Ouvir seu podcast é sempre um exercício de respeito pelo seu trabalho e pela sua contribuição à boardsfera. Todavia, queria trazer uma perspectiva diferente sobre dois pontos que você mencionou. 
Vício em jogo é real seja eletrônico ou analógico. Não precisa ser "injetável". Há CIDs relacionadas para os dois casos:
- Transtornos decorrentes do uso de substâncias ou comportamentos aditivos
- Transtornos decorrentes do uso de substâncias
- Transtornos devidos a comportamentos aditivos
- 6C50 Transtorno de jogo
- 6C50.0 Transtorno do jogo, predominantemente off-line
- 6C50.1 Transtorno do jogo, predominantemente on-line
- 6C50.Z Transtorno do jogo, não especificado
- 6C51 Transtorno de jogo eletrônico
- 6C51.0 Transtorno do jogo eletrônico, predominantemente on-line
- 6C51.1 Transtorno de jogo eletrônico, predominantemente off-line
- 6C51.Z Transtorno de jogo eletrônico, não especificado
- 6C5Y Outros transtornos especificados devidos a comportamentos aditivos
- 6C5Z Transtornos devidos a comportamentos aditivos, não especificados
Descrição da CID-11: 6C50
Transtorno do jogo é caracterizado por um padrão de comportamento persistente ou recorrente de jogar, que pode ser on-line (i.e. pela internet) ou off-line, manifestado por: 1. prejuízo do controle sobre o jogar (p. ex., início, frequência, intensidade, duração, término, contexto); 2. prioridade crescente dada para o jogar, a ponto de o jogar passar a ter precedência em relação a outros interesses da vida e atividades cotidianas; e 3. continuação ou intensificação do jogar apesar da ocorrência de consequências negativas. O padrão do comportamento de jogar pode ser contínuo ou episódico e recorrente. O padrão do comportamento de jogar resulta em sofrimento significativo ou em prejuízo significativo no funcionamento pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento. O comportamento de jogar e outras características são normalmente evidentes ao longo de um período de pelo menos 12 meses, para que o diagnóstico seja atribuído, embora a duração exigida possa ser reduzida, se todos os critérios diagnósticos forem preenchidos e os sintomas forem graves.
Quanto ao caso da afirmação "O hobby é sobre pessoas", considero que chamar isso de "falácia" talvez seja um exagero. A frase pode não abranger toda a complexidade do hobby, mas não chega, necessariamente, a ser um erro lógico. É verdade que o hobby não se resume exclusivamente a interações sociais, mas você mesmo mencionou que jogou o Abstratus Pop por consideração ao casal do TurnoBGames - o que demonstra que o elemento pessoal também tem relevância para você. Por outro lado, o argumento de que você não joga (mais) jogos de que não gosta não invalida diretamente a afirmação inicial, tampouco a transforma em uma falácia. No máximo, pode-se dizer que a frase é uma simplificação excessiva, ao reduzir o hobby a um único aspecto - o social - desconsiderando a variedade de motivações que levam as pessoas a jogar. Além disso, pode-se interpretar a frase como uma expressão subjetiva: uma descrição do hobby daquela pessoa específica, e não uma regra universal. Nesse sentido, o que um chama de hobby pode ser muito diferente do que outro entende como tal. Por fim, vale lembrar que uma falácia é um erro de raciocínio - um argumento que aparenta ser válido, mas não é. Identificar falácias é essencial para avaliar a consistência e a função de um argumento, mas é importante também ter cautela para não rotular como falacioso aquilo que é apenas uma visão pessoal.
Um ponto que me tocou bastante é o risco de virarmos "monotemáticos". Não lembro quem falou isso, mas parabéns pelo comentário.