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Análise: Hoplomachus: Victorum

Hoplomachus: Victorum

gabrielasandrini15/12/25 08:00

gabrielasandrini

15/12/25 08:00

140 mensagens MD

Post original: https://boardgamegeek.com/thread/3499379/ave-hoplo-morituri-te-salutant

[Lutei muito e bem na arena da editora e venci. Minha recompensa, além da fama eterna, foi uma cópia deste jogo para análise.]

Você tem que ver para crer.
Jogar para sentir.
Tocar para se apaixonar.

Finalmente – um título da Chip Theory Games na história da Games Fanatic !
Será que é realmente tão grande?
As fichas são tão pesadas quanto dizem?
E o jogo é realmente tão incrível quanto as análises afirmam?

Vamos acalmar as emoções iniciais, esfriar a empolgação e dar uma olhada de perto no baú impressionante que é Hoplomachus: Victorum!

Vinhas da Ira dos Deuses

O Vesúvio está prestes a entrar em erupção! O Império está à beira da ruína! Não há tempo a perder – pegue sua arma favorita e suas melhores sandálias, é hora de apaziguar Plutão e impedir a erupção! Hoplomachus: Victorum é um jogo de campanha solo ambientado no século I d.C. Você liderará um grupo de gladiadores que vagam pelo mundo, realizando feitos heroicos para reprimir a ira divina. Lutará até a morte, perseguirá bandeiras e participará de conflitos até finalmente chegar à base do vulcão para um confronto final com um poderoso inimigo. Antes disso, enfrentará batalhas finais um pouco menos poderosas contra adversários um pouco menos poderosos.

Um jogo composto principalmente de cartas, dados e fichas gloriosas, é um treino hercúleo para mentes estratégicas. Embora os mapas individuais pareçam pequenos, Hoplomachus: Victorum ostenta uma biblioteca completa de ideias para garantir que cada duelo seja diferente do anterior, e cada batalha nos leve mais longe – testando nossas habilidades de maneiras novas e mais profundas. A vida de um gladiador ambicioso não é fácil, mas é incrivelmente gratificante.

Tour pela Arena

Em um estilo um tanto sandbox, Hoplomachus nos permite percorrer o mapa de um mundo mítico quase sem restrições. As únicas paradas obrigatórias são as batalhas contra os Primuses ao final de cada um dos três atos e o confronto final com um dos oito Scions. Entre essas lutas principais, somos livres para vagar por oito regiões, participar de batalhas, fortalecer nossa equipe, completar missões e desenvolver nosso personagem.

Já no início, fica claro o quanto Hoplomachus oferece de variedade. A ordem em que enfrentamos os desafios depende de nós e... da nossa arrogância. Começamos a aventura com apenas algumas unidades que podemos usar em batalha. Visitar locais de Oportunidade nos dá cartas de objetivo – pequenas tarefas que, quando concluídas durante eventos esportivos, concedem ao nosso herói novas habilidades, dados novos ou aprimorados, novas unidades ou fichas táticas especiais. Nós decidimos quando nos sentimos prontos para enfrentar um chefe. Temos 12 semanas para isso – cada uma representando uma nova carta de Oportunidade, um novo evento esportivo, outro Derramamento de Sangue (ou seja, uma luta sem limites até a morte) ou uma longa jornada entre continentes. Somos donos do nosso destino. E cabe a nós decidirmos onde o próximo sangue será derramado.

Suor, Sangue e Medalhas

A essência do jogo é o combate — posicionar estrategicamente e ativar taticamente fichas de unidade. Fichas bonitas e pesadas no estilo pôquer que representam nossas forças, e outras um pouco mais leves que indicam pontos de saúde. E serei direto: enquanto Hoplomachus: Victorum pode ficar um pouco aquém no quesito história (a narrativa mal está lá na maior parte), ele entrega absolutamente tudo quando se trata de mecânica. Só aqueles que já moveram suas fichas pelos hexágonos de Atlântida ou da Amazônia sabem quanta profundidade pode ser extraída de tão poucas peças. A estrutura da rodada é simples — posicionar novas unidades, mover as previamente posicionadas, ativar habilidades passivas, atacar — e essa simplicidade deixa toda a arena aberta para agirmos. Mais de 30 habilidades, ataques especiais e auras transformam nosso acampamento em um cubo mágico estratégico. As unidades atraem a atenção inimiga, absorvem dano em vez de seus vizinhos, causam dano a inimigos adjacentes, empurram ou puxam outras pelo tabuleiro, realizam ataques mortais de área à distância, retaliam quando atingidos, se curam, aumentam a capacidade das fichas táticas — e muito mais.

Até a Morte

Mesmo a unidade mais fraca e inexpressiva, com apenas 2 de vida e nenhum alcance, ainda pode ser usada para atrapalhar espetacularmente o inimigo ou nos ajudar a alcançar nossos objetivos. Unidades recém-implantadas são atordoadas e não podem agir até o turno seguinte, então estamos constantemente pensando um passo à frente, sempre atentos ao limite de unidades imposto pelo evento atual.

As lutas são intensas, multifacetadas, deliciosamente dinâmicas — e, o mais importante, curtas. Um confronto envolvendo 7 ou 8 unidades pode ser resolvido em 15 a 20 minutos, tornando possível completar um ato inteiro de campanha em apenas 2 a 3 horas. E dentro dessas batalhas rápidas e brutais, há espaço para ataques selvagens, retiradas táticas, bloqueios de movimento inteligentes e aproveitamento dos recursos exclusivos de cada uma das oito arenas. Há também a ameaça de fichas de Bane, que gradualmente enchem nossa "bolsa de surpresas indesejadas" e atrapalham nosso progresso — dobrando a vida ou o alcance do inimigo, nos privando de fichas Táticas ou invocando novos inimigos poderosos para o jogo. Eventos esportivos também introduzem o elemento intrigante do Tribuno — o favorito do público. Este personagem nos causará dano ativamente e caçará nossas unidades, mas não pode ser derrotado a menos que estejamos dispostos a arriscar irritar o público. Afinal, eles estão observando cada movimento nosso. Agora posso ver claramente o quanto Hoplomachus inspirou o War Chest. Mas aqui, além da pura alegria de gerenciar as habilidades e capacidades de nossas unidades, temos algo mais — "personagens" vivos e pulsantes na forma das próprias arenas.

Teatro de Batalha

Você ama hexágonos? Sua simetria calma, a ordem suave que eles trazem ao campo de batalha, a clareza que eles oferecem para planejar e executar seus movimentos? Agora imagine uma carruagem se movendo por esses hexágonos — transportando unidades enquanto empurra para o lado todos em seu caminho. Ou imagine um humilde Tridente deitado no meio da arena — um que pode jogar em um inimigo, desde que seja o primeiro a alcançá-lo. Que tal gaiolas cheias de feras agressivas e selvagens? Ou prateleiras de armas que podem impulsionar seus ataques? Melhor ainda — imagine paredes na arena, mudando constantemente, bloqueando movimentos e ataques, e mudando infinitamente de direção conforme se movem!

Agora, esses mesmos hexágonos não parecem de repente brilhar em cores inteiramente novas? No mundo de Hoplomachus, onde vencer às vezes significa roubar e segurar a bandeira inimiga, ou ocupar zonas estratégicas por várias rodadas (em eventos no estilo King of the Hill), tais elementos não são apenas "mudanças de jogo" — são pequenas revoluções mecânicas que alteram completamente a forma como aborda uma escaramuça. Adicione a isso unidades inimigas em constante evolução (inimigos locais são jogados de volta no saco após as batalhas e podem reaparecer em outros continentes e arenas), fichas táticas (fornecendo efeitos únicos ou passivos para suas unidades e as inimigas) e dados perolados deslumbrantes (com probabilidades de "acerto" indicadas na forma de entalhes sutis) — e ainda tem a magia que Hoplomachus: Victorum guarda. Cada minuto gasto com este jogo é pura felicidade para uma mente estratégica.

O que você acha, Hoplo?

A pergunta óbvia: não vou ficar entediado ou cansado jogando sozinho? Não sou um jogador solo experiente — admito isso de cara. Autômatos me estressam, detesto investimentos de longo prazo e geralmente prefiro quando um humano de verdade lida com os inimigos. Mas Hoplomachus: Victorum mudou minha visão sobre jogos de campanha solo. Em batalhas tradicionais, lido com unidades inimigas como se fossem minhas, usando um sistema de prioridades claramente definido — sem dilemas.

Fica ainda melhor nas batalhas finais com Scion. Simplesmente joga um punhado de dados assustadores e os resolve em ordem: acertos verdes são movimento, pretos são dano, azuis permitem sacar uma unidade da bolsa, vermelhos e amarelos regeneram saúde. Quase não se trata de "controlar" o inimigo. As cartas de Scion são tão concisas quanto uma receita médica — leia-as uma vez e estará lidando com o turno do chefe mais rápido do que o seu. O design gráfico limpo e nítido ajuda tremendamente — há apenas um punhado de ícones, e tudo parece pertencer exatamente ao lugar. Este jogo é um tesouro de inspiração para aspirantes a designers — e para qualquer jogador que aprecie detalhes lindamente elaborados.

Lutas de Sísifo?

A progressão da experiência em Hoplomachus: Victorum é igualmente magistral. Eventos esportivos nos permitem expandir nosso acampamento com novas unidades. Nosso herói ganha novas habilidades. A bolsa inimiga se enche com uma multidão cada vez mais diversa de oponentes para derrotar. Até mesmo retornar a continentes já visitados pode nos surpreender. Cada nova unidade do nosso lado se torna mais uma peça do quebra-cabeça — uma que complica o tabuleiro, sim, mas também concede aos nossos movimentos mais flexibilidade e elasticidade tática.

Basta dizer que, apenas escolhendo um herói, três primus e um descendente, já temos 2.240 combinações possíveis. Adicione a isso as oito arenas únicas, cada uma com suas próprias peculiaridades mecânicas. Em seguida, considere a mistura matematicamente impossível de rastrear de inimigos de todas as facções, multiplicada por dezenas de possíveis cartas de Evento, Oportunidade e Derramamento de Sangue, e terá números absolutamente astronômicos. Mas o verdadeiro poder de Hoplomachus: Victorum não está na matemática — está no genuíno senso de progressão gradual. Cada batalha traz consigo condições variáveis: quantos inimigos enfrentará, em que circunstâncias e em qual arena. Uma unidade lenta e focada em combate corpo a corpo pode ser inútil em uma luta, mas na próxima, pode ajudá-lo a encurralar e bloquear um inimigo por vários turnos cruciais. Um arqueiro quase morto pode atravessar o campo para capturar uma bandeira sem causar um único ponto de dano — apenas para se manter firme em outra batalha e causar destruição nas linhas inimigas. Seu Tático pode rolar apenas um dado, mas é vermelho — com seis faces de impacto — tornando-o perfeito para finalizar inimigos enfraquecidos. Unidades com habilidades de Esquiva reduzem os ataques inimigos a dados azuis, em sua maioria ineficazes, enquanto a Aura de Fúria do seu herói pode causar dano passivamente a cada rodada às unidades adjacentes, nocauteando os inimigos apenas por estarem no lugar certo.

Todas essas características e habilidades de unidades criam uma rede de interconexões. Cada uma pode ser a base da sua estratégia. Cada uma oferece o potencial para uma combinação virtuosa de posição, força e habilidade que pode virar o jogo a seu favor. E Hoplomachus desenvolve essas descobertas ao longo de dezenas de encontros, cada um aumentando em complexidade. Mas essa complexidade não surge da confusão ou da abundância de regras — ela vem da sua crescente capacidade de fazer mais, de fazer as coisas de forma diferente e melhor.

Você molda seu acampamento para fornecer a máxima flexibilidade em todos os cenários. Escolhe unidades que complementam as fraquezas umas das outras e amplificam os pontos fortes umas das outras. Nenhuma unidade é onipotente por si só. Mas juntas, elas podem criar uma formação inquebrável.

Os Cantos Escuros da Arena

Hoplomachus: Victorum é único por vários motivos. Os componentes de alta qualidade — tapetes de neoprene, cartas e acessórios de plástico, organização bem pensada (montagem em 3 minutos — cronometrei!), design gráfico atmosférico e cirurgicamente preciso, e o enorme volume de conteúdo — tudo isso tem um preço. É, sem dúvida, um investimento, igual à produções de grande porte como Agemonia ou Gloomhaven. É também um investimento de tempo. A campanha é longa, talvez até um pouco longa demais — não algo que terminará em uma única noite, mas sim em duas ou três (embora a expansão Pandora's Ruin inclua a variante "Mercury's Boots" — também disponível para download gratuito — que encurta significativamente a campanha — de 48 para um máximo de 24 semanas).

Além disso, a dificuldade da campanha aumenta gradualmente e pode terminar em derrotas dolorosas e irreversíveis (e, claro, não trapaceamos — mesmo em partidas solo!). As oportunidades de "resgatar" nosso herói (cuja morte sinaliza uma derrota na campanha) são limitadas e dependem do nível de dificuldade escolhido. Os dados — por mais belos e inteligentes que sejam — são um fator decisivo para alguns. Em Hoplomachus: Victorum, uma jogada é sagrada — não repete a jogada e não cancela resultados. Pessoalmente, adoro os dados — porque sei exatamente quais são minhas chances de sucesso e construo minha estratégia em torno disso, incluindo a chance de fracasso total e completo (para desespero da multidão que assiste). Mas se alguém não gosta desse tipo de resolução de resultado, é improvável que se apaixone por Hoplomachus. Além disso, as campanhas variam significativamente em termos do seu herói inicial e seu caminho de desenvolvimento — principalmente as 10 cartas de habilidades especiais. Essas diferenças são perceptíveis, mas não tão assimétricas quanto as oferecidas por outros jogos — ainda estamos operando dentro da mesma galáxia de Táticas e habilidades passivas. Pode adicionar mais variedade investindo na já mencionada Pandora's Ruin, que inclui novos Scions, novas regras de arena e eventos adicionais. Embora a expansão não seja "grande" em termos de tamanho ou número de componentes, ela traz uma grande lufada de ar fresco — embora, para ser justo, o jogo base sozinho ofereça dezenas de horas de jogo antes que sinta a necessidade de algo novo.

Vivat Hoplomachus!

Hoplomachus: Victorum é uma conquista impressionante — em termos de produção, mecânica e escala. É, sem dúvida, uma obra de arte de jogo de tabuleiro e, mais importante, uma experiência que vale a pena saborear. Uma campanha pode ser facilmente dividida em algumas noites e, quando combinada com a música certa (sim, aquela trilha sonora de filme), algumas tâmaras secas, nozes e uma tábua de queijos, pode se deliciar com os componentes extraordinários do jogo (como o organizador em forma de arquibancada) enquanto alimenta sua mente com os desafios estratégicos que o aguardam.

Se mecânicas táticas são a sua praia, mas não sente a vibe de um jogo solo — ou talvez lhe falte o vinho e as nozes necessários — Hoplomachus: Remastered, sua versão "multijogador", está logo ali. Vou dar uma olhada mais de perto nas próximas semanas, mas à primeira e segunda vista, é um jogo irmão — significativamente mais curto e projetado para 1 a 4 jogadores. Os dois jogos podem até ser "conectados" usando a expansão Pandora's Might, que permite que heróis Remasterizados sejam usados na campanha Victorum. Mais sobre isso em breve.

Enquanto isso, se alguém quiser se juntar a mim, sinta-se à vontade para me visitar em Poznań. Vou tirar Hoplomachus: Victorum do criado-mudo, acender algumas velas, fatiar um delicioso gouda polonês e mergulhar em um bacanal gladiatório.

Prós:
+ Campanha envolvente, embora longa
+ Combate emocionante, embora guiado pela sorte
+ Mecânica de arena criativa e emocionante
+ Profundidade estratégica desafiadora e recompensadora
+ Valor de produção épico com componentes luxuosos e bem organizados
+ Grande variedade e diversidade de heróis, inimigos e Scions
+ Excelente design gráfico e auxílios claros ao jogador

Contras:
- Muita coisa para monitorar constantemente: fichas de tática, Dooms, efeitos passivos, habilidades de unidade, efeitos de arena, prioridades de ataque...
- A campanha exige um investimento de tempo significativo, com o progresso sendo lento e constante, em vez de cheio de grandes saltos
- A legibilidade da impressão no mapa de neoprene (rotas entre cidades) é ocasionalmente ruim
- Embora manusear fichas seja divertido, elas podem tombar facilmente, e colocar fichas de tática, itens ou marcadores de Tribuna sob as unidades geralmente te força a levantar pilhas inteiras para verificar o que está embaixo

https://www.gamesfanatic.pl/

Por Piotr Wojtasiak

Traduzido*** por Marcelo GS
***Todas as traduções são autorizadas pelos autores originais do texto
•⁠ ⁠Todas as imagens são do post original ou publicadas pela editora.

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Comentários:

vfborges
40 mensagens MD

vfborges15/12/25 18:08

vfborges » 15/12/25 18:08

Excelente, revisão! Jogo ótimo e visualmente perfeito! Com os dados de alumínio, fichas de vida premium e as expansões que aumentam ainda mais a experiência do jogo!

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VitorMX
2378 mensagens MD

VitorMX16/12/25 11:08

VitorMX » 16/12/25 11:08

Excelente análise! Comprei ele junto com 2 ou foram 3 expansões.
Tá lacrado. Vou primeiro fazer tudo solo do cloudspire e do too many bones. Acho que daqui uns 3~4 anos termino e jogo o Hoplo haha

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