Henriquelp::Excelente texto!
Eu só tenho um jogo com problema de mofo, que foi um Pathfinder que comprei usado. Fora isso, nenhum problema do tipo até agora. Mas acho um absurdo esse tipo de problema não apenas existir, mas ser recorrente e, o pior de tudo, praticamente naturalizado dentro da comunidade.
Não sei se a referida editora mudou o local de armazenamento, ou reduziu a qualidade do papel/papelão, ou então cortou processos de qualidade que eram responsáveis por melhorar a vida útil do produto...mas no fim, nada disso faz diferença real, pq as pessoas (eu incluso) continuam comprando.
Fazendo um paralelo com jogos digitais, para quem acompanha essa mídia, é fácil listar dezenas de lançamentos ruins que prometiam "o melhor jogo de todos os tempos", vendiam horrores na pré-venda, e chegavam absolutamente quebrados para os jogadores.
Pra mim, nos dois casos, se trata de mudar a postura do consumidor. Lidar com a ansiedade e com o hype e ter paciência, para esperar os reviews honestos, as correções (quando existem) e eventuais quedas de preço. No fim é o que tem funcionado pra mim. Claro, já quebrei a cara, por ficar esperando um jogo que acabou esgotado. Mas também já economizei muito, com lançamentos que perderam metade do preço em poucos meses.
Me parece o caso clássico que, se a comunidade quiser mudanças, vai ter que votar com a carteira.
Um abraço!
Caro
Henriquelp
Em primeiro lugar obrigado, e fico feliz que você tenha gostado do artigo.
Em segundo lugar, eu concordo plenamente, porque independente do motivo, a realidade é que as pessoas estão sendo cada vez mais brindadas com jogos lacrados e mofados, por aprte da editora líder de mercado. Mas n!ao se pode esquecer que isso só acontece porque boa parte da comunidade boardgamer normaliza e referenda essa prática absurda, comprando, aceitando e se virando, elas mesmas, para resolve o problema do mofo em alguns jogos.
Quanto ao caso dos jogo digitais, a grande diferença que jogos digitais são muito mais difíceis de criar, mas muito mais fáceis de produzir, distribuir, vender e consertar. Você entra na loja, paga pelo jogo e recebe via Internet direto na sua casa e na mesma hora sem depender de Correios, de avaliação da Receita Federal, e coisa e tal. E se tiver algum erro ou problema, basta a empresa lançar uma atualização que o problema está resolvido. Já os jogos de tabuleiro são mais fáceis de criar, mas muito mais difíceis de produzir, distribuir vender e de consertar. Se um jogo vem com as cartas com erro de impressão é preciso rodar uma nova leva de cartas, e depois enviar para a casa dos compradores via Correios, que em alguns casos é uma experiência verdadeiramente traumatizante.
E isso tudo sem falar que atualmente, os jogos de tabuleiro são muito mais caros do que jogos digitais. Se formos comparar, jogos novos de PS% como The Last of Us Part II Remastered, Stellar Blade, Final Fantasy VII Rebirth, Tekken 8, Rise of The Ronin, custam em média R$ 250,00 na "lojinha do Bezos". Em termos de board games, R$ 250,00 é considerado bem barato pelos padrões atuais. Na verdade, alguns jogos de tabuleiros já atingiram o preço até mesmo de consoles de videogame. Basta ver o apoio top para financiamentos como Founders of Rome e The Witcher Path of Destiny, esse último com meta de financiamento atingido em quarenta minutos.
No mais eu concordo totalmente quando você diz que o que resolve mesmo é votar com a carteira. Infelizmente, nesse tipo de eleição, jogos mofados e com erros grosseiros continuam ganhado de lavada.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio