Odanan::
Tem uns impostos em cima disso ainda (não lembro quanto foi quando fiz meu FC).
Mas realmente empresas bem estabelecidas (que nem deveriam fazer FC, pra começo de conversa), estão usando essa plataforma para executarem uma pré-venda livre de obrigações. Isso claramente é a exploração de um loophole na lei brasileira e não duvido que um dia um juiz decida contra e acabe de vez com a farra.
J. MARQUES::
Exato.
A editora poderia muito bem criar no proprio site dela, um sistema de pre venda com a condição de que só haverá a concretização da venda se atingido X valor/pedidos.
A GMT usa um sistema parecido com isso para fazer reprint de seus jogos apenas após chegarem a pelo menos 500 pedidos.
Não é nenhum bicho de set cabeças sob nenhum aspecto (tecnico/cobrança).
Caros
Odanan e
J. MARQUES
Existem dois complicadores para a Conclave criar o seu próprio sistema de financiamento coletivo.
O primeiro é que ela teria que começar do zero em termos de construção de reputação e estabelecimento de marca. Assim, ao abandonar o Catarse, ela deixa de contar com uma marca mais do que estabelecida. O Catarse é uma plataforma que atende uma verdadeira infinidade de projetos de financiamentos coletivos, das mais variadas naturezas, e board games é apenas um tipo de produto da plataforma. Com isso, fora do Catarse a Conclave perderia a imensa exposição gerada pela plataforma.
O segundo, é que nenhuma empresa gasta nem um centavo a mais do que aquilo que for absolutamente fundamental. Nesse sentido, do ponto de vista de uma empresa, não há nenhuma necessidade da Conclave gastar o dinheiro e ter todo o trabalho para criar uma plataforma de financiamento coletivo, quando já existe outra empresa que presta esse mesmo serviço e muito bem, além de ser uma marca muito bem estabelecida no mercado.
É por conta desse modus operandi de gastar apenas o estritamente necessário que as grandes editoras nacionais de jogos não investem em revisão, em tradução e localização de qualidade, e em resolver o problema dos jogos lacrados e mofados. A verdade é que se criou dentro do mercado de jogos modernos a cultura de que é melhor ficar com o jogo mofado ou com erros grosseiros de produção, e resolver por si mesmo esses problemas, do que abdicar do jogo e deixar flopar para ver se com isso as editoras começam a melhorar o controle de qualidade de seus produtos.
Quando um jogo flopa as editoras repassam esse prejuízo para o preço do próximo lançamento, porque no prejuízo é que a editora não fica nunca. Mas se três ou mais jogos da editora floparem em sequência, das duas uma ou ela modifica as suas prática ou quebra, simples assim. Mas como a possibilidade das pessoas deixarem passar dois ou três jogos com grande apelo, mesmo que estejam em condições tão deploráveis como acontece regularmente, as editoras não precisam se preocupar com isso, e nem gastar um centavo que seja em controle de qualidade.
Por isso já passou da hora das pessoas entenderem que só saem jogos em condições tão ruins, simplesmente porque a comunidade não apenas compactua, mas referenda esse tipo de absurdo, e que enquanto nós enquanto comunidade continuarmos apoiando isso, problemas como esse do Old World vão se repeti. Não adianta nada a pessoa esbravejar e reclamar aqui no Ludopedia se apesar de toda a revolta, ela comprar o jogo, porque isso é tudo o que interessa para a editora, ou seja, se a pessoa comprou ou não comprou, todo o resto é irrelevante para a editora.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio