Olá! Que ideia interessante!
Já não tenho o jogo para ajudar a testar, mas joguei ele algumas vezes e gostei. Vou deixar umas ideias, sem me dizer certo ou errado, mas espero que seja uma inspiração para os colegas, assim como é para mim. E agradeço por trazer o tema, pois ao ler e escrever acho que aprendi coisas sobre mim mesmo.
Talvez se pensar que os imigrantes são também trabalhadores brasileiros, quer após 1 ano ou uma geração, talvez a questão seja dirimida de forma filosófica, sem precisar mexer na mecânica. Não fazer diferença entre o brasileiro nato e o que imigrou, que veio para ficar. Imigrar é isso, vc vem e faz parte do país, 100%. É diferente de vir trabalhar uns anos para juntar um dinheiro e voltar para o seu país, fazer faculdade no exterior, etc.
Imagina o caso de valorizar o "brasileiro de muitas gerações". Sinta-se na pele do italiano deixa seu país e família e vem para cá, para ficar, e se sujeitar às leis e futuro do país. Ele trabalha, se casa com uma brasileira nata, tem filhos, aprende a língua, paga os impostos, faz serviço voluntário na comunidade no fim de semana, é eleito como representante (vereador, deputado, prefeito, etc). Aí vc diz para ele que ele não é brasileiro. Pensa só. O cara deixou tudo pra trás e deu tudo aqui, para ouvir que ele não é igual só porque nasceu em outro lugar. E imagina o filho dele, que nem italiano fala, foi na escola junto com os filhos de escravos e índios e brancos, mas só ele não é brasileiro, porque o pai dele nasceu na Itália e veio para cá trazido no colo da mãe, com 3 anos de idade, num barco onde um dos irmãos pequenos morreu durante a longa viagem pela falta de tratamento adequado na embarcação. Por sorte, o resto da família sobreviveu a viagem.
Para ilustrar um pouco mais, alguns lugares, como a Índia por exemplo, inclusive cancelam a sua cidadania indiana se vc adquirir nova cidadania em outro país (conheço um colega que fez esse processo ao se tornar cidadão de Singapura, pois em Singapura não se pode adquirir imóveis sem ser cidadão)
Tive amigos descendentes, por exemplo de japoneses, filhos de japoneses natos até, que não aceitam de forma alguma chamá-los de "japonês". As vezes eles aceitam sem criar casos de forma tácita, como uma coisa prática do dia a dia, como quando vc diz "tal coisa está ali, do lado daquela pessoa alta/baixa/japonês", mas eles são brasileiros de todas as formas e se comportam como brasileiros, e o Japão não aceita eles nem pintados, exceto por um processo migratório burocrático; e olhe lá, porque lá há uma grande homogeneidade interna no país, que quase nunca recebeu migrações, e lá eles sempre vão ser brasileiros, tratados diferentemente, mesmo com genética 100% de japonês.
É a solução pelo o famoso mandamento: "Amar ao outro como a si mesmo."