Por Patesi
Ouro de Tolo é um jogo de cartas casual de três a seis participantes dos designers André Zatz e Sérgio Halaban, cuja editora é a Ceilikan, responsável por trazer ao Brasil o clássico Samurai de Knizia e outros jogos exclusivamente nacionais, tal como o Pássaros, Deterrence e Viajantes.
A ambientação do jogo consiste em colocar os jogadores no papel de mineradores ávidos por colocar a mão nas pedras mais valiosas da mina de escavação.
As regras do jogo são facilmente assimiladas e consistem, basicamente, em escolher uma das três ações disponíveis:
1- Sortear uma pedra. Sim, no início do turno você deve meter a mão no saco que contém uma porção de pedras e sortear uma delas. Ao realizar esta ação deverá, então, colocar a pedra no espaço respectivo em seu cartão. Os valores de cada cor são definidos no já citado cartão. O problema todo é quando se pega a pedrinha preta, que é o famigerado ouro de tolo. Inicialmente a pedra não vale nada, mas se o jogador já possuía um ouro de tolo, ao adquirir o segundo, automaticamente sai da mina e perde todas as pedras de valores sorteadas até o momento. Ou seja: lascou-se!
2- Utilizar uma das cartas de ação que possua. As cartas determinam as ações que podem ser praticadas pelos jogadores. Elas consistem em vários tipos de “práticas nada leais” e são bastante divertidas. Por exemplo, se o jogador já possui um ouro de tolo, ou quando tira da mina algum jogador que também já possui um, basta utilizar a carta “isto não é meu”. Veja que ação singela: você fica sem nenhum ouro de tolo e ainda eliminou um jogador da rodada por entregar a ele um segundo ouro de tolo.
Há, no entanto, as cartas “respostas” a essas ações ardilosas. Por exemplo, se o jogador utilizar a carta “isto não é meu”, do exemplo acima, a suposta vítima pode utilizar “nem meu”, que manda o ouro de tolo para outro pobre minerador.
3- Sair da mina. Essa é uma opção do jogador caso já tenha obtido muitas pedras de valor e já esteja com um ouro de tolo, sem querer arriscar mais. Mas também pode ser contra a sua vontade por adquirir o segundo ouro de tolo, seja por sorteio, seja pelo “favorzinho” de algum outro minerador ganancioso.
Quem for saindo da mina, tem direito a puxar uma carta de ação do monte. O último a sair é chamado de “caxias” e pode puxar uma carta, como qualquer outro jogador o fez (menos que saiu obrigado por ter 2 ouros de tolo) ou continuar sorteando pedrinhas até quando quiser ou puxar a fatídica segunda pedrinha preta. Terminada a rodada, começa-se tudo de novo.
O jogo termina quando quaisquer dos jogadores ganha um certo montante de dinheiro ao trocar suas pedras, toda vez que sair da mina. O blefe também poderá ser utilizado, já que, mesmo que se consiga a quantia estipulada no manual, é facultado continuar o jogo se houver suspeitas de que outro jogador possua quantia maior que a sua, afinal quem ganha é quem adquirir as maiores economias.
Sendo um jogo da Ceilikan cabe um parágrafo sobre a qualidade dos componentes. Que rufem os tambores… Os componentes são muito bons, embora relatos de uma primeira edição ter uma tampa muito justa e pedras de quase a mesma cor (as vermelhas e laranjas) não verifiquei esses detalhes no meu produto, que presumo ser de uma segunda edição. Há, para manter a tradição, o manual, mesmo sendo muito didático é terrivelmente mau impresso.
Já o jogo em si é muito divertido e de curta duração. Ideal para inícios ou fins de jogatina.
Recomendado!