O DECKBUILDING?
Essa é a minha parte favorita: Na fase 2, ao invés de jogar uma carta na varanda, você pode optar por nao jogar, descartando as 2 cartas da sua mão pra convocar um Nobre - uma carta mais poderosa - pro seu descarte, melhorando o seu baralho para as rodadas futuras.

Essa decisão traz mais uma escolha significativa, porque você precisa decidir se consegue vencer com as cartas da sua mão, ou se é melhor deixar essa rodada pra lá e focar em se preparar para uma próxima.
Eu quis juntar dois estilos de jogos que gosto muito e por isso criei o Aristofarsa, ver a galera curtindo o jogo me deixa muito feliz!
Se você ficou afim de conhecer o jogo, a Cordilheira tá lançando uma nova edição com a expansão Exilados (posso falar mais sobre ela em outro post). 
É só apoiar nesse link:
https://www.catarse.me/aristofarsa
Até a próxima!