DaniloVenancio::
"Fica parecendo que o Old World está no mesmo nível de um El Grande, de um Tigris & Euphraste, de um Puerto Rico, de um Carcassonne, de um 7 Wonders, de um Agrícola, de um TI4 ou de um Brass. Mas, pelo que se pode ver pelos comentários no BGG e a sua colocação (#382), o jogo é bom, mas nem de longe é essa coca-cola toda, especialmente com a quantidade de dor de cabeça e frustação gerada por esse projeto tão problemático".
O Board Game do The Witcher pode não ser do mesmo nível desses que tu citou, mas o jogo eletrônico de videogame é um monstro! Muita gente deve tá empolgada com o boardgame justamente por ser fã da franquia e do jogo eletrônico do The Witcher.
Caro
DaniloVenancio
Você tem toda a razão, e digo mais, a marca The Witcher não tem apenas uma franquia de jogos eletrônicos de enorme sucesso. Não se pode esquecer que ela também tem um série que faz muito sucesso, e antes disso uma coleção de livros que também vendeu horrores. Por isso, é natural que essa marca tenha uma base de fãs enorme, que ficaria empolgada com um board game desse universo, da mesma forma.
Porém, apenas a marca pode já garantir uma boa vendagem, mas não garante por si só a qualidade de um produto. Aliás, eu vou mais longe para dizer que de certo modo isso até atrapalha. Quando uma empresa lança um produto com uma marca de muito sucesso, ela já sabe que no mínimo o produto vai vender bem, porque os fãs compram absolutamente tudo só porque tem aquela marca. Basta ver o frenesi que é qualquer produto Marvel, DC, Lego, Disney, Star Wars e Harry Potter. Só que para colocar alguma dessas marcas na caixa do produto, paga-se uma fábula de licenciamento, e as empresas fazem isso, porque sabem que vão vender. Aliado ao fato de que se sabe de antemão que o produto vai vender, há o fato de já se ter gasto boa parte do orçamento do projeto com o licenciamento. Esse dois fatores conjugados podem fazer com que se relaxe um pouco na produção, na criação e no desenvolvimento do produto.
Só para ficar em um exemplo, podemos citar alguns jogos da franquia Star Wars, que possuí o sofrível Star Wars Império vs Rebelião, um jogo que está mais para castigo por crimes contra a humanidade, do que para card game, e o igualmente horroroso Carcassonne Star Wars, que conseguiu duas façanhas. A primeira ser considerado um dos piores produtos dentro do universo Carcassonne, que tem um mar de produtos lançados, e a segunda conseguir lançar um jogo ruim, mesmo tendo como base um dos melhores e mais prestigiados board games de todos os tempos.
Obviamente esse não é o caso do Old World, que é um jogo bom. Porém, como eu já disse em outros comentários, pesa contra o Old World o fato dele se passar em um período anterior ao dos livros, da série e do jogo eletrônico. Isso faz com que ele perca muito do seu apelo, porque Geralt e companhia não estão presentes no jogo, e que fique parecendo mais um board game genérico, do que um versão real dessa franquia em forma de jogo de tabuleiro. Isso ficou ainda mais exacerbado com o lançamento do Path of Destiny, que justamente trás os personagens da franquia e é ambientado no mesmo período dos acontecimentos. E o mais irônico é que, apesar de tudo isso, o Old World, me parece ser um jogo superior ao Path of Destiny, ou pelo menos foi essa a minha impressão daquilo que já foi divulgado em relação ao jogo mais recente.
Além disso, mesmo que muitas pessoas não deem muito valor aos rankings, especialmente quando seus jogos preferidos não tenham uma performance tão boa, é sempre bom lembrar que no BGG a posição do Old World, 382º lugar, é no máximo mediana, e que os comentários são bem divididos, considerando o jogo entre bom e médio.
Independente disso, é realmente uma pena que esse jogo tenha dado tanto problema e gerado tanta dor de cabeça, porque certamente ele tinha potencial para fazer bastante sucesso aqui no Brasil. Só que depois de tantos atrasos, tantos erros de produção, e tantos equívocos, ele sempre será lembrado como um board game extremamente problemático.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio