gpierrotti::Emoções a parte, vamos falar de valores?


Esse envio da Meeple nada mais é do que um serviço logístico que barateia (e muito) os custos que você teria se quisesse comprar esse jogo da Awaken pelo gamefound dela

A Meeple está oferecendo 3 opções do jogo e abaixo vou colocar o equivalente do gamefound e as devidas conversões considerando o dólar de hoje (5,88):

Edição Básica Meeple: 749,90 reais
Standard Pledge: 59 dólares + 35 de frete, total 94 dólares

Comprando a Standard Pledge, que equivale ao Edição Básica, o total em reais considerando impostos de importação seria de 1065 reais (redução de 30%, taxa do dólar em 7,96)


Edição Especial Meeple: 1399,90 reais
Especial Edition Pledge: 95 dólares + 40 de frete, total 135 dólares

Comprando a Special Edition Pledge, que equivale ao Edição Especial, o total em reais considerando impostos de importação seria de 1530 reais (redução de 8,5%, taxa do dólar em 10,37)


Edição Premium Meeple: 2799,90 reais (essa é mais complicada porque virou um amálgama de opções do gamefound)
Landscape Pledge + Artbook + Sleeves: 195 dólares + 15 + 6 + 48 de frete, total 264 dólares

Comprando a Landscape Edition Pledge e adicionais, que equivale ao Edição Premium, o total em reais considerando impostos de importação seria de 2992 reais (redução de 6,5%, taxa do dólar em 10,60)



Em resumo, fica claro que a Meeple percebeu com as vendas do Burgundy que quem compra esses jogos está mirando ou numa versão premium ou premium+ (minis), fazendo com que a diferença entre importar solo ou comprar com eles ficasse pequena quando tratamos dessas versões.

Se você quer um Puerto Rico com uma arte nova, modo solo, uma qualidade impecável e todas as expansões e não liga para moedas de metal ou miniaturas (me pergunto inclusive o quão prático vai ser usar as minis de trabalhadores para ser honesto), de longe a versão básica é a que mais compensa.

Diferente do Burgundy que manipula muito os seus tiles, não vejo muito motivo para comprar os tiles de acrílico de Puerto Rico já que o desgaste vai ser mínimo se bem manuseado, só tenho preferência mesmo pelo playmat (fraqueza minha).

É muito possível que eu acabe comprando a edição especial por conta dos barcos, moedas de metal e caixas de produto e para talvez fazer uma coleção dos jogos da Awaken Realms tendo em vista que o próximo será o Agrícola, e eu amo esse jogo.

E emoções a parte e sem defender a Meeple, mas o trabalho que eles fazem aqui é honesto, comprar os produtos via gamefound fica mais caro e o custo alto do jogo se resume em impostos de importação e frete (e com esse último que eu tenho certeza de é como a Meeple encontrou a margem de lucro dela, além de com toda a certeza comprar os jogos num preço menor do que o listado no gamefound devido ao volume de compra)

Bom resumo! Eu também tenho o Burgundy e optei pela Special Edition + Playmat do Puerto Rico. Importar pelo gamefound sempre é uma caixinha de surpresas, e acho que nem tinha envio para o Brasil, e precisaria pedir para uma outra empresa encaminhar o jogo.
Infelizmente no caso não há como barganhar muito os valores, pois o preço desse jogo é quase esse lá fora, e o jogo vai ser traduzido e vendido sob encomenda, e imagino que ninguém vai comprar pra "revender" depois como objetivo.

Danielmw98::

gpierrotti::Emoções a parte, vamos falar de valores?


Esse envio da Meeple nada mais é do que um serviço logístico que barateia (e muito) os custos que você teria se quisesse comprar esse jogo da Awaken pelo gamefound dela

A Meeple está oferecendo 3 opções do jogo e abaixo vou colocar o equivalente do gamefound e as devidas conversões considerando o dólar de hoje (5,88):

Edição Básica Meeple: 749,90 reais
Standard Pledge: 59 dólares + 35 de frete, total 94 dólares

Comprando a Standard Pledge, que equivale ao Edição Básica, o total em reais considerando impostos de importação seria de 1065 reais (redução de 30%, taxa do dólar em 7,96)


Edição Especial Meeple: 1399,90 reais
Especial Edition Pledge: 95 dólares + 40 de frete, total 135 dólares

Comprando a Special Edition Pledge, que equivale ao Edição Especial, o total em reais considerando impostos de importação seria de 1530 reais (redução de 8,5%, taxa do dólar em 10,37)


Edição Premium Meeple: 2799,90 reais (essa é mais complicada porque virou um amálgama de opções do gamefound)
Landscape Pledge + Artbook + Sleeves: 195 dólares + 15 + 6 + 48 de frete, total 264 dólares

Comprando a Landscape Edition Pledge e adicionais, que equivale ao Edição Premium, o total em reais considerando impostos de importação seria de 2992 reais (redução de 6,5%, taxa do dólar em 10,60)



Em resumo, fica claro que a Meeple percebeu com as vendas do Burgundy que quem compra esses jogos está mirando ou numa versão premium ou premium+ (minis), fazendo com que a diferença entre importar solo ou comprar com eles ficasse pequena quando tratamos dessas versões.

Se você quer um Puerto Rico com uma arte nova, modo solo, uma qualidade impecável e todas as expansões e não liga para moedas de metal ou miniaturas (me pergunto inclusive o quão prático vai ser usar as minis de trabalhadores para ser honesto), de longe a versão básica é a que mais compensa.

Diferente do Burgundy que manipula muito os seus tiles, não vejo muito motivo para comprar os tiles de acrílico de Puerto Rico já que o desgaste vai ser mínimo se bem manuseado, só tenho preferência mesmo pelo playmat (fraqueza minha).

É muito possível que eu acabe comprando a edição especial por conta dos barcos, moedas de metal e caixas de produto e para talvez fazer uma coleção dos jogos da Awaken Realms tendo em vista que o próximo será o Agrícola, e eu amo esse jogo.

E emoções a parte e sem defender a Meeple, mas o trabalho que eles fazem aqui é honesto, comprar os produtos via gamefound fica mais caro e o custo alto do jogo se resume em impostos de importação e frete (e com esse último que eu tenho certeza de é como a Meeple encontrou a margem de lucro dela, além de com toda a certeza comprar os jogos num preço menor do que o listado no gamefound devido ao volume de compra)

Bom resumo! Eu também tenho o Burgundy e optei pela Special Edition + Playmat do Puerto Rico. Importar pelo gamefound sempre é uma caixinha de surpresas, e acho que nem tinha envio para o Brasil, e precisaria pedir para uma outra empresa encaminhar o jogo.
Infelizmente no caso não há como barganhar muito os valores, pois o preço desse jogo é quase esse lá fora, e o jogo vai ser traduzido e vendido sob encomenda, e imagino que ninguém vai comprar pra "revender" depois como objetivo.

Caros Danielmw98 e gpierrotti

Rapaziada, só para esclarecer, eu não defendi que a MeepleBR estivesse explorando as pessoas especificamente em relação ao preço do Puerto Rico 1897 Especial Edition. Eu acho que a MeepleBR como qualquer outra grande editora nacional de board games, erra quando promove o HYPE e o FOMO, e contribui fortemente para que os board games fiquem cada vez mais proibitivos, mas essa é outra questão.

O que eu defendo, é que nós brasileiros estamos jogando um jogo impossível de ganhar. Nós ganhamos nosso dinheiro em real, enquanto norte-americanos e europeus ganham em dólar e em euro. E não fosse só isso, mesmo proporcionalmente, nós ganhamos salários mais baixos, e no geral temos um padrão de vida mais baixo também. Do mesmo modo, moramos em um país com corrupção endêmica, que requer uma carga tributária que é uma verdadeira extorsão legalizada, para se sustentar. Além disso ainda temos uma infraestrutura de distribuição e alfandegária pífia, e mesmo assim caótica. Certamente nada disso é culpa das grandes editoras nacionais de jogos. Mas isso também não muda o fato de que um jogo que custa 100 dólares para um americano é proporcionalmente muito mais barato, do que custa para um brasileiro. Assim sendo, mesmo que a MeepleBR apresente uma opção mais barata, do que importar, para quem quer comprar o Puerto Rico 1897 Especial Edition, ainda assim, esse "mais barato", na verdade está mais para "menos caro".

Sei que muita gente vai discordar, mas pelo menos na minha opinião, 700 reais é muito caro, não apenas para o Puerto Rico 1897 Especial Edition, mas para qualquer jogo de tabuleiro. Eu também tenho total consciência de que se eu acho muito caro, basta eu não comprar. Só que o que me preocupa, é onde nós vamos parar se continuarmos nos convencendo de que está caro mas vale a pena, afinal de contas é o Puerto Rico 1897 Especial Edition. E isso certamente vai afetar até quem não tem mais condições de comprar nem os jogos família com os preços de hoje, quanto mais aqueles com os preços de amanhã. Se o preço aceitável do jogo médio (em termos apenas de peso) hoje é 700 reais daqui a dois anos será 1.000 reais, daqui a quatro anos será 1.500 reais, daqui a seis anos será 2.000 reais Nesse caso, onde é que nós vamos parar?!?!

Para terminar, eu deixo apenas um pensamento. Quando o Heat saiu por 500 reais, muita gente disse que o preço era um absurdo de caro, e que se esperava que ele viesse por algo em torno de 350 reais. Pois bem, esses mesmos 500 reais, caríssimos no ano passado, são os mesmos 500 reais que as pessoas esperavam que saísse o Puerto Rico 1897, pelo menos na versão mais básica. Com isso, se amanhã o aguardadíssimo Food Chain Magnate sair por 1.000 reais, as mesmas pessoas que hoje reclamam dos 700 reais do Puerto Rico 1897 talvez passem a defender que se o Food Chain Magnate, saísse por 700m reais estaria tudo bem, e assim por diante...

Isso só me faz ficar cada vez mais convicto, de que realmente board game não são mais para o bico da nossa cada vez mais combalida classe média, que eu acredito seja a maioria de quem escreve aqui no Ludopedia. Depois dessa Guerra Tarifária Trump X China, aí é que não será mesmo!!!!

Um forte abraço e boas jogatinas!

Iuri Buscácio

P.S. Eu adoro vinho, e de vez em quando até gasto um pouquinho em um rótulo ou dois, mas nem por isso estou disposto a pagar o quanto se cobra por uma garrafa de Domaine de la Romanée-Conti Gran Cru 2020. 
 
         
  
   

Desculpa Iuri, meu comentário não foi uma crítica ao seu ou de outra pessoa.

Era mais no intuito de mostrar para quem tem interesse de comprar o jogo quais são os valores lá fora e se parece ou não vantajoso comprar com a Meeple invés do gamefound.

E estou contigo no sentido de ser muito caro para nós brasileiros (tanto que se eu acabar comprando com certeza será em 6x no cartão hahahahha)

Gosto de fazer esses cálculos para entender o motivo dos jogos chegarem tão caros para nós e saber também se é uma tendência mundial (como foi agora o farshore) ou se é ganância das editoras.

iuribuscacio::

Danielmw98::

iuribuscacio::
Caros Boardgamers

Vou escrever aqui a minha opinião, que ninguém pediu, mas vou escrever assim mesmo. 

Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que não vou discutir aqui a questão da escravidão, primeiro porque isso já foi discutido exaustivamente em outros tópicos, e segundo porque o quero falar mesmo é do lançamentos da versão nacional do Puerto Rico 1897. Por isso eu vou falar ada questão da escravidão, bastante "en passant", e apenas para contextualizar meu comentário.  

Alguns anos atrás houve uma polêmica enorme a respeito do fato do jogador interpretar o papel de um dono de escravos no Puerto Rico original. Isso foi um problema muito sério e que reverberou no mundo todo, principalmente depois do envolvimento do Zee Garcia do Dice Tower, ele mesmo descendente de porto-riquenhos. Para não deixar dúvidas a esse respeito os meeples dos trabalhadores eram marrons (pelo menos na versão da Grow era assim).

A discussão foi enorme, com gente de um lado defendendo que era apenas um jogo, e as reclamações eram exageradas, outras pessoas defendiam que a reclamação era válida e que nada justificava que alguém se sentisse confortável fazendo um papel tão odioso, principalmente em sue momento de lazer. EU particularmente concordo com essa segunda posição, e confesso que durante algum tempo eu fiquei muito dividido, porque gosto de jogo, mas ao mesmo tempo essa questão da exploração de mão de obra escrava me incomodava bastante. Com isso, resolvi para de jogar e o Puerto Rico ficou algum tempo parado na estante, até que eu resolvesse como jogá-lo, sem que isso ofendesse o meu ponto de vista ético e de mais ninguém. 

O tempo passou e finalmente a editora responsável saiu com o tipo de solução que empresas de board games mais adoram: ela lançou uma nova versão, o Puerto Rico 1897, que se passa na época da independência da ilha, e excluindo a questão da escravidão, que havia sido abolida quase três décadas antes em 1873. Isso resolveu o meu problema, porque, na impossibilidade de comprar a versão importada devido ao alto preço, seguindo o exemplo de muita gente, eu comprei meeples de outras cores, e comecei a jogar minha cópia da Grow mesmo, como se o jogo se passasse em 1897, e como se a mão-de-obra fosse composta de trabalhadores assalariados. 

Por isso, fiquei muito feliz quando foi anunciada o lançamento da versão nacional, e mais feliz ainda, quando soube que além da edição especial para colecionadores cheia dos mais variados frufrus, também viria a edição normal, para reles mortais como eu. Infelizmente, minha alegria durou pouco, quando fiquei sabendo dos valores do jogo, mesmo na versão standard. Sinceramente, eu queria muito essa versão, mas pagar R$ 750,00 (preço do site da editora) está totalmente fora de questão, pelo menos para mim. Isso é muito dinheiro, para um jogo de tabuleiro, mesmo que se trate de um verdadeiro clássico como Puerto Rico, principalmente considerando que eu já tenho o jogo, na versão antiga

Acho que quem estiver disposto a gastar um preço tão alto tanto dinheiro, vai ter realmente um belo jogo, mas isso não é para mim. E nem é uma questão de não ter dinheiro, mas sim de não concordar e de não querer ratificar essa escalada de preços, que cada vez mais elitiza o nosso hobby, e literalmente afasta quem não é tão abastado, nem tão privilegiado socioeconomicamente.

Por isso, respeito quem pensa diferente, mas vou deixar esse lançamento passar, e aguardar para ver se daqui a alguns meses o preço baixa para um patamar menos absurdo. Se isso não ocorrer, ou se o jogo esgotar paciência. Enquanto isso, eu vou me divertindo jogando o meu Puerto Rico da Grow "véio de guerra", na minha "versão 1897 caseira" mesmo. 

Um forte abraço e boas jogatinas!

Iuri Buscácio

Fala Iuri! Só para esclarecer, a versão do 1987 (lançada fora em 2022) padrão nunca saiu no Brasil, e não é a que a Meeple está fazendo a pre venda. A que você queria é uma versão que lá fora vende por 40 dólares e aqui seria de 300 a 350 reais se lançasse por alguma editora. A confusão é que a Awaken Realms "deluxificou" o jogo e criou 3 níveis (resumindo por cima) de apoios: Standard, Special e Premium. A edição "normal" do 1987 não estava nos planos (você e alguns outros confundiram a versão "normal" com o que seria o "Standard" dos deluxes). 
Mas dada a situação, talvez seja difícil agora alguma editora querer trazer a versão normal do 1987, agora que a versão da Awaken está na pré venda. Quem sabe algum dia, caso a Meeple não venda tão bem (mas acho improvável, se deu certo com o Burgundy, talvez dê certo com com Puerto Rico também).

Caro Danielmw98

Rapaz, muito obrigado pela explicação. Na verdade eu tinha essa dúvida logo que a MeepleBR anunciou o lançamento e me explicaram, em outro tópico, que essa versão mais simples seria na verdade a versão standard lançada em 2022, daí o meu equívoco.

Mas independente disso, a verdade é que eu tenho cada vez mas pensado em me "aposentar", pelo menos por hora, da compra de board games. Eu tenho uma coleção de tamanho padrão grande (mais de 100 e menos de 200), e hoje não consigo jogar nem os jogos que eu já tenho. Para piorar, os jogos já chegaram em um patamar de preço tão absurdo, que mesmo que a pessoa não reconheça, se ela paga 700, 900, 1100 reais, em um jogo, ela na verdade já é uma colecionadora, porque só um colecionador paga tão caro por um exemplar de um jogo de tabuleiro. 

Sem quere me gabar (não sei de onde esse povo tira que ser veterano é tirar onda, porque na verdade essa é uma forma mais politicamente correta de dizer velho), mas eu já tenho alguns anos de estrada. Portanto eu acompanhei de perto essa escalada de preços, quando ao longo do tempo os jogos iam ficando cada vez mais caros, e a comunidade simplesmente ratificava esse esquema "o Y reais é o novo X reais". Lá no início do mercado nacional de board games, 2013/2014, os jogos saíam por algo entre 150 e 200 reais. Por volta de 2017, salvo engano, o "300 reais virou o novo 200 reais". Depois disso, em 2019, mais ou menos, o "400 reais virou o novo 300 reais". Em 2022 o "500 reais virou o novo 400 reais". Hoje já estamos na casa do "700 reais virou o novo 500 reais", e dentro de uns três ou quatro anos, chegaremos no preço padrão de R$ 1.000,00. E isso para jogos família, porque para os jogos médios e os pesadões, recheados de miniaturas, literalmente "o céu é o limite". Não posso afirmar categoricamente que a escalada foi exatamente essa, em cada ano, mas acho que deu para entender a mensagem. E olha que eu nem estou falando de jogos top de linha com toneladas de componentes, miniaturas fantásticas e coisa e tal. O Heat, que é um ótimo jogo, mas que do ponto de vista de componentes não tem nada demais saiu por 500 reais. Por isso, os board games já chegaram a um nível de preço, que eles são caros, até para quem tem muito dinheiro. 

As pessoas tem a falsa impressão de que se alguém ganha 30k de rendimento por mês, ele pode se dar ao luxo de acender charutos com notas de 100 dólares que está tudo certo, ou pagar 1.300 reais em um versão deluxe do Puerto Rico. Mas a verdade é que só quem faz isso, é quem já é boardgamer, no estilo hard, há alguns anos, e que muitas vezes tem de dividir "a perder de vista no cartão", ou causar um rombo no orçamento. Assim sendo, na minha opinião atual, não é nem que o hobby se elitizou a um ponto do sujeito ter de possuir um rendimento altíssimo, mas sim que os preços estão tão caros, que só quem é muito fanático por jogos que continua comprando. E nisso as empresas precisam investir cada vez mais na promoção do HYPE e do FOMO, para convencer à comunidade que vale a pena comprar esses jogos cada vez mais caros. Isso gera um efeito cascata, porque mais investimento na divulgação, em canal de "boardtuber" e em festa de spoiler, torna o projeto dos jogos cada vez mais caros, o que demanda mais investimento na divulgação e por aí vai. Como para as empresas se o jogo vender 1.000 unidades o projeto já se pagou (e isso dá o que pensar em como os jogos aqui são caros), e conseguir 1.000 fanáticos dispostos a pagar o que for não é tão difícil (em alguns casos apenas 500 cópias já está valendo), os jogos mesmo caríssimos acabam vendendo, e a escalada de preços se mantém. Por isso, se o mercado de jogos hoje atingiu uma patamar impraticável para os meros e assalariados mortais, a culpa não é exclusiva das editoras. Nesse sentido, eu acho que nós, enquanto comunidade, que ao longo dos anos sempre ratificamos e apoiamos, mesmo contrariados, a escalada de preços, reclamando aqui no Ludopedia, mas continuando comprando, também temos a nossa parcela de culpa, pelo atual estado das coisas. Se você reclama, mas ainda assim compra o jogo, para a empresa, simplesmente é como se você não tivesse reclamado nada, porque o que importa que é comprar você já fez, o resto não passa de detalhe. A opinião que se dá com a carteira é a única que conta para as editoras, e para qualquer outra empresa de qualquer outro setor econômico.  

Eu sei que talvez entre muita gente, para explicar que de 2013/2014 para cá a evolução inflacionária é essa mesmo, que os 200 reais de 10 anos atrás,  são os 700 reais de hoje, devidamente corrigidos, e coisa e tal. A diferença, que normalmente não se leva em conta nesse tipo de análise, é que para quem entrou para o hobby tão cedo, por volta de 2012, havia apenas uma dúzia de lançamentos por ano, Assim sendo, nessas "priscas eras" não havia tanta opção, além do fato de tudo ser novidade. Hoje o mercado nacional de jogos está muito diferente. É tanto jogo que sai, e todo ano, que eu já desisti de acompanhar tempos atrás. Além disso, pode ser que a minha memória esteja me pregando uma peça, e que, proporcionalmente, os jogos antigamente fossem tão caros quanto hoje, pelo menos do ponto de vista estritamente econômico. Mas, com toda a sinceridade, o Zombicide e o Blood Rage até foram mais caros por conta das miniaturas, mas eu não me recordo que o 7 Wonders, do Catan, do Carcassonne, do Ticket to Ride, do Pandemic, do Guerra dos Tronos BG, e do Summoner Wars foram tão caros assim. Está certo que board games não eram, nem nunca foram algo barato, mas caro do jeito que é hoje, eu numa boa não me recordo de ter sido assim, lá atrás, quando saíram os primeiros lançamentos nacionais.    

Dito isso, não vou dizer "dessa água não beberei", mas de hoje em diante eu que já era seletivo na compra dos jogos, passarei a ser ultra seletivo. Se for para comprar alguma coisa, só depois de um ano após o lançamento, com preços mais próximos da realidade no Mercado de Usados. E assim mesmo, só se for um jogo no qual eu esteja absurdamente interessado, algo totalmente fora da curva. Depois de mais essa decepção com o preço do Puerto Rico 1897, e mais ainda com essa Guerra Tarifária entre a China o megalomaníaco presidente norte-americano, aí mesmo é que já deu para mim.

Para terminar, desejo muito boa sorte, para quem entrou no hobby recentemente, e ainda está batalhando para montar uma coleção, mas eu que já tenho a minha estou mais do que satisfeito, e muito mais focado em jogar do que comprar, que é o que eu acho que será o futuro do hobby, pelo menos no curto prazo. Só deixo aqui o conselho para a rapaziada recém-chegada, para só comprar os jogos que vocês vão jogar efetivamente, ou pelo menos que vocês vão ter condições de jogar, porque o real "Canto da Sereia" do hobby é entrar numa de comprar primeiro para só depois tentar ver se vai dar para jogar. Caso contrário se corre um alto risco de terminar feito o "coroa" aqui com diversos jogos que foram vendidos sem nem sair do plástico, só porque eu achi que seria uma boa comprar. Perdão pelo longo desabafo, mas é isso que eu penso.       
    
Um forte abraço e boas jogatinas!

Iuri Buscácio

Caro Iuri,

Entrei tarde no hobby e estava naquela empolgação de comprar jogos, mas sempre priorizei os usados, que hoje são a maior parte da minha coleção. Para ser honesto, nem sempre fui 100% racional: acabei pagando mais do que devia em dois jogos. No entanto, acredito que no resto paguei um preço justo, considerando o mercado atual.

Este mês dei uma segurada, mas confesso que a vontade de novidade ainda me tenta, especialmente com esses "lançamentos". Tenho resistido às tentações graças aos diferentes pontos de vista trazidos pela comunidade, que me fazem refletir e perguntar: "Eu realmente preciso desse jogo?". A resposta tem sido não.

Assim como você, apesar das diferenças na jornada, vou focar em jogar mais os jogos que já tenho, em vez de cair nessa FOMO criada artificialmente pelas editoras, com a ajuda de muitos (não todos) "influencers".

Forte abraço,

gpierrotti::Emoções a parte, vamos falar de valores?


Esse envio da Meeple nada mais é do que um serviço logístico que barateia (e muito) os custos que você teria se quisesse comprar esse jogo da Awaken pelo gamefound dela

A Meeple está oferecendo 3 opções do jogo e abaixo vou colocar o equivalente do gamefound e as devidas conversões considerando o dólar de hoje (5,88):

Edição Básica Meeple: 749,90 reais
Standard Pledge: 59 dólares + 35 de frete, total 94 dólares

Comprando a Standard Pledge, que equivale ao Edição Básica, o total em reais considerando impostos de importação seria de 1065 reais (redução de 30%, taxa do dólar em 7,96)


Edição Especial Meeple: 1399,90 reais
Especial Edition Pledge: 95 dólares + 40 de frete, total 135 dólares

Comprando a Special Edition Pledge, que equivale ao Edição Especial, o total em reais considerando impostos de importação seria de 1530 reais (redução de 8,5%, taxa do dólar em 10,37)


Edição Premium Meeple: 2799,90 reais (essa é mais complicada porque virou um amálgama de opções do gamefound)
Landscape Pledge + Artbook + Sleeves: 195 dólares + 15 + 6 + 48 de frete, total 264 dólares

Comprando a Landscape Edition Pledge e adicionais, que equivale ao Edição Premium, o total em reais considerando impostos de importação seria de 2992 reais (redução de 6,5%, taxa do dólar em 10,60)



Em resumo, fica claro que a Meeple percebeu com as vendas do Burgundy que quem compra esses jogos está mirando ou numa versão premium ou premium+ (minis), fazendo com que a diferença entre importar solo ou comprar com eles ficasse pequena quando tratamos dessas versões.

Se você quer um Puerto Rico com uma arte nova, modo solo, uma qualidade impecável e todas as expansões e não liga para moedas de metal ou miniaturas (me pergunto inclusive o quão prático vai ser usar as minis de trabalhadores para ser honesto), de longe a versão básica é a que mais compensa.

Diferente do Burgundy que manipula muito os seus tiles, não vejo muito motivo para comprar os tiles de acrílico de Puerto Rico já que o desgaste vai ser mínimo se bem manuseado, só tenho preferência mesmo pelo playmat (fraqueza minha).

É muito possível que eu acabe comprando a edição especial por conta dos barcos, moedas de metal e caixas de produto e para talvez fazer uma coleção dos jogos da Awaken Realms tendo em vista que o próximo será o Agrícola, e eu amo esse jogo.

E emoções a parte e sem defender a Meeple, mas o trabalho que eles fazem aqui é honesto, comprar os produtos via gamefound fica mais caro e o custo alto do jogo se resume em impostos de importação e frete (e com esse último que eu tenho certeza de é como a Meeple encontrou a margem de lucro dela, além de com toda a certeza comprar os jogos num preço menor do que o listado no gamefound devido ao volume de compra)

Bom ponto. 
Vixe, esse ano ainda tem o Agrícola?! Aí lascou!

Com direito a um modo zumbi que eu não tenho IDEIA de como vai ser

Essas "deluxificações" são uma bela armadilha pra convencer quem já tem um jogo a comprá-lo de novo (e vender o seu usado para uma pessoa mais esperta que não se importa com uma versão "standard" do jogo). 

Um dos meus jogos favoritos é o Fields of Fire. Tenho os 2 volumes e uma expansão. Foi lançada uma versão deluxe do volume 1 que, basicamente, traz os counters com um design relativamente melhorado (nada essencial), uma caixa maior (mas nada funcional, devido a ENORME quantidade de counters - que passam de 800 se você considerar só o volume 1) e os manuais reestruturados e (finalmente) compreensíveis - esses sim ESSENCIAIS. Eles também disponibilizaram um upgrade kit para os possuidores da 1ª ou da 2ª edições. 

Confesso que fiquei com vontade de comprar apenas esse upgrade kit para "deluxificar" ao menos o volume 1. Pra isso, teria de importar e com certeza o upgrade kit + frete iriam me custar uma pequena fortuna (um kit para um jogo de míseros 35 dólares passaria dos 1000 fácil, pois os fretes da gmt são INSANOS, aí vc considera o II e o ICMS sobre tudo e desiste).

Decidi então imprimir em cores os manuais (a gmt disponibilizou os pdfs dos manuais atualizados no site), comprar uma caixa maior (como indiquei nesse tópico aqui: https://ludopedia.com.br/topico/87763/dica-pra-quem-precisa-de-uma-caixa-nova) e também comprar alguns organizadores (que ainda não chegaram) que possuem um tamanho perfeito para a caixa (altura de 1,8 cm e 28 compartimentos). Resultado: mesmo imprimindo os manuais (que foram 8) em cores, e comprando a caixa e os organizadores, não gastei nem 1/4 do valor na minha versão "deluxe" em comparação com a original. Aliás, considero ter obtido um resultado melhor.

Mas como 1000 counters falam mais do que 1000 palavras, resolvi compartilhar aqui o tamanho do trampo: 


(foi só isso que tive que enfiar dentro da caixa)

E o resultado (ainda sem os organizadores novos que ainda não chegaram):



Mas por que eu estou trazendo essa parada toda aqui?

Pra recomendar duas coisas: 

1) criatividade pode te trazer resultados melhores do que essas edições especiais aí. Tem muito jogo que tenta se vender como se fosse uma edição especial porque vem com uma porcaria de um insert totalmente zoado e não funcional, um verdadeiro lixo (essa é pra você, Arnak). Aí vem a bucaneiros e faz um insert muito mais funcional para a sua versão "normal". MUITO melhor. Também têm algumas empresas que fazem impressões 3D de diversos componentes para quem realmente precisa desse aspecto do hobby (minha coleção do mansions of madness me faz fazer parte desse grupo). Até overlays que alguns jogos "premium" trazem as empresas fazem uma versão MELHOR, por exemplo, as do projeto gaia que a bucaneiros ou a acessóriosbg produzem em acrílico são impressionantes. Dito tudo isso, recomendo não ter medo de pegar uma versão básica de um jogo e turbinar com acessórios MELHORES por 1/10 do preço.

2) cautela com essas edições especiais. Muitas vezes é só uma firulinha estética que não torna o jogo necessariamente melhor ou mais funcional (estou sendo redundante de propósito, para insistir na crítica). Além disso, tenho a sensação de que, no fundo, são apenas um bando de capitalistas sem vergonhas e safados que estão querendo vender o mesmo jogo (mais uma vez) para as pessoas que já o possuem e não sabem como te convencer de comprar de novo o seu jogo favorito.

Enfim, é isso. Abraços e espero não ter sido muito grosseiro (e perdoe essa minha mania de escrever entre parênteses (eu faço com mais frequência do que gostaria (até já fiz esse comentário em outro tópico))).

gpierrotti::Emoções a parte, vamos falar de valores?


Esse envio da Meeple nada mais é do que um serviço logístico que barateia (e muito) os custos que você teria se quisesse comprar esse jogo da Awaken pelo gamefound dela

A Meeple está oferecendo 3 opções do jogo e abaixo vou colocar o equivalente do gamefound e as devidas conversões considerando o dólar de hoje (5,88):

Edição Básica Meeple: 749,90 reais
Standard Pledge: 59 dólares + 35 de frete, total 94 dólares

Comprando a Standard Pledge, que equivale ao Edição Básica, o total em reais considerando impostos de importação seria de 1065 reais (redução de 30%, taxa do dólar em 7,96)


Edição Especial Meeple: 1399,90 reais
Especial Edition Pledge: 95 dólares + 40 de frete, total 135 dólares

Comprando a Special Edition Pledge, que equivale ao Edição Especial, o total em reais considerando impostos de importação seria de 1530 reais (redução de 8,5%, taxa do dólar em 10,37)


Edição Premium Meeple: 2799,90 reais (essa é mais complicada porque virou um amálgama de opções do gamefound)
Landscape Pledge + Artbook + Sleeves: 195 dólares + 15 + 6 + 48 de frete, total 264 dólares

Comprando a Landscape Edition Pledge e adicionais, que equivale ao Edição Premium, o total em reais considerando impostos de importação seria de 2992 reais (redução de 6,5%, taxa do dólar em 10,60)



Em resumo, fica claro que a Meeple percebeu com as vendas do Burgundy que quem compra esses jogos está mirando ou numa versão premium ou premium+ (minis), fazendo com que a diferença entre importar solo ou comprar com eles ficasse pequena quando tratamos dessas versões.

Se você quer um Puerto Rico com uma arte nova, modo solo, uma qualidade impecável e todas as expansões e não liga para moedas de metal ou miniaturas (me pergunto inclusive o quão prático vai ser usar as minis de trabalhadores para ser honesto), de longe a versão básica é a que mais compensa.

Diferente do Burgundy que manipula muito os seus tiles, não vejo muito motivo para comprar os tiles de acrílico de Puerto Rico já que o desgaste vai ser mínimo se bem manuseado, só tenho preferência mesmo pelo playmat (fraqueza minha).

É muito possível que eu acabe comprando a edição especial por conta dos barcos, moedas de metal e caixas de produto e para talvez fazer uma coleção dos jogos da Awaken Realms tendo em vista que o próximo será o Agrícola, e eu amo esse jogo.

E emoções a parte e sem defender a Meeple, mas o trabalho que eles fazem aqui é honesto, comprar os produtos via gamefound fica mais caro e o custo alto do jogo se resume em impostos de importação e frete (e com esse último que eu tenho certeza de é como a Meeple encontrou a margem de lucro dela, além de com toda a certeza comprar os jogos num preço menor do que o listado no gamefound devido ao volume de compra)

Ótimo resumo.
Agora fica mais claro ainda o quanto estão cobrando caro.

Embora a comparação mais óbvia a se fazer seja entre comprar pela MeepleBR e comprar pelo Game Found (e sabemos que comprar aqui sempre vai será mais vantajoso), eu gosto de comparar com outros projetos que chegaram aqui, sejam via financiamento coletivo disfarçado ou varejo. Assim, consigo ter uma ideia de quão trouxa estou sendo.

Para esse caso, peguei como exemplo o já caro Fate: Defensores de Grimheim.
Kickstarter: US$ 55 (49 Euros)
MeepleBR: R$ 449,90
Uma proporção de 8,18 reais para cada dólar.

Agora vamos ao Puerto Muy Rico (Edição que mais se aproxima do preço do outro jogo)
Game Found: US$ 59
MeepleBR: R$ 749,90
Uma proporção de 12,71 reais para cada dólar.

Isso dá um aumento de 55%.

Na minha opinião, mesmo considerando todas as aquelas desculpas manjadas (variação do dólar, frete marítimo, tarifas do laranjão e o kct⁴), estão incluindo aí alguma coisinha que está deixando o jogo fora do alcance de uma parte da comunidade.

iuribuscacio::Caros Boardgamers

Vou escrever aqui a minha opinião, que ninguém pediu, mas vou escrever assim mesmo. 

Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que não vou discutir aqui a questão da escravidão, primeiro porque isso já foi discutido exaustivamente em outros tópicos, e segundo porque o que eu quero abordar é o lançamento da versão nacional do Puerto Rico 1897. Por isso eu vou tratar da questão da escravidão, bastante "en passant", e apenas para contextualizar meu comentário.  

Alguns anos atrás houve uma polêmica enorme a respeito do fato do jogador interpretar o papel de um dono de escravos no Puerto Rico original. Isso foi um problema muito sério e que reverberou no mundo todo, principalmente depois do envolvimento do Zee Garcia do Dice Tower, ele mesmo descendente de porto-riquenhos. Para não deixar dúvidas a esse respeito os meeples dos trabalhadores eram marrons (pelo menos na versão da Grow era assim).

A discussão foi enorme, com gente de um lado defendendo que era apenas um jogo, e as reclamações eram exageradas, outras pessoas defendiam que a reclamação era válida e que nada justificava que alguém se sentisse confortável fazendo um papel tão odioso, principalmente em seu momento de lazer. Eu particularmente concordo com essa segunda posição, e confesso que durante algum tempo eu fiquei muito dividido, porque gosto de jogo, mas ao mesmo tempo essa questão da exploração de mão de obra escrava me incomodava bastante. Com isso, resolvi para de jogar e o Puerto Rico ficou algum tempo parado na estante, até que eu resolvesse como jogá-lo, sem que isso ofendesse o meu ponto de vista ético, que é meu e de mais ninguém. 

O tempo passou e finalmente a editora responsável saiu com o tipo de solução que empresas de board games mais adoram: ela lançou uma nova versão, o Puerto Rico 1897, que se passa na época da independência da ilha, e excluindo a questão da escravidão, que havia sido abolida quase três décadas antes em 1873. Isso resolveu o meu problema, porque, na impossibilidade de comprar a versão importada devido ao alto preço, seguindo o exemplo de muita gente, eu comprei meeples de outras cores, e comecei a jogar minha cópia da Grow mesmo, como se o jogo se passasse em 1897, e como se a mão-de-obra fosse composta de trabalhadores assalariados. 

Por isso, fiquei muito feliz quando foi anunciado o lançamento da versão nacional, e mais feliz ainda, quando soube que além da edição especial para colecionadores, cheia dos mais variados frufrus, também viria a edição normal, para reles mortais como eu. Infelizmente, minha alegria durou pouco, quando fiquei sabendo dos valores do jogo, mesmo na versão standard. Sinceramente, eu queria muito essa versão, mas pagar R$ 750,00 (preço do site da editora) está totalmente fora de questão, pelo menos para mim. Isso é muito dinheiro, para um jogo de tabuleiro, mesmo que se trate de um verdadeiro clássico como Puerto Rico, principalmente considerando que eu já tenho o jogo, na versão antiga

Acho que quem estiver disposto a gastar tanto dinheiro, vai ter realmente um belo jogo, mas isso não é para mim. E nem é uma questão de não ter dinheiro, mas sim de não concordar e de não querer ratificar essa escalada de preços, que cada vez mais elitiza o nosso hobby, e literalmente afasta quem não é tão abastado, nem tão privilegiado socioeconomicamente.

Por isso, respeito quem pensa diferente, mas vou deixar esse lançamento passar, e aguardar para ver se daqui a alguns meses o preço baixa para um patamar menos absurdo. Se isso não ocorrer, ou se o jogo esgotar paciência. Enquanto isso, eu vou me divertindo jogando o meu Puerto Rico da Grow "véio de guerra", na minha "versão 1897 caseira" mesmo. 

Um forte abraço e boas jogatinas!

Iuri Buscácio

Iuri, foi o Zee Garcia que puxou a discussão ou ele a reverberou? Conta mais, por favor. 

Deve ter sido um salseiro na época hein? Até hj dá confusão...

fabiomoon007::

iuribuscacio::Caros Boardgamers

Vou escrever aqui a minha opinião, que ninguém pediu, mas vou escrever assim mesmo. 

Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que não vou discutir aqui a questão da escravidão, primeiro porque isso já foi discutido exaustivamente em outros tópicos, e segundo porque o que eu quero abordar é o lançamento da versão nacional do Puerto Rico 1897. Por isso eu vou tratar da questão da escravidão, bastante "en passant", e apenas para contextualizar meu comentário.  

Alguns anos atrás houve uma polêmica enorme a respeito do fato do jogador interpretar o papel de um dono de escravos no Puerto Rico original. Isso foi um problema muito sério e que reverberou no mundo todo, principalmente depois do envolvimento do Zee Garcia do Dice Tower, ele mesmo descendente de porto-riquenhos. Para não deixar dúvidas a esse respeito os meeples dos trabalhadores eram marrons (pelo menos na versão da Grow era assim).

A discussão foi enorme, com gente de um lado defendendo que era apenas um jogo, e as reclamações eram exageradas, outras pessoas defendiam que a reclamação era válida e que nada justificava que alguém se sentisse confortável fazendo um papel tão odioso, principalmente em seu momento de lazer. Eu particularmente concordo com essa segunda posição, e confesso que durante algum tempo eu fiquei muito dividido, porque gosto de jogo, mas ao mesmo tempo essa questão da exploração de mão de obra escrava me incomodava bastante. Com isso, resolvi para de jogar e o Puerto Rico ficou algum tempo parado na estante, até que eu resolvesse como jogá-lo, sem que isso ofendesse o meu ponto de vista ético, que é meu e de mais ninguém. 

O tempo passou e finalmente a editora responsável saiu com o tipo de solução que empresas de board games mais adoram: ela lançou uma nova versão, o Puerto Rico 1897, que se passa na época da independência da ilha, e excluindo a questão da escravidão, que havia sido abolida quase três décadas antes em 1873. Isso resolveu o meu problema, porque, na impossibilidade de comprar a versão importada devido ao alto preço, seguindo o exemplo de muita gente, eu comprei meeples de outras cores, e comecei a jogar minha cópia da Grow mesmo, como se o jogo se passasse em 1897, e como se a mão-de-obra fosse composta de trabalhadores assalariados. 

Por isso, fiquei muito feliz quando foi anunciado o lançamento da versão nacional, e mais feliz ainda, quando soube que além da edição especial para colecionadores, cheia dos mais variados frufrus, também viria a edição normal, para reles mortais como eu. Infelizmente, minha alegria durou pouco, quando fiquei sabendo dos valores do jogo, mesmo na versão standard. Sinceramente, eu queria muito essa versão, mas pagar R$ 750,00 (preço do site da editora) está totalmente fora de questão, pelo menos para mim. Isso é muito dinheiro, para um jogo de tabuleiro, mesmo que se trate de um verdadeiro clássico como Puerto Rico, principalmente considerando que eu já tenho o jogo, na versão antiga

Acho que quem estiver disposto a gastar tanto dinheiro, vai ter realmente um belo jogo, mas isso não é para mim. E nem é uma questão de não ter dinheiro, mas sim de não concordar e de não querer ratificar essa escalada de preços, que cada vez mais elitiza o nosso hobby, e literalmente afasta quem não é tão abastado, nem tão privilegiado socioeconomicamente.

Por isso, respeito quem pensa diferente, mas vou deixar esse lançamento passar, e aguardar para ver se daqui a alguns meses o preço baixa para um patamar menos absurdo. Se isso não ocorrer, ou se o jogo esgotar paciência. Enquanto isso, eu vou me divertindo jogando o meu Puerto Rico da Grow "véio de guerra", na minha "versão 1897 caseira" mesmo. 

Um forte abraço e boas jogatinas!

Iuri Buscácio

Iuri, foi o Zee Garcia que puxou a discussão ou ele a reverberou? Conta mais, por favor. 

Deve ter sido um salseiro na época hein? Até hj dá confusão...

Deixa eu fazer meu café aqui para escutar essa fofoca. kkkkk