Nosso hobby tem espaço para todos, a composição de preço, formação de valor, às vezes vai além do tangível, às vezes considera a fidelização de um público, às vezes visa a exclusividade, às vezes visa o mercado de massa.... só a empresa saberá, e tudo bem.
Não há como definirmos um “preço justo” num hobby em que há pessoas envolvidas em jogar, outras em colecionar, outras em jogar e colecionar, outras em pintar miniaturas, outras em especular.
Algumas empresas miram o mercado de massas outras o nicho do nicho. Tomemos como exemplo relógios: podemos ter um Rolex de ouro, que marca as horas, adorna o usuário e passa uma imagem de exclusividade, pertencimento a um “clube” ou podemos usar um relógio simples, que marcas as horas e serve ao seu propósito básico... o mesmo acontece com os jogos (que já deixaram de ser pura e simplesmente objetos de diversão há muito tempo: quantos de nós não deixamos as crianças “brincarem” com nossos brinquedos, mesmo que somente com alguns componentes; quantos de nós desejamos cartas com texturas e só a sentimos enquanto estamos colocando os sleeves e depois nunca mais). Jogos podem ser brinquedos, instrumentos de interação, instrumentos de isolamento, objetos de desejo, objetos de status, "refúgio"; e mesmo sendo o mesmo produto (papelão, madeira e plástico) em todas as situações, cada pessoa/ usuário imputará um valor aceitável diferente.
Este nosso meio é muito plural. Pensemos num colecionador, que já tenha por volta de 1000 jogos em sua coleção e que compra a grande maioria dos lançamentos. As vezes não vemos sentido nisso e nos perguntamos: “Para que pagar caro num jogo que será jogado pouquíssimas vezes? Como esse sujeito vai usufruir de toda sua coleção, mais os lançamentos num mundo em que cada vez há menos tempo disponível para o ócio?”. Isso é um julgamento e essa pergunta não deve ser feita com este olhar (talvez para exercício de outras reflexões... que não cabem aqui, neste momento, mas que são muito importantes e deveriam ser feitas por todos).
Cada um pode aproveita o hobby como desejar (claro, dentro das normas aceitáveis de convivência em sociedade). Às vezes, para este "colecionador" do exemplo, olhar suas estantes cheias (com as caixas organizadas por cores, autores, mecânicas, anos de lançamento ou qualquer que seja o critério), é mais prazeroso do que para um "jogador" jogar um jogo que custou caro e não correspondeu às expectativas.
Como tudo na vida, nem todos os jogos são para todos, mas graças ao crescimento do mercado, hoje temos jogos para todos.
Aprendamos a lidar com as frustrações que a vida nos impõe, usemos as situações como combustível para aprendizado e crescimento.