Olá, pessoas!
Na sexta-feira prosseguimos com a 6a missão de nossa campanha de Descent.
Eu - Overlord
Marcelo - Avric Albright
Alexandre Bampa - Leoric do Livro
Cesar - Grisban, o Sedento
Marcelo, Alexandre & Cesar - Tomble Burrowell
Primeiro Sangue & Goblin Gordo - sessão I
Castelo Daerion - sessão II
O Sofrimento do Cardeal - sessão III
Interlúdio - A Cripta Sombria - sessão IV
O Tesouro do Monstro - sessão V - parte I
O Tesouro do Monstro - sessão VI - parte II
Jogamos a 1ª parte da missão A Espada do Amanhecer (The Dawnblade).
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Capítulo 8 - A Espada do Amanhecer - parte I
"Então, esse é bem o tipo de trabalho que me atrai", disse Tomble, enquanto mordiscava uma maçã.
"Roubar dos mortos?", Grisban provocou, escondendo o sorriso por sob a espessa barba trançada.
"Não!", Tomble retrucou, talvez um tanto rápido e enfático demais, ainda mais quando havia... rumores sobre as antigas atividades de Tomble pela cidade e, também, mais especificamente, pelo cemitério de Arhynn. "Recuperar artigos de valor histórico do esquecimento indevido e imerecido. Afinal, quem de vocês tinha já ouvido falar dessa espada?"
"Eu", respondeu Leoric.
"Eu também", Alvric acompanhou.
"E eu acho que lembro de uma história...", seguiu Grisban.
"Até estudei quais runas foram entalhadas na lâmina", Leoric adicionou.
"Enfim!", atalhou Tomble, irritado. "Vocês não são o povo! O povo, como eu, não sabe."
"E você é povo?", Avric perguntou, rindo.
"Mais que você!", respondeu Tomble, quase caindo da sela quando se virou, indignado.
"Eu diria que você é pelo menos metade do povo que Avric é", riu-se Grisban, deixando o polegar e o indicador perto um do outro para indicar a altura de Tomble.
"Ninguém brincou com meu tamanho quando tive de entrar pelo telhado para ajudar aqueles camponeses", Tomble falou, lembrando o triste caso da família camponesa que teve a casa incendiada por ladrões. Tomble conseguira resgatar uma criança e uma mulher, mas o fogo fizera cinco vítimas, que os aventureiros ajudaram a enterrar, bem como auxiliaram a viúva na construção de um abrigo temporário. Demorou alguns dias para que os vizinhos viessem até ali, pois foram obrigados a defender suas próprias casas contra os fora-da-lei. Avric e Grisban cavalgaram para persegui-los, mas o bando conhecia a região melhor e apenas sumiram na mata. Avric queria continuar a perseguição, mas Leoric o convenceu do contrário - a tarefa assumida de resgatar a lendária Espada do Amanhecer os aguardava e, considerando os problemas do passado, era mais do que provável que o Senhor do Escuro tinha espiões demais espalhados por Arhynn e, qualquer vantagem que eles tivessem ao sair da cidade, devia ter sumido. Os aventureiros seguiram viagem até a tumba de Sir Arcite.
O local marcado no mapa dado a eles pelo Barão Greigory e feito com base nas memórias de Sir Frederick, como esperado, estava longe de ser detalhado e correto, pois marcava locais e estradas alterados ou desaparecidos havia décadas. Na biblioteca de Arhynn sabia-se haver um registro cartográfico mais preciso, porém Leoric não conseguiu encontrá-lo e, isto, o deixou bastante desconfiado de que, mais do que espiões mundanos, o Senhor do Escuro valia-se de feitiços poderosos para obter suas informações, já que a conversa entre eles, Sir Frederick e o Barão Greigory fora realizada em completo sigilo.
"Acho que devemos virar aqui", avisou Leoric, o responsável por decifrar o mistério ocorrido pelo embate entre a realidade e o que constava no mapa.
"Já?", duvidou Grisban. "Eu sei que tem uma estrada mais à frente, talvez meio dia a mais de viagem."
"Isso nos levaria para perto demais do Castelo Daerion, e a tumba fica a norte e mais a leste dali do que a estrada", Leoric disse, olhando do pergaminho desenhado para o ambiente em volta deles.
"Mas aqui não tem nada." Avric apontou o óbvio. Estavam no meio da estrada cercada por mato e árvores de ambos os lados. "E o mapa mostra um estrada."
"Só que aqui foi uma estrada", afirmou Tomble, apeando e andando até a beira do caminho. "Vê que tem um pequeno morrinho aqui? As valas do lado devem ter sido feitas por rodas. E..." O ladino deu a entender que continuaria a falar, mas ao invés disto entrou no matagal e sumiu por alguns momentos. A voz de Tomble veio, abafada, do outro lado da cerca-viva: "E tem basicamente uma linha reta sem árvores aqui do lado." O ladino retornou, dando um salto para a estrada. "Uma carroça não passa mais, mas acho que os cavalos, sim. Vai precisar desbastar para abrir uma trilha, mas certamente havia uma estrada aqui e deve levar para algum lugar."
"Não necessariamente aonde queremos ir", alertou Grisban, desconfiado. Um impasse estava formado e foi quebrado pelo total descaso com a opinião dos outros, quando havia a possibilidade de "resgatar" algo valioso, que era um traço da personalidade de Tomble. Ele pulou para cima do cavalo e o conduziu para dentro da relva. Leoric foi atrás e Avric, que pensou em discutir a decisão, calou-se e, junto de Grisban, seguiu para o matagal.
Leoric tinha razão e, curiosamente, Tomble também. Após uma centena de passos ou pouco mais, o caminho ficou mais fácil, como se a barreira vegetal fosse propositalmente colocada ali, para cobrir a passagem e estorvar ao ponto da desistência os menos dedicados. A ausência de sinais de que alguém passara por ali antes não os deixava mais tranquilo, pois os caminhos do Senhor do Escuro usualmente são menos óbvios.
"Será que alguém consegue entender porque esses barões e sires deixam tanta coisa importante enfiada no meio de cavernas e florestas?", questionou Tomble para ninguém em particular. O silêncio na mata era opressor. "A Runa, o Arco e agora a Espada. Tudo bem que estava escondido, mas-"
"É uma questão de propriedade e responsabilidade", opinou Avric, cortando Tomble.
"Eu entendo, não é deles", Tomble concordou. "Mas era de esperar que mantivessem consigo, nem que fosse para eventualmente passar para ousados aventureiros e uma missão de surrar um certo Senhor do Escuro."
"Manter onde? Num castelo? Você viu o que ocorreu com Daerion. Num local isolado e protegido? Isso não salvou a Relíquia do Amanhecer, lá no mosteiro de Kellos", Leoric argumentou. "A verdade é que não há lugar seguro onde a mão do Senhor do Escuro não alcance. A melhor chance é com a magia antiga, ainda presente em certos locais, tal como na tumba de Sir Arcite. E já vimos que nem isso é suficiente."
"Não é suficiente porque os lugares estão vazios, mortos, abandonados", contrapôs Tomble. "Veja a diferença que o Cajado da Luz ou a Runa Umbrosa faz nas mãos de alguém que efetivamente a use. No caso estão conosco, mas poderiam estar com aqueles Farrows desgraçados."
"Sua experiência deveria deixar claro que uma pessoa não protege sua posse melhor do que uma porta", Grisban lembrou, mordaz em sua observação. Tomble ouviu naquilo um elogio.
"Isso é", assentiu Tomble, orgulhoso de si.
A vereda aberta pela mata exigiu bastante esforço, contudo ela seguiu, com poucas curvas, até perto da tumba de Sir Arcite. Era noite quando chegaram até algumas dezenas de passos da clareira que abria-se diante da construção de pedra e mármore. A tumba era grande, talvez três homens de altura, e era encimada pela estátua de um fabuloso guerreiro vestido em armadura completa e portando, no braço esquerdo, um escudo e, na mão direita, uma espada. O mármore fora marcado pelo tempo, deixando-o coberto por manchas e musgo, entretanto a glória do guerreiro ainda estava ali, mesmo com os detalhes tendo esmaecido. Toda a estrutura estava aninhada aos pés de um morro, que deveria abrigar a cripta do herói morto.
Avric viu somente o cavalo de Tomble, mas não o ladino. Olhou em volta, no escuro fendido pelos raios da lua que encontravam espaço por entre a folhagem. Leoric chegou junto a ele e deu de ombros quando o guerreiro apontou ao cavalo sem cavaleiro. Avric cutucou as costelas de sua montaria e adiantou-se, para então receber, em resposta, um aviso sussurrado: "Pare! Pare aí!"
Tomble estava quase invisível, de pé junto ao tronco de uma bétula, escondido na escuridão reforçada pelo manto élfico que usava. O ladino fez sinal de "dois" e depois outro para "a frente". Os dois apearam e amarram os animais antes de pegarem as armas. Grisban, que vinha por último, foi igualmente avisado. Avric chegou ao lado de Tomble: "O que tem ali?", murmurou.
"Dois dragões das sombras", o ladino respondeu no mesmo tom baixo. "Eles ouviram vocês chegando e se esconderam nas sombras ao lado da tumba. Não consigo mais vê-los direito, mas acho que, às vezes, quando eles se mexe, dá para ver a silhueta deles."
"Podemos tentar dar a volta", sugeriu, num sussurro, Leoric. "Seguir pela mata, subir o morro e depois descer em cima deles."
"Eu consigo fazer isso", Tomble disse. "Mas Avric e o Grisban, com esses escudos e armaduras deles, não."
"Ele tem razão", falou Avric. "Os monstros estão ali para nos atrasar. Se não estivermos dentro da tumba quando amanhecer, perderemos um dia e provavelmente estaremos presos ali dentro."
"Então será no jeito Grisban de atacar?", perguntou Grisban. Avric balançou a cabeça em concordância.
Leoric conjurou o servo-esqueleto enquanto o guerreiro e o anão esperavam, respirando pesadamente, animados e, ao mesmo tempo, temendo o combate que ocorreria. O mago anunciou: "Pronto."
Tomble puxou para trás a corda do arco mágico chamado Tiro Verdadeiro. Era, felizmente, um arco curto, que ele conseguia manusear, pois ele vira o poder da arma e não gostaria de se apartar dele por algo tão pedestre como envergadura. Não havia tensão na corda, que parecia um fio sedoso da mais fina seda. O ladino sempre tinha a impressão que a corda partir-se-ia quando fosse puxada ou quando a flecha fosse encaixada, todavia isso jamais ocorria. Além disso, Tiro Verdadeiro não precisava ser encordoado, pois a curva da madeira não perdia a potência e nem a corda enfraquecia-se, mesmo sob chuva. Era uma maravilha de uma época quase esquecida e, mesmo assim, não muito mais antiga do que o avô de Tomble. Assim era o mundo. Era, portanto, preciso resgatar outro prodígio do passado. Tomblo soltou a flecha, que zumbiu no ar, o freixo da haste da flecha tornando-se algo mais que madeira em pleno voo. A ponta de aço e magia parecia voar para o escuro encontro entre a tumba e o morro, no entanto, ao penetrar nas trevas, a mesma entrou em convulsão, guinchando.
O dragão saltou para a clareira, sob o brilho da lua, e urrou para a mata. Grisban respondeu com seu grito de guerra e, juntos, Alvric, o esqueleto e ele saíram dos arbustos e correram para a luta. Leoric esperou o outro, maior e mais feroz, surgir de seu esconderijo para recebê-lo com uma rajada do Cajado da Luz, que iluminou a clareira como se fosse dia. Os dragões recolheram-se, assustados pela luz repentina, e isso deu tempo para que Avric chegasse ao lado da primeira criatura - os golpes, porém, foram perdidos, acertando as sombras ilusórias que cobrem o monstro. Grisban, após rolar por baixo das garras, teve um pouco mais de sorte, mas as escamas negras suportaram a maior parte da violência do golpe do machado.
O dragão empinou-se nas patas traseiras e atacou com suas asas, derrubando Avric, que recebeu o golpe no escudo, mas passando por cima de Grisban, que se jogou ao chão. O outro digladiava-se com o esqueleto, enquanto as rajadas do Cajado da Luz o incomodavam deveras e impediam-no de se concentrar na luta contra o esqueleto. O dragão maior perdeu o controle e respondeu às rajadas com sua baforada de fogo negro, que varreu a clareira e incendiou o mato e destruindo o esqueleto, incinerado.
O fogo na relva, todavia, serviu para que as sombras que envolviam os corpos esguios dos dragões fossem quase dissipadas sob o lume das chamas. Avric levantou e, com uma corrida curta, conseguiu impulso para arremessar seu escudo na face do dragão menor. Era um golpe fraco, destinado somente a distrair e o resultado foi precisamente este: o monstro defendeu-se, levantando a asa e expondo o abdômen - Grisban aproveitou a abertura para enterrar a lâmina do machado na pele mais macia. O dragão guinchou e tentou mordê-lo, mas uma rajada do Cajado da Luz, controlado por Leoric, o atrapalhou. A criatura move-se para trás, levando o machado nas entranhas e Grisban gritou pela perda da arma.
Foi com surpresa que o dragão maior recebeu o ressurgimento do esqueleto, que reapareceu atrás dele e, com força inaudita, escalou a criatura como um pequeno monte íngreme e, do alto, cravou sua espada entre as costelas do dragão. A dor fez o dragão tremer e bater as asas freneticamente, pois não conseguia alcançar o incômodo esqueleto nem livrar-se da arma que o cortava. A opção que encontrou foi se esfregar contra a parede da tumba, e é um testamento à habilidade e à solidez de sua construção o fato de que ela resistiu ao encontrão sem sequer uma rachadura. O esqueleto foi esfacelado e sua espada espiritual sumiu com ele.
O dragão menor, por outro lado, tinha maiores dificuldades. Grisban armara-se com um machado de arremesso e acertara com ele um dos olhos do monstro, enquanto Avric subira um pouco o morro, circundando o dragão, de forma a poder atacá-lo pelas costas, o que conseguiu após o golpe certeiro de Grisban. A lâmina sagrada cortou pele e tendões e quebrou ossos em seu caminho sangrento pelo corpo do dragão. Mesmo fraquejando, a criatura arremeteu com precisão um golpe com sua cauda, que partiu a armadura de Avric e o arremessou-o ao chão. O dragão ia girar para esmagá-lo com suas patas traseiras, mas Grisban deu um pulo para envolver com as mãos o cabo de seu machado e, arrancando-o sem dó e, no processo, abrindo um ferimento horrível na barriga do dragão. O monstro tentou, novamente, morder Grisban e parti-lo ao meio com seus dentes, e outra vez foi impedido em seu intento, mas agora não por Leoric e, sim, pelo próprio Grisban que girou o machado pela receber a bocarra do dragão. A força foi tanta que esmigalhou os ossos da mandíbula do dragão, lançando dentes e sangue ao ar. A cabeça do monstro subiu rápido, deixando um arco de sangue espesso cobrir o mato. O dragão deu um passo ao lado, sem equilíbrio, e suas pernas falharam, fazendo-o cair de lado, perto da tumba.
Grisban andou, arrastando o machado pela grama, deixando também uma trilha de sangue, mas do oponente. Ao lado da cabeça do monstro o encarou, direto nos olhos negros como o abismo, e, com o machado, deixou aquelas poças de escuridão baças, sem vida.
Do outro lado a briga ia pior para o lado dos aventureiros, pois Leoric tinha problemas para manter a distância para o dragão e, sem ela, o Cajado era uma arma insuficiente. Enquanto corria não tinha a concentração nem o tempo para conjurar novamente o servo-esqueleto. Então ele flagrou um brilho vindo do alto do morro. Parou sua corrida por um breve momento e entendeu. Assim, mudou sua tática: lançou uma rajada de energia que, pouco feria o dragão, mas o assustava e o empurrava para trás. No entanto, para manter o recuo do dragão, era necessário avançar, e foi o que Leoric fez, andando rápido pela relva alto que ainda queimava e lançava fumaça sufocante. Quando a criatura sentiu que estava junto ao morro, parou de retroceder e, acuada, transformou o medo em fúria. Recebeu uma nova rajada no dorso, mas agora a ignorou, pois o fogo negro tomava sua garganta e as sombras adensavam-se ao seu redor.
O dragão inclinou a cabeça para trás, preparando sua baforada, quando ouviu o barulho do trovão. Não deu atenção alguma a ele pois sua língua sentia as trevas que habitavam seu ser. Somente quando o ribombar do trovão cresceu como o rugido de cem dragões, que o dragão espiou para trás, a tempo de ver, mas sem ter como fugir, da imensa avalanche de pedras que descia pelo morro. Pedregulhos de quase metade do tamanho do monstro arremeteram-se contra ele, quebrando-o, matando-o e enterrando-o. O tremendo barulho do deslizamento durou ainda por algum tempo e somente encerrou pouco depois, quando as últimas pedras caíram por sobre a tumba.
Tomble descia do morro quando Avric e Grisban encontraram Leoric diante da entrada da tumba, agora parcialmente encoberta. Avric tinha o queixo coberto de sangue e parecia seriamente ferido, mas nada além da capacidade curativa do Cajado da Luz.
"Foi quase exato!", comemorou Tomble, vendo como um artista o resultado de sua obra. "Só cobriu um pouquinho a porta da tumba."
"Um pouquinho?", Grisban assombrou-se. "Não dá quase para ver que tem uma maldita porta!"
"Ah", dispensou Tomble, com um aceno da mão. "Um fiapo de terra. Um cachorro escondendo o osso tira mais terra do que isso."
Demorou mais do que Tomble imaginara, ainda assim, pouco antes do sol nascer a porta foi afinal livrada o suficiente para eles tentarem abri-la.
"Vai, faz sua mágica", falou Grisban para Tomble. O ladido pegou sua gazua e os arames para começar a trabalhar na abertura da tranca e antes mesmo de encaixar os instrumentos, parou.
"Vai logo", Grisban reclamou.
"Não preciso", Tomble respondeu. "Já está destrancada."
Os quatro aventureiros trocaram olhares de preocupação. A luz do dia começou a descer pelo morro, bastante perto do topo da tumba.
"Então vamos", falou Avric. "Com cuidado."
Tomble abriu a porta, levantando a barra de ferro que a prendia. Dentro ainda estava um escuro como piche.
"Para variar, vocês estão atrasados", veio uma voz trovejante, de dentro da tumba escura. Não era possível vê-lo, mas não havia dúvida quanto ao dono da voz: Sir Alric Farrow, um dos tenentes do Senhor do Escuro, o assassino do Sir Palamon. Quando a luz do dia atingiu a estátua de Sir Arcite, ela percorreu algum tipo de caminho feito pelos construtores que a refletiu para dentro da tumba, iluminando-a. Sir Alric estava sentado na lápide aberta de Sir Arcite, cujos restos estavam espalhados, destruídos, pelo chão. Nas mãos o tenente do Senhor do Escuro tinha uma espada tão negra que consumia a luz em volta, combatendo-a, devorando-a. "Como tive que esperar, acabei tendo de me servir sozinho." Indicou a espada na mão. "Chamo-a de Espada do Anoitecer."
Alvric quis avançar, enfurecido como estava, mas foi contido por Leoric.
"Foi uma pena vocês não estarem aqui quando arranquei a espada daquele espírito vagabundo do Arcite. Ele gritou. Achei que só sumiria. Eu prefiro como foi", riu-se Alric Farrow. "Ao menos vocês verão a própria morte."
Sem mais, Sir Alric saltou para o lado, mais ágil do que seu porte pesado, todo vestido em armadura, indicaria. Ao lado da tumba havia uma escada que descia para a cripta embaixo da tumba.
"Se ele ainda está aqui, é porque falta algo", afirmou Leoric. "Lembram-se de como foi com o Cardeal Koth? A magia antiga os impede de chegar a todos os lugares. Ele precisa de nós para algo."
"E nós precisamos da espada", Tomble adicionou.
"Então vamos arrancá-la de dentro dele", rosnou Avric.
Os quatro foram.
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Ao contrário de minhas experiências anteriores, este cenário pareceu equilibrado. Apesar de os jogadores dos heróis terem precisado de duas caixas de lenços para todo choro de "já perdemos" (aham, Marcelo), eles tiveram não uma, mas três chances de vencer o cenário. Isso mesmo errando vários ataques e mesmo nos que acertaram o dano foi usualmente pequeno. É isso que me faz dizer que o cenário só pareceu equilibrado - provavelmente com mais sorte do lado deles, eu seria massacrado. No entanto, penso que, mesmo que eles chegassem ao ponto marcado (a tumba) haveria chances de removê-los dali.
Como foi, os heróis tiveram bastante dificuldade para superar os dragões das sombras, mas em nenhum ponto foi tão ruim quando eles estavam justamente mais fortes (na primeira rodada), quando deram 6 ataques contra o dragão menor e mesmo assim ele se sustentou. Esse foi logo de cara um ponto de esperança para mim, que troquei os dragões de posição e o dragão líder chegou lançando fogo.
Ao final, quase todos os heróis foram eventualmente derrubados (exceto o Grisban, que, com 18 pontos de vida e dois dados de defesa, tornou-se uma enorme tarefa para derrubar). Enfim, não foi fácil para nenhum dos lados é isto é o mínimo que eu espero.
Na 2a parte prevejo bastante correria.
E foi isso!
Abs,