Lets go to JAPAAAN??? Ops, não! +1 artigo sem noção #SIX
Existe um bicho-papão moderno que não dorme, não descansa e não perdoa seu cartão de crédito: o tal do FOMO — Fear of Missing Out.
Em português claro: o medo de ficar de fora. A ansiedade de perder a “última chance”.
O pânico de não ter o jogo que “todo mundo tem” 
FOMO é aquele sussurro demoníaco que te faz comprar um jogo que você não tem onde guardar, nem com quem jogar, nem tempo pra aprender.
Mas você compra. Porque “é a última tiragem”. Porque “vai esgotar”. Porque “se eu não pegar agora, nunca mais vou ter”.
Spoiler: vai ter.
Sempre tem.
O mercado ama seu FOMO mais do que ama você. O reprint vem, a edição deluxe reaparece, a expansão “definitiva” sai... e você, coitado, ainda está parcelando a versão anterior.
E quem alimenta esse monstro?
A indústria, claro — mas também aquele influencer que você adora.
Sim, ele mesmo: o colecionador com estante iluminada, música de suspense no unboxing e frase dramática tipo “corre que tá acabando, pessoal!”.
Spoiler dentro do spoiler: muitas vezes ele já recebeu o jogo de graça, ou com desconto, ou vendeu espaço no vídeo pra editora. O FOMO é parte do show. Seu pânico de perder é o lucro dele de ganhar clique, seguidor e publi.
A indústria vive do seu medo de perder algo. Se ninguém tem pressa, não tem fila. Se não tem fila, não tem hype. E se não tem hype... não tem curtida no reels do “última chance”.
FOMO é a crise existencial do colecionador:
Você não quer o jogo, quer o pertencimento. Quer saber que estava lá quando aconteceu. Quer se sentir insider. Quer provar que faz parte do grupo — mesmo que jogue sozinho.
Combater o FOMO é quase uma terapia de autoaceitação:
- Admita que você não precisa ter tudo.
- Aceite que você não vai jogar tudo.
- Abrace a ideia de que ficar de fora é, na maioria das vezes, um favor pro seu bolso.
Sabe aquele jogo “indispensável” que todo mundo comprou na pré-venda? Metade vai vender depois de duas partidas. A outra metade vai acumular mofo na prateleira enquanto seu dono reclama de espaço.
No fim, o FOMO não é só sobre board games.
É sobre medo de perder relevância, medo de parecer “atrasado”, medo de admitir que não precisa de tudo pra ser feliz.
E a cura?
Tá num jogo que você já tem.
Ou num café com os amigos.
Ou num final de semana sem gastar nada, usando tudo que já tem acumulado.
Resumo não solicitado:
FOMO é só mais uma sigla chique pra insegurança — com influencer no feed e boleto incluso.
Relaxa. O jogo vai voltar. E se não voltar? Você vai continuar vivo — e com mais dinheiro pra sushi.
Fique de fora dos FOMOs, prove que você é um ser evoluído, superior aos mortais ansiosos.
Mostre que não se deixa enganar por hype, tiragem limitada e miniaturas exclusivas pintadas à mão.
Controle a carteira. Controle o monstro. E viva em paz — jogando o que já tem.
Porque, no fim, FOMO é MOFO.
Se não jogar, se não usar, se não viver... tudo vira poeira na prateleira.
Escolha melhor. Jogue mais. E deixe o mofo pros desavisados.