RaphaelGuri::vicoraio, Odanan, iuribuscacio
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Esse papo sobre a beleza de Vinícius, no sentido visual, físico, mesmo, parece só piadoca, mas faz um paralelo muito interessante com o hobby, afinal a beleza é temporal. Cada época tem a sua própria métrica (mullets, bigodinho e caixa de cigarro presa na manga da camisa, aberta três botões, já teve seu tempo). Outro exemplo eram quadros decorativos. Quem aí não lembra daquelas aquarelas borradas sobre casinhas no campo que eram a sensação na casa da vó? Isso hoje não é só brega, é esquecido.
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Da mesma forma, entra o papo sobre o visual do Carrara, Tigris e tantos outros jogos. Esse movimento em busca de novas estéticas é normal e vai mover o mercado. É a busca por inovação.
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Abraços!
Caro
RaphaelGuri,
vicoraio e
Odanan
Moçada, certamente o tema "beleza", tem tudo a ver com o tema do tópico, principalmente nesses tempos atuais em que imagem é tudo, e conta muito mais do que conteúdo.
Jogos mais antigos como Fury of Dracula, e o muito mais obscuro A Touch of Evil da Flying Frog, um jogo que pouca gente conhece, mas que é muito legal, utilizam uma estética bem temática com os tabuleiros em tom pastel, para reproduzir os mapas antigos. Isso obviamente prejudica bastante o desempenho em vendas do jogo, porque dá aquela sensação de jogo, que nossos pais e avós jogavam. O próprio Terraforming Mars e o Castle of Burgundy se não tivessem a verdadeiro legião de fãs, conquistada ao longo dos anos, talvez passassem dificuldades hoje em dia, e talvez não tivessem chegado onde chegaram, especialmente no mercado nacional.
Por outro lado, o Race of the Galaxy, que nem de longe teve o mesmo sucesso dos outros dois, citados anteriormente, é uma prova disso. Ele é um jogaço, mas é bem feinho e com uma iconografia muito pouco amigável, e provavelmente não teve tanto sucesso, não teve uma vida útil comercial tão longa, nem teve suas expansões lançadas aqui. Agora se isso acontecia antigamente, quando os jogos ainda estavam começando a ser lançados nacionalmente, me que ainda não havia, muita opção, que a comunidade boardgamer era muito menor, e não tinha ainda essa noção de como eram realmente os board games modernos, dá para imaginar como seria lançar o Race for the Galaxy hoje, em que a arte passou a ser um elemento fundamental e determinante para o bom desempenho em vendas do jogo. Nesse caso, muito provavelmente o Race of the Galaxy se perderia no oceano de lançamentos anuais, e só meia dúzia saberia do jogo.
Para terminar, considerando que o Raphael mencionou a chamada "beleza temporal", que desvanece conforme o tempo passa, eu peço licença para citar e indicar uma música das antigas, que eu inclusive citei em outro tópico recentemente, e que é uma aula sobre a efemeridade da beleza física. Os versos são de um poeta fantástico (que compôs "Luar do Sertão), mas que hoje é praticamente desconhecido apesar do seu nome real muitíssimo peculiar que é Catulo da Paixão Cearense. Ele era muito talentoso, mas realmente tudo o que O Criador lhe deu de talento e genialidade, Ele tirou na parte da beleza, porque ele era realmente bem feio. Assim sendo reza a lenda que em um sarau (esse episódio já tem quase 100 anos gente, ou seja era do tempo em que ainda se fazia saraus e serestas), ele chamou uma moça bonita para dançar, mas ela recusou porque ele era muito feio, o que foi acompanhado da zombaria das amigas da moça. O poeta não se fez de rogado, pediu papel e um lápis a um garçom e escreveu os versos de uma música já conhecida chamada "Julinha", e que daquele momento em diante passou a ser conhecida como Talento e Formosura, que é o título da letra.
Quem quiser ouvir a música basta acessar o link
https://www.youtube.com/results?search_query=talento+e+formosura
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio