Doidera::
Grande LuisPerdomo, suas aparições, já não tão frequentes como outrora, são muito bem vindas às discussões sadias.
Eu limitei minha coleção não à quantidade de títulos mas ao espaço físico destinados à guarda das caixas, no meu caso uma estante daquelas de metal.
Para mim isso fez mais sentido visto que ter 100 caixas estilo Trio é bem diferente de ter 100 caixas estilo Lisboa.
Já que, em média, jogos mais leves possuem caixas menores e jogos mais pesados caixas maiores, o equilíbrio da limitação de um espaço físico em vez de uma limitação numérica torna a coleção mais eclética e mais consciente, na opinião deste velho aventureiro de terras polares.
No mais, compartilho com a sua pessoa minha satisfação quando pego numa caixa onde seu nome figura entre os tradutores/revisores.
Salve, meu amigo Doidera. Sempre bom encontrá-lo nos fóruns da vida. Apesar do nick, é o pinguim mais lúcido da Ludopedia, com certeza

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E deve estar frio aí nas suas terras, pois você está coberto de razão. Eu acabei focando mais no número "ah, tenho 100 jogos" (tinha quase 300 antes, então em termos de desapego, já considero um enorme progresso), mas a realidade é que a limitação que eu me impus é dupla, isto é, não apenas em termos de quantidade, quanto em termos de volume, como você pontuou muito bem.
Vou abrir a caixa-preta aqui para vocês, não reparem a bagunça, a minha estante está em constante reorganização.
Essa é a coleção atual. O espaço não está muito bem organizado, precisa de uma arrumação, e faltam alguns jogos aí. O Terra Mystica ficou de fora, e tem uns dois pequenininhos que não aparecem aí, fora os jogos que estão dentro dessas caixinhas de plástico (porque a caixa original não comporta sleeves) e essas caixas brancas embaixo do Dominion.
O meu limite físico hoje está em 4 dessas prateleiras. Esse é o meu volume máximo tolerável. Há não muito tempo atrás, eram 10 prateleiras abarrotadas de jogos parados. Eu ainda tenho 2 estantes dessa na casa. Essa estante na verdade tem 5 prateleiras, mas tudo que está nas outras prateleiras eu já não considero mais meu, são material de vendas e leilões futuros.
São 100 jogos ao todo, alguns não são tão fáceis de identificar por conta das caixas, mas dá para ter uma noção geral.
A ideia de limitar a quantidade de jogos é para evitar ficar mudando o setup mental o tempo todo. Imagine entrar num restaurante e comer 5 pratos, ainda que pequenos, entrada, prato principal, sobremesa etc., etc. Com certeza uma explosão de sabores, mas se focasse em 2 pratos, você certamente amplificaria sua percepção neles. Novamente, como sempre, não tem certo nem errado, é como funciona para nós aqui. Normalmente, jogamos eu e minha patroa, às vezes, eu, minha patroa e meu sogro. Um pouco mais raramente jogamos em 4 ou mais, em determinadas ocasiões. Se eu coloco um jogo na mesa, ok, normal; se eu coloco um segundo jogo, por menor, simples e rápido que seja, tudo bem, é o cafezinho depois da refeição, tá no escopo. Agora, se eu coloco um terceiro, meu sogro já fica cansado, minha senhora já franze a testa, então melhor parar no segundo.
Um ano tem 52 semanas, daria grosseiramente 2 jogos por semana. Eis a questão: eu vou jogar sempre 2 jogos diferentes por semana? Sinceramente? Não. Tem semana que vou jogar um só, ou que eu vou jogar o mesmo jogo da semana passada, tem semana que eu não vou jogar jogo nenhum, ou ainda posso até jogar mais de 2, numa semana inspirada, quem sabe? O fato, reforçando aqui com você, é que a quantidade em si não precisa ser um determinante. Se você se sente pressionado a jogar o jogo só porque você o tem, algo está errado, e não é com o jogo.
A gente não tem a obrigação moral de jogar todo o jogo que compra, mas pensando em termos monetários e utilitaristas, de fato, é um desperdício, de tempo, dinheiro, espaço, expectativa. Se a pessoa está bem com isso, se ela não enxerga dessa forma, morreu a discussão aqui, não tem certo nem errado. O único "certo" é ser feliz e não fazer mal aos outros. Não estava me fazendo bem, então respirei fundo e comecei a vender o "excedente".
Com certeza tem um ou outro jogo aí que eu não vou conseguir jogar em um ano, mas não é como se o jogo colocasse uma arma na minha cabeça e falasse "jogue-me ou eu vou explodir". Se você cuidar bem deles, eles vão durar. Meu Saint Petersburg é de 2000 e bolinha. Ele está um pouco mofado, óbvio, ele é maior de idade, já vota, mas passo um Sanol, deixo no sol, abro a caixa para arejar, tá tudo certo. Ele já viu e vê bastante mesa. Acontece que não dava para fazer isso com 300 jogos. Com 100 eu já consigo, até porque, como vocês podem ver, a maioria deles é de caixa pequena. Tem um jogo aí que nem deve estar aparecendo, é o "R", o Brave Rats original, o jogo vem em um envelope, eu guardo dentro de um Ziplock, é o meu menor jogo, e sim, numericamente ele tem o mesmo peso do Antiquity grandão ali embaixo, mas em termos de volume, dentro de um Antiquity caberiam brincando uns 400 "R"s. Então, com certeza, o volume é um balizador a ser considerado.
Colocando em números, e não tem fórmula mágica, é só porque eu gosto de planilhas mesmo, são (no momento, isso pode mudar) 78 jogos "pequenos" (algo entre um Oink games e um Azul mini só com a bolsa) e 22 "médios" e "grandes" (que variam desde um Paper Tales até um Antiquity).
O meu limite hoje é esse: não pode passar dessas 4 prateleiras, não pode passar de 100. Tem funcionado bem assim. Dessa forma, eu controlo bem a quantidade de jogos, "tenho 100, se entrar um, vai sair outro"; e controlo também o volume "vou tirar um cardgame para colocar esse Big Box aqui? Será que vale a pena?".
Agora que eu abri o cofre, algumas curiosidades:
Vocês já devem ter notado, tem alguns jogos que estão em mais de uma caixa aí. Jogos com expansões, como o Innovation e as duas expansões; jogos com duas unidades, vejam só, como é o caso do Tichu, que eu tenho a versão da Rio Grande, mais basicona, e a versão lindíssima da Tiki Editions. Eu jogo Tichu menos do que gostaria, por ser um jogo para 4 pessoas, mas gosto tanto desse jogo que mantenho as duas versões. A da Rio Grande já viu bastante coisa, está comigo há anos e está bem surrada, mesmo sleevada. A da Tiki Editions é para ocasiões especiais, como uma roupa de gala.
Essas caixas brancas longas abaixo do Dominion Big Box são expansões do Dominion. Na realidade, são 5 dessas caixas (elas estão uma atrás da outra), a própria caixa do Dominion Big Box tem 2 delas dentro, eu mantive a caixa original por uma questão de identidade visual. Cada uma dessas caixas tem 2 expansões em média, fora promos etc. Eu AMO Dominion, é meu top 1, ponto. "Ah, mas o Deckbuilder tal é melhor..." Não é! Você tem todo o direito de estar errado, jovem, e eu vou defender esse direito sempre

. Se for pensar dessa forma, o Dominion sozinho vale por uns 5 jogos grandes em termos de volume, mas para compensar, são outros 70 jogos pequenos em que uma caixa 30 x 30 comportaria uns 20 deles.
Tem jogo que eu fiz um "downgrade", como o caso do Kingdom Builder. Eu amo o Donald X. Vaccarino, mereceu cada Spiel de Jahres. A caixa é do Kingdom Builder original, mas dentro dele estão os componentes do KB Big Box sem insert. O Inis é o jogo base e a expansão, mas ambos eu guardo na caixa da expansão, se organizar direitinho, cabe certinho, com sleeves, inclusive.
Eu tenho 2 edições de Glory to Rome, a caixa preta e aquela edição tosca da caixa de plástico. É mais ou menos o mesmo sentimento do Tichu. Normalmente usamos a caixa de plástico, a caixa preta é para ocasiões especiais.
O Azul eu vendi o normal e fiquei com o mini. Curiosamente, já tive a oportunidade de jogar os 3 tamanhos de Azul, mini, normal e giant. O que eu menos gosto é o giant, é muito desconfortável, é só para chamar a atenção mesmo em eventos e convenções, não é um jogo que eu teria em casa.
Aquela caixa chique embaixo do War Chest são as iron clays do Brass Birmingham.
Eu gosto muito, MUITO, de carteado. São exatos 50 carteados e 50 não carteados. É bobeira, mas essa proporção me deixa feliz. Foi semiproposital. São dois departamentos na coleção: "é carteado? Sim. Então vai sair outro carteado", "ah, mas eu não quero tirar nenhum dos 50", "então será que eu quero MESMO esse carteado?".
Olhando assim, pode parecer muita coisa, e de fato é, dependendo do ponto de vista. "Mano, o jovem tem 100 jogos". Mas tenha em mente que já foi o triplo disso (e, novamente, nada contra). Talvez um dia eu refaça esse texto falando sobre a "minha coleção de 50 jogos ao todo", talvez não. No momento, esse é o tamanho ótimo para mim, tanto em volume quanto em quantidade.