Eu faço essa reclamação há muito, muito tempo. Mas não são só os designers de jogos que não pensam nisso, é a sociedade como um todo. Muito se fala da acessibilidade, mas quando ele só existe quando a pessoa tem algo mais grave, como cegueira, surdez, ou alguma inabilidade motora. Os daltônicos podem "se virar"...
Na maioria dos casos, não tem outra alternativa a não ser ficar perguntando mesmo. No caso do Robinson Crusoe, as cartas com a interrogação ao menos tem o desenho da ação no lugar do ponto, o que ajuda bastante. Mas nas cartas menores, ou mesmo nos desenhos de algumas cartas em que há um trabalhador com um fundo colorido, não há muito como diferenciar.
No The Gallerist, eu sofro pra diferenciar o azul do roxo. O mesmo acontece no Viticulture, e também entre o amarelo e verde dos dados do Quantum. Mesmo em jogos mais simples, como o Uno, tenho dificuldade com o vermelho e o verde das cartas. No Monopoly Deal, então, confundo quase todas.
Muitos outros jogos apresentam esse desafio, principalmente por usarem verde e vermelho como cores de elementos principais do jogo (as cores dos jogadores, ou de recursos muito usados), e ainda há aqueles que usam azul e roxo em tons muito similares.
Tenho feito uma pesquisa ao longo dos últimos meses e cada vez mais vou constatando esse problema nas rodas de jogos e sempre conheço mais colegas daltônicos inseridos no hobby. Mas há muitos que também se afastam. Conheci o pai de um amigo que deixou de jogar porque o grau de daltonismo dele é muito alto (às vezes até o preto e o azul ele confundia). Aos poucos ele foi se cansando de errar as peças e ter que ser corrigido por outras pessoas. Ele comentou que muitas vezes errava a estratégia porque pensava que estava em outro lugar ou que precisava de outro recurso. E nesses momentos não dá pra ficar perguntando qual era a cor...
Vou aproveitar pra deixar aqui minha proposta de projeto de TCC.