Edlomax::
E sobre ela, depois de ter elogiado, você mudou de ideia e fez a seguinte crítica (...)
Eu tinha acabado de acordar... não refleti de maneira adequada. Eu não discordo completamente dela, mas apontei as falhas que eu acredito que ela tem. Acho que eu só falei que era ruim depois porque azedei (perceba que não foi de imediato kkkk)
Edlomax::
É falsa esta sua afirmação de que um jogo SEMPRE terá partidas diferentes. Há jogos e jogos, e tanto eu como você, sabemos que existem sim jogos repetitivos. Não atoa existe no hobby a discussão da tal rejogabilidade.
O batido exemplo do xadrez: mesmo
setup, zero fator aleatório, e mesmo assim é um dos jogos mais rejogáveis que se tem notícia, mesmo sendo um jogo, de fato, repetitivo (maior parte dos jogadores utiliza quase sempre as mesmas aberturas, variando no meio e no fim do jogo). O real problema da rejogabilidade é que as pessoas enjoam dos jogos e culpam o jogo - que é inerte - por isso.
Edlomax::
Por outro lado, o livro, ao lermos ele várias vezes, podemos ter percepções diferentes que não tivemos na leitura anterior, o que muda significativamente a experiência. Então esta sua afirmação de que o livro SEMPRE será igual, também é falsa. Você mesmo se contradiz aqui quando fala dos insights.
Ou seja, ao contrário do que você disse, tanto o livro quanto o jogo, podem nos trazer experiências distintas ou repetitivas.
Minha afirmação foi referente ao conteúdo do livro. Ele não muda, independente de quantas leituras você fizer. O que varia é o que você capta de cada leitura, tanto devido à leitura repetida do mesmo livro quanto à exposição a outros livros e o retorno ao primeiro. Se você pensar bem, dá até pra fazer um paralelo com os jogos "com baixa rejogabilidade". Quanto mais se joga, mais percepções você tem dele (estratégias, táticas, etc). Salvo engano, acho que você concordou comigo, mesmo dizendo que eu me contradisse.
Edlomax::
E, excetuando-se variantes da própria regra oficial (que podem vir do próprio autor ou de jogadores comuns e oficializadas depois), assim como no caso do livro, no jogo a regra em cada partida também sempre será igual. Então porque eu posso alterar o texto do jogo e não o do livro? Afinal, aplicando o seu mesmo raciocínio "o livro é meu, eu paguei por ele, e leio como eu quiser".
Você concorda com tudo que lê? Nunca se deparou com uma leitura na qual você pensa: "esse cara tá equivocado nesse ponto por causa disso e daquilo"? Por aqui acontece com frequência. Não consigo alterar o conteúdo escrito, até por que não faz sentido "reescrever o livro pq discordei do autor". Mas uma anotação no canto da página pode até acontecer. Por exemplo: "Discordo. Não se pode concluir ISSO por que a premissa não tem relação com a conclusão".
Edlomax::
Oras, só porque eu paguei pelo jogo, eu jogo, NÃO gosto de algumas regras específicas, reescrevo elas ao meu bel prazer (como no exemplo do livro), e então posso afirmar que agora sim o jogo ficou bom? Você há de convir que isso é no mínimo estranho. O que é diferente de quando a regra da casa passa pelo crivo do autor por exemplo. E isso pode acontecer com um livro também: o autor pega feedbacks dos leitores e em uma outra edição, lança o livro incrementado.
Enfim, rejeito fortemente esta LIBERTINAGEM (kk) sobre as obras da forma como você havia colocado. Uso algumas regras da casa pontuais, como já comentei (e talvez o seu caso com o Arkham Horror se enquadre aqui), e também não vejo problema quando for para causas nobres como já exemplifiquei em outra mensagem.
Essa rejeição só faria sentido real se a pessoa estivesse ativamente defendendo que: "a regra
tem que ser mudada oficialmente de maneira imediata. Exijo que o autor faça essa alteração. E eu quero essa mudança no manual, escrita e que todo mundo siga a partir de agora". Acho que ficou claro que não é disso que se trata, pelo menos da minha parte. Espero que você nunca tenha que ter lidado com uma pessoa que se comporta assim: "eu só jogo se mudarem a regra assim, senão não jogo." Usar regras da casa implica que se conhece as regras oficiais, joga com elas sem problema algum se for preciso, mas tem um bom motivo para dizer o porquê não gosta delas e as aplica no contexto adequado.
E quanto a afirmar que o jogo ficou "bom", é totalmente subjetivo. O bom de um é o ruim de outro, por isso acho que uma regra da casa tem que ser consensual ou, no mínimo, aceita entre a maioria dos envolvidos
NA MESA (como eu jogo muito mais solo que multiplayer, eu geralmente concordo comigo mesmo e aceito que eu use bastante regras variantes solo, oficiais ou não - não me chame de herege ou maluco, por favor)
. E eu não sinto essa necessidade de esperar a benção do designer. A partir do momento que ele publicou o jogo, e como regras de jogos não podem ser protegidas pela Lei de Propriedade Intelectual (seja direito autoral ou propriedade industrial), nem ele pode impedir quem quer que seja de "jogar o jogo como quiser".
Foi mal pelo textão kkkk