fernandacastro_::Difícil encontrar uma explicação clara. Mas, no meu caso, desde de pequena gosto de jogos, mas era muito tímida, e isso me impediu de criar ou entrar em grupos de jogatina. Além de poucos estímulos dos pais. Sou a mais diferente da família, a filha geek rsrsrs.
Hoje retorno para esse hobby, com a intenção de me encontrar depois da maternidade. De fato, a maternidade nos viram pelo avesso, e assim, buscamos os desejos adormecidos da infância. Estou muito feliz, e com grandes expectativas de apresentar os meus jogos para minha filha no futuro. 
Quanto à criação de jogos, eu estou finalizando meu primeiro jogo, voltado para o público infanto-juvenil, além de ser um jogo família. O porquê de criar jogos está no meu desejo mais profundo: que cada vez mais crianças (meninos e meninas) se divirtam com jogos de cartas e tabuleiros e abandonem um pouco as telas, tão viciantes e prejudiciais para a saúde mental.

Fernanda, tudo bem?
Que bom que está enveredando para a criação. Precisamos de mais designers nacionais. E a busca por tirar os filhos das telas é justa. Eu mesmo peno com isso, mas se a gente não tentar, quem vai?
Vamos firmes nessa luta (a de criar e de colocar s molecada pra jogar).
Abs

Eu ia até dar uns "dois dedos" de opinião, mas há opiniões suficientes aqui que expressam a experiência puramente pragmática que possuo, acumulada em 14 anos no mundo dos board games modernos (fora os da "velha guarda"), não propriamente com relação ao assunto da quantidade de designers femininas, mas da quantidade proporcional de jogadoras no hobby.


Já tivemos algumas mulheres no nosso grupo local, a maioria esposas/namoradas de membros do grupo.

Foram deixando de jogar uma a uma, mesmo com muito incentivo da minha parte para que participassem, e hoje não resta mais nenhuma.

Thiago vilela::Na minha família e círculo de amizades, realmente, são bem poucas as mulheres que se interessam em jogar boardgame. 
Até hoje, em 5 anos de hobby, num universo de pelo menos 60 pessoas que eu consegui colocar pra jogar, seja na minha casa, casa de alguém, festa, viagem e por aí vai, se sentaram 6 mulheres na mesa foi muito, das que eu consegui manter cativamente acredito que são só 3. Dessas 3, uma é minha filha, que joga, mas não encara qualquer coisa, principalmente se o jogo for demorado, logo depois ela simplesmente não quer mais jogar, recentemente ela começou a recusar jogatinas, provavelmente pela cabeça cheia com os trabalhos incessantes da faculdade, as outras duas só aparecem de vez em quando, mas quando aparecem jogam bastante. 
Tem também minha mulher mas essa só quer jogar Coup. (Que "ódio" kkkkkk)
Resumindo, o que eu pude perceber é que as mulheres realmente se interessam menos, se é por uma coisa cultural tipo futebol ou como foi citado no seu texto sobre as meninas não ganharem boardgames, (realmente não me lembro de alguma prima minha ganhando um) eu não sei. 
O que eu acho que pode ajudar pra isso acontecer é o instinto competitivo que geralmente os meninos tem e as meninas não, isso podemos observar desde a escola quando era muito fácil montar um campeonato de futebol, vôlei, basquete ou handball, eu me lembro de várias tentativas do professor de educação física fracassarem pra montar campeonatos femininos, aliás só me lembro de um de handball ter ido pra frente. 
Acredito que existam muitas coisas que podem ser feitas pra aumentar esse interesse, mas de um modo geral, eu percebi que elas apenas não fazem questão.

Deixando claro que essa é a minha visão, com base na minha experiência , e antes que alguém pergunte, nos sempre somos muito cordiais e as vezes até insistentes pra que elas joguem, inclusive deixando elas escolherem os jogos.

Mesma experiência que tivemos em nosso grupo local e mesmas impressões que você teve, é da natureza do homem a competitividade extrema e o gosto pela diversão com amigos, lógico que não é geral, mas com certeza em uma porcentagem maior que a encontrada entre as mulheres, vide o comportamento bem mais comum do marido querer participar de um "racha" ou um churrasco com os amigos que das esposas quererem fazer o mesmo, pelo menos entre os casais que conheço, mas acredito pela quantidade de "memes" a respeito do tema  que seja uma realidade mais ou menos geral.

Há sim, áreas de interesse, profissões inclusive, que atraem mais o público masculino, assim como há áreas de interesse majoritariamente do público feminino.

Acredito que a natureza do nosso hobby, no geral, tende a ser mais atrativo ao universo masculino que ao feminino, mas claro que qualquer pessoa, de qualquer idade, pode gostar do hobby.

Não acredito que questão cultural tenha um peso significativo, pois a grande maioria dos membros do nosso grupo tinha zero cultura de jogar, mas somente homens continuaram, não só jogando, como comprando e consumindo conteúdo relacionado ao hobby até hoje.

Nreekm::É cultural. Não existe isso de instinto competitivo dos homens. Muitos amigos homens meus são muito tranquilos e tem pouquíssima competitividade e muitas amigas minhas jogam com unhas e dentes. Evolutivamente a raça humana não é competitiva, muito pelo contrário, só evoluímos por causa de um fortíssimo instinto de organização social e empatia. Tanto que o primeiro sinal de civilização que temos é de um fêmur quebrado que foi curado, pois indica que alguém o ajudou a se curar ao invés de o abandonar.  A questão é que a nossa cultura forma homens para serem competitivos e mulheres para serem companheiras e isso acaba se refletindo no boardgame. A questão dos brinquedos também é 100% real. O que é uma grande pena, imagina quantos jogos incríveis criados por mulheres geniais estamos deixando de ter.

Me permita discordar, mas a humanidade sempre foi extremamente competitiva sim, vide a quantidade absurda de guerras que tivemos ao longo da história.

Pode-se questionar os motivos da competitividade, mas sempre fomos competitivos até hoje, pela atenção dos pais etc, no trabalho, na educação, e até na hora de escolher um(a) parceiro(a).

Mileyd22::Eu sinceramente não acho que dar boardgame de presente seja relevante. Até porque, convenhamos, não é um presente comum pra crianças, exceto os filhos de pais mais nerds kkkkk
Eu quando era criança jogava jogo de tabuleiro com meus pais, hoje em dia eu sou fissurada e minha irmã não. Mas eu já sou aquela mulher exceção mesmo, eu gosto de jogos digitais, HQ, boardgame, futebol. Já minha irmã é a clássica de "toda mulher gosta" kkkkkk e fomos criadas do mesmo jeito, com literalmente os mesmos presentes, tendo as mesmas oportunidades de lazer e até a idade é parecida, considerando que é só 1 ano de diferença.
Do meu ponto de vista, é só algo que mulher não se interessa mesmo, no geral. Eu vejo isso constantemente, eu sou professora e vira e mexe levo alguns carteados para jogar com meus alunos (que nunca jogaram nada de nada), e de 10 que querem jogar, 1/2 são mulheres. E não é porque os meninos preferem a bagunça e as meninas não, pq isso daí é igual kkkk menina só disfarça mais.
Pra mim é isso, e sobre competitividade, não sei opinar até onde interfere, pq eu sou muito competitiva, sempre fui, todo jogo eu gosto de ganhar. Mas tem muita gente no hobby que não é assim, então acho que não interfere.

Com certeza.

Se apresentar o hobby a crianças com zero experiência em jogos, ai ter mais meninos que meninas interessados, e isso não é demérito das meninas, apenas outros assuntos atraem mais o interesse dela.

Mas que, em média, os meninos são de maneira inata mais competitivos que as meninas passei minha ida toda constatando isso, apesar de ter meninas altamente competitivas como você e meninos pouco competitivos, mas no geral é assim que observei durante esses anos que vivi até hoje.

clebercastilho::

Mileyd22::Eu sinceramente não acho que dar boardgame de presente seja relevante. Até porque, convenhamos, não é um presente comum pra crianças, exceto os filhos de pais mais nerds kkkkk.

Já discordo dessa parte.

Eu acho jogos um excelente presente. Não precisamos listar aqui os ganhos cognitivos e sociais que jogos proporcionam às crianças.

Jogos não são opções de presente quando não sabemos os gostos da criança, aí vai no que não tem erro. Meus filhos adoram jogar e todos na família sabem disso. Consequentemente, eles são presenteados com jogos. 

Tenho sobrinhas e nunca as presenteei com bonecas. Prefiro presentes que estimulem a criatividade, cognição, socialização.

Sobre mulheres serem minoria no assunto, eu acredito que sim, vem de uma infância com menos contato com jogos. As pessoas tendem a acreditar que jogos/esportes é coisa de menino, o que na minha visão está errado. 

Meninas que crescem em ambientes onde jogos, vídeo games e esportes prevalecem, tendem a se tornar adultas com gosto pra isso.

Mas provavelmente os meninos têm uma probabilidade maior de, quando adultos, continuarem a gostar de jogar, pode observar.

Logan_df::

naturama::A resposta pra isso é simples: patriarcado.

Mulheres são "treinadas" desde cedo pra ajudarem as mães nas tarefas de casa enquanto os irmãos fazem outras coisas. Ganham bonecas enquanto os irmãos ganham todo o tipo de brinquedo.

Poucas mulheres tem um hobby, porque o tempo da mulher precisa sempre ser justificado. Se ela faz uma pausa, acaba se sentindo culpada. Se não for produtivo, voltado à servidão, vem a culpa, e o tempo livre parece ser um desperdício. É a realidade infeliz pra maioria das mulheres, e não há como se negar isso.

Mulheres encaixam o lazer em seus intervalos somente se lhes sobra tempo.

Os homens podem fazer o que quiserem, sem ninguém reclamar ou cobrar. Já as mulheres, precisam se justificar.

As mulheres "não se interessam" por jogos porque muitas vezes não lhes foi dada a oportunidade para se interessar.

Na indústria de videogames também há menos mulheres, pelo mesmo motivo que há mais mulheres em enfermagem e psicologia do que homens: nós mulheres, infelizmente, somos ensinadas desde cedo para servir os outros, e não temos espaço e oportunidades suficientes para existirmos em outros espaços, outros meios, de forma equânime. E nossos interesses sempre estão em segundo plano - ou em nenhum plano.

Da próxima vez que estiver jogando com um homem casado sem a companhia da sua esposa, pergunte o que sua esposa está fazendo, e se tem filhos, quem está cuidando deles.

Naturama,
Ouvi bastante disso. Das profissões. Que não há muitas engenheiras, por exemplo. Que homens ganham Lego e outros brinquedos inventivos e mulheres, não.
"Da próxima vez que estiver jogando com um homem casado sem a companhia da sua esposa"
Em nosso grupo, a primeira pessoa que sempre chamamos para jogar, incansavelmente, são nossas esposas. Mas elas simplesmente não querem (e nem é falta de tempo porque os filhos estão crescidos e as tarefas de casa são divididas). Elas simplesmente não querem.

Abs

Exatamente, a realidade não se molda a ideologias, a realidade é nua e crua, simples assim.

Sempre houve mais enfermeiras que enfermeiros, sempre houve mais doutoras pediatras que doutores pediatras, sempre houve mais engenheiros que engenheiras, sempre houve mais secretárias que secretários, cada profissão se torna atraente para quem tem um conjunto de habilidades específicas.

Homens são, em média, "monotarefa", só sabemos fazer uma coisa por vez, mas tendemos a ter mais concentração, mulheres são mais multitarefa, sendo ideal para uma infinidade de atividades, mas tem tanto para outras.

Isso não torna nenhum "melhor" em si que o outro, apenas mais vocacionados para certas atividades e interesses, isso é uma das diferenças biológicas entre homens e mulheres.

Mileyd22::Eu estou voltando aqui pra comentar de novo, porque eu pesquisei algumas coisas que achei relevantes escrever. Como eu disse anteriormente, minha opinião era de que as mulheres simplesmente não se interessam.
E claro que as questões culturais e sociais tem seu papel nisso, em alguns pontos, mas não acho que seja tudo. Então fui atrás e achei isso:
1° Jogos envolvem sistemas, estratégia e competição: Pensamento lógico-estratégico, raciocínio espacial, alta tolerância à frustração e à derrota, tomada de decisões sob pressão. Tudo isso aciona o tipo de cognição mais comum em cérebros masculinos, por causa da influência da testosterona no desenvolvimento das áreas cerebrais responsáveis por esse tipo de tarefa.

2°  Homens buscam mais recompensa por status: Jogos competitivos ativam os circuitos de recompensa ligados a status, vitória e domínio — mais fortes nos homens.  Já as mulheres costumam preferir recompensas relacionais: cooperação, harmonia, construção conjunta.

3°  Mulheres geralmente preferem os jogos que envolvem interpretação, diálogo, emoção ou estética bonita (ex: Everdell, Wingspan, Azul)

Esses mesmos motivos se aplicam ao porque mulher geralmente não gosta de futebol, jogos digitais, ou esportes que envolvam muita violência e/ou contato físico. Simplesmente não está na nossa natureza (biologia) ser assim. Claro que não é uma regra e obviamente tem suas exceções. Só queria pontuar que não é só porque não damos jogos de tabuleiro para nossas filhas/sobrinhas/amiguinhas etc, que elas não se interessam por isso. Também acredito que aquelas que naturalmente se interessariam por isso, eventualmente vão chegar no hobby, sendo rapidamente por meio de algum estímulo, seja tardio como acontece com a maioria de nós.

Outra coisa que eu realmente notei (principalmente nas minhas partidas de BGA) é que realmente vejo mais mulheres  em jogos como Azul, Harmonies, Wingspan, Sky team. Raramente vejo mulheres jogando os euros doidos pesadões. De novo, é porque falta habilidade? Não, é porque elas não querem. E acho que a questão de "Ah, mas ela não tempo pra jogar, por isso vai nesses". Será? Na minha cabeça se ela tá no BGA jogando, é porque ela tem tempo, ela não escolhe os outros porque não quer mesmo. Exemplo disso também está aí nos homens que chamam as esposas, e elas não querem, e quando querem é um jogo mais leve mesmo. Enfim, é isso. Boa sorte pra quem leu tudo kkkkkk

Todos os elogios à sua lucidez e cabeça aberta, sem cair em armadilhas ideológicas ou estereótipos criados, é só isso mesmo.

Isso não tira nem uma mínima fração da capacidade das mulheres, apenas é questão de gosto.

Não há problema algum do cara gostar mais de filmes de guerra que românticos, assim como não problema algum de alguma moça gostar mais de um dorama que de uma série sobre um psicopata.

Os dois foram criados por Deus para se complementar, não para serem iguais.

Eu faço muito a analogia com as peças de um quebra-cabeça: peças têm que ser diferentes (nem que seja pelo posicionamento) para se encaixar e continuarem unidas.

Logan_df::Inka Brand - Ganges, A Castle for All Seasons e Village
Karen Seyfarth – para TALVEZ se enquadrar naquilo citado acima, ela desenvolveu juntamente com o marido, Andreas Seyfarth, o Thurn and Taxis. (Acredito, não é informação, mas uma opinião, que ela deve ter ajudado Andreas no desenvolvimento de seus outros jogos, já que são casados há décadas).

Só pra adicionar na informação, a Inka tb faz seus jogos junto com seu marido. Assim como a Karen, em todos esses citados, junto com toda a série Exit (q tem dezenas de "títulos") Inka divide o nome de capa com Markus Brand.

tpcordeiro::

Logan_df::Inka Brand - Ganges, A Castle for All Seasons e Village
Karen Seyfarth – para TALVEZ se enquadrar naquilo citado acima, ela desenvolveu juntamente com o marido, Andreas Seyfarth, o Thurn and Taxis. (Acredito, não é informação, mas uma opinião, que ela deve ter ajudado Andreas no desenvolvimento de seus outros jogos, já que são casados há décadas).

Só pra adicionar na informação, a Inka tb faz seus jogos junto com seu marido. Assim como a Karen, em todos esses citados, junto com toda a série Exit (q tem dezenas de "títulos") Inka divide o nome de capa com Markus Brand.

Fala Tpcordeiro.
Sim, não me aprofundei muito nas produções das designers citadas, que são exceções (mas que trabalham bem para o nosso hobby). Foi mais a questão de apontar os poucos nomes que existem no mercado mesmo.
Valeu pela contribuição.
Abs