Oi, pessoal!
Resolvi escrever este texto para compartilhar com vocês a experiência de publicar meu primeiro jogo: Cuco!
Como tudo começou
Desde criança, sempre gostei de criar jogos. Eu fazia versões caseiras de “snakes and ladders” com temas como espaço sideral ou Egito antigo. Também inventava jogos de destreza com tampinhas de garrafa, colando desenhos de lutadores para dar vida aos personagens.
Na adolescência, descobri o RPG e criei meu próprio sistema genérico — uma espécie de GURPS simplificado — que usei em campanhas com temas variados: Dragon Ball, Star Wars, samurais, Diablo... E claro, continuei inventando jogos de tabuleiro. Um deles, inspirado em One Piece, fez bastante sucesso entre meus amigos!
O Desafio
Mas como esse hobby virou um jogo de verdade? Tudo começou com o Desafio dos Boards, um concurso com uma proposta bem interessante: criar um jogo usando apenas um baralho comum.
O que mais me atraiu foi essa limitação. Sem precisar me preocupar com a arte ou com muitos componentes, pude focar totalmente na mecânica. Queria criar algo divertido, mas que também desse a sensação de construção ao final da partida.
Foi aí que surgiu a ideia de usar as cartas para formar um relógio, onde cada uma representaria um número de 1 a 12. Comecei testando sozinho, simulando dois jogadores, até chegar às quatro ações principais do jogo e a um sistema de pontuação satisfatório.
Da ideia ao contrato
Com a vitória, me animei a criar novos protótipos e decidi buscar uma editora para publicar meus jogos. Considerei o financiamento coletivo, mas achei complicada a parte logística. Além disso, é preciso investir uma grana antes mesmo de saber se o projeto vai para frente: arte, design, produção...
Então optei por fazer um CSI enviei e-mails e mensagens para diversas editoras. A maioria nem respondeu. Algumas recusaram (meses depois), mas ainda assim fiquei grato por aqueles que tiraram um tempo para me dar feedback sobre meus jogos.
Depois de muitas tentativas frustradas, finalmente fechei contrato com a Ludofun. Acredito que o fato de ter ganhado o concurso deu um certo peso ao projeto. Nessa altura, o Tique-Taque já havia evoluído bastante, ganhado um novo nome — Cuco! — e novas funcionalidades: regras para até 4 jogadores, modo solo e cartas com poderes especiais.
O longo caminho até o lançamento
Assinar o contrato foi só o começo. Depois disso, foram meses de espera até o lançamento oficial. Vale lembrar que a primeira versão foi criada em 2020, e o jogo só foi publicado em 2025. Teve um momento em que achei que ele nunca veria a luz do dia!
Uma coisa que achei muito legal foi ver como o estúdio transforma o protótipo em um produto real. A arte foi completamente refeita, e algumas regras foram ajustadas — na minha opinião, para melhor! O jogo ficou mais acessível sem perder a parte estratégica.
Enfim, Cuco! nasceu
Cinco anos depois... está aí! O Cuco! finalmente nasceu. Estou muito orgulhoso do resultado e espero lançar outros jogos no futuro. Também torço para que as pessoas conheçam e joguem o meu jogo.
E, para quem sonha em ver seu nome estampado numa caixinha de jogo, deixo um conselho como marinheiro de primeira viagem: paciência!
Continue criando, continue testando — mas acima de tudo, continue jogando por prazer. Uma hora, a coisa acontece. E se não acontecer, tente de novo.
Antes que eu me esqueça, gostaria de agradecer a todos que me ajudaram a chegar lá! Aos amigos que participaram dos playtests e especialmente aos usuários RaphaelGuri e o Alex Pena que me deram a maior força! Também é claro, a Ludofun por acreditar no meu jogo! Obrigado também a você leitor(a) que chegou até aqui!
P.S.: Quando tiver um tempo eu juro que faço um vídeo de unboxing e explicação das regras!