wzuchetto::Olá Rimor , feito por IA ou nao , me chamou atenção dois pontos (dilemas) no seu comentário: a autenticidade da experiência e o impacto social da automação. Algumas perguntas despertam… aqui no contexto específico de Jogos de Tabuleiro:
Um conteúdo (seja texto, video, audio, …), gerado por IA é útil e relevante?
Poder ser considerado autentico?
Poderia ser levado em consideração, por exemplo, para ser ter uma visão imparcial do jogo?
Teria um “peso” razoável como apoio para decisão de aquisição ou nao?
E pensando no impacto social … de fato nasce uma proposta de “guerra” entre IAs e SHs (Seres Humanos), em temas como geração de conteúdo, criação e desenvolvimento de jogos?
Teria seu lugar a mesa uma IA como jogador?
Obs:. Tbem nao quero concluir se foi irônico e/ou julgatório o seu post, mas me pareceu ter algum conteúdo pra um debate legítimo.
E, caso tenha sido, sugiro q nenhum tempo seja investido para ser ler, pensar e talvez responder este comentário.
Mas se o fizer, posso acreditar q foi de bom grado.
Aos demais, desnecessário dizer, sintam-se a vontade para participar de uma conversa minimamente madura, ou continuarem no cercadinho de capacidades e habilidades já anteriormente demonstradas.
Resolvi responder, pois apesar de parecer uma resposta meio óbvia e já bem explorada nos últimos tempos, talvez seja útil para a introdução de alguns na discussão. Contudo, as respostas não são tão simples, como o tpcordeiro (acima) bem diz: existem questões subjetivas, além de objetivas.
Para evitar muitas voltas, vou trazer
minhas respostas e visões às perguntas feitas (o que, ironicamente, já é um ponto de crítica ao uso de IA em si na prática hehe):
- Um conteúdo gerado por Ia é útil e relevante?
R.: Depende de COMO é utilizado. O uso de IA como uma das ferramentas utilizadas é útil, certamente. É capaz de reunir informações e apresentá-las para os usuários, de forma que ajude no processo criativo, contudo não podemos esquecer que mais importante do que as respostas, são as perguntas. Então não basta usar a IA, é preciso SABER COMO usar a IA. Ela, sozinha, não possui um valor agregado, mas como parte de um processo de produção, pode ser de muita ajuda (por exemplo: um ilustrador que utiliza de IA em seus estudos, busca de fontes e etc, ou um escritor que a utiliza para revisões ortográficas [como o word sempre fez, por exemplo, com palavras isoladas]). Logo, o conteúdo é tão útil e relevante quanto a pessoa por trás do produto final que se utilizou da IA, ou seja, se feito com a finalidade certa, e a IA, sozinha, não vai ter intencionalidade, então reduz sua relevância. No texto do post, por exemplo, tivemos um texto escrito com muitas frases genéricas e que não passam informações realmente relevantes para quem costuma jogar jogos de tabuleiros, ou seja, tivemos um exemplar de uso ruim da ferramenta.
- Pode ser considerado autêntico?
R.: Não e em nenhuma instância. Seja a autenticidade material (a propriedade sobre alguma produção), a autenticidade subjetiva (o encontro genuíno entre as mentes dos envolvidos, criadores e consumidores, numa troca de experiências e informações) e até a autenticidade de valor no campo (que seria o quanto essa produção agrega dentro do domínio que se inclui - jogos de tabuleiro, no caso do exemplo dessa postagem) - coincidentemente, o texto que escrevi que irá pro ar amanhã se relaciona um pouco com isso.
- Poderia ser levado em consideração para se ter uma visão imparcial do jogo?
R.: O
tpcordeiro acima já matou a pau. É isso. Veja, mesmo um ranking não consegue ser imparcial, pois os envolvidos na amostra não são imparciais, logo, como uma ferramenta que reuniria essas informações faria algo diferente? Ela acabaria por gerar uma tendência de acordo com a amostra, não algo imparcial mesmo. Ninguém, mesmo humano, consegue ser realmente 100% imparcial com todos os assuntos.
- Teria um 'peso' razoável como apoio para aquisição?
R.: Essa resposta é muito pessoal. Tem gente que acha que só o tema e a arte da caixa ou a descrição feita nas coxas pela editora e maleporcamente colada no site da loja já lhe bastam. O lance também é: a finalidade do texto é fomentar a aquisição (tal qual os textinhos que acompanham o produto no site da loja)?. Se sim, e a IA auxiliar a formar um texto chamativo, com bons recursos discursivos, terá obviamente peso, mas será o mesmo peso que teria se fosse um humano escrevendo. As questões são ai: Qual motivo de utilizar a IA? Preguiça? Redução de tempo? A real ausência de experimentação do jogo? Se o texto for feito apenas por IA, isso não reduz a legitimidade do conteúdo (como respondido nas questões anteriores)? Se sim para as perguntas, isso importa para você?
- E pensando no impacto social … de fato nasce uma proposta de “guerra” entre IAs e SHs (Seres Humanos), em temas como geração de conteúdo, criação e desenvolvimento de jogos?
R.: Sinceramente, acho que não tem guerra nenhuma. Acontece o estranhamento pelo mal uso, o que é diferente. Quando os primeiros fotógrafos começaram a utilizar o Photoshop para tratar fotos de casamento, quem não tinha acesso e conhecimento a essa tecnologia ficou pistola, fato. Mas ficaram pistolas e ai? Foram procurar se atualizar ou só fizeram birra?Eu trago esse exemplo que nem é tão atual, pois passei exatamente por esse caso - e o Photoshop era o paralelo que tínhamos hoje com IA naquela época. A diferença é que a IA é capaz de cuspir um produto sem a necessidade de um input (no caso do exemplo: ter tirado a foto). E isso pode, e até entendo o lado, deixar algumas pessoas irritadas. É uma questão de preguiça intelectual até e entendo o quanto isso pode ser frustrante para aqueles que se esforçam para ter algo meramente parecido na base do suor. Mas, de novo, não é guerra contra a IA, mas contra quem acha que a IA sozinha é o produto final, ao invés de uma ferramenta dentro do processo. Quem se baseia apenas em IA é como uma pessoa que usa parafusadeira elétrica, pois não consegue sozinha - se necessário for - apertar um parafuso.
- Teria seu lugar a mesa uma IA como jogador?
R.: Certamente. Ué. Nos videogames sempre foi, só não era uma mesa. Existem inclusive jogos que utilizam aplicativos para funcionar, como Mansion of Madness, XCOM, entre tantos outros, fora a infinidade de jogos digitais (mesmo tabuleiro, como Xadrez). Eu mesmo não vejo problema nenhum, só não podemos esquecer que essa IA nunca e jamais irá substituir as pessoas, nem para bem, nem para mal. Uma IA jamais cometeria um erro 'sem querer' em uma partida, algo que os humanos estão sujeitos a todo o tempo e faz parte da graça do jogar.
Acho que é isso.
Admito que eu mesmo fiz piadas com a postagem e achei graça. Quando ela veio sozinha, ela fez justamente isso que critiquei nas respostas: foi cuspida como veio ao mundo e aparentemente sem nenhum preparo por parte do humano responsável que utilizou a ferramenta. Contudo, uma vez que se abriu genuinamente à discussão, peço desculpas e ficam ai meus 25 reais de opinião (diferente do
Rimor que só nos lança centavinhos hahahah S2).