GabrielAlmeida::
Eu concordo com você. É verdade que antigamente BGs eram mais baratos pq tudo era mais barato, sim. Mas isso não muda o fato de que a Galápagos, editora que praticamente monopoliza o mercado, pratica os preços que quiser já há muito tempo. E não tem popularização do hobby que possa frear isso no horizonte próximo. A GROW, que é a GROW, desistiu do mercado.
eduardodtb::
Como assim, cara?
Quantas lojas que vendem board games e fazem jogatinas tem na sua cidade? Agora conta quantos campos de futebol society e lojas esportivas.
E escala abaixa preço sim. Por essa razão Uno custa R$ 10 e Trio custa R$ 50. Você citar um "antigamente era muito mais barato" é igual em qualquer mercado. Um carro popular há 10 anos não custava nem metade do que custa um hoje, isso é escrotice de mercado e do capitalismo como um todo em qualquer segmento. Mas novamente, maior escala favorece (e muito).
Caros
GabrielAlmeida e
eduardodtb
Antes de mais nada eu gostaria de dizer que os influencers cumprem um papel importante de divulgação dentro do hobby, e que sem eles realmente o hobby seria ainda mais restrito do que já é. Por isso, o problema não são os influencers, mas sim os influenciados, que terceirizam o seu poder de escolha e decisão para os produtores de conteúdo. Isso decorre das pessoas confundirem crítica isenta (que é o que os canais de board games não fazem) com propaganda e divulgação (que é o que os canais de board game efetivamente fazem). Eu já comprei, e já deixei de comprar diversos jogos, após assistir a um vídeo de gameplay, e não tenho dúvida de que todo mundo aqui já fez isso, em um momento ou outro. Por isso eu acho o papel dos produtores de conteúdo muito importante, mas o que não dá para fazer é encarar o que um influencer diz como se fosse uma revelação divina e acreditar nisso cegamente, como boa parte da comunidade boardgamer faz.
No mais eu concordo com o Eduardo, porque como eu sempre digo, é muito diferente trabalhar no atacado e trabalhar no varejo. Está aí a China que não me deixa mentir, inclusive é esse o motivo para os board games serem rodados lá, na sua maioria. A comparação do UNO com o Trio foi excelente, porque é exatamente assim que o mercado funciona. Quando se produz, e se vende, em escala industrial é possível baixar a margem de lucros, e mesmo assim ganhar muito dinheiro, baseado no maior volume de vendas. O problema é que board game é um produto que opera em uma escala quase artesanal, por isso ele é tão caro em relação aos jogos clássicos, que operam em escala industrial.
Esse foi um dos prováveis motivos que levou a Grow a sair do hobby e a Estrela a nem entrar direito. Por que essas duas gigantes se interessariam por board games modernos, quando as vendas anuais de WAR e Detetive superam, e muito, as vendas de todos os board games modernos reunidos? Isso para não falar que Grow e Estrela não tem de lidar com parte de um público, muitas vezes chato, que quer comprar um jogo com miniaturas banhadas a ouro, por R$ 100,00 e reclama quando uma carta está desalinhada um décimo de milímetro, ou que a cor do verso da carta ficou diferente, em relação ao jogo original, quando se observa a carta com um ângulo de 17º iluminado por uma lâmpada incandescente de 40 watts. Existem reclamações que são muito válidas, principalmente pelos erros grotescos e frequentes que acontecem nos jogos lançados nacionalmente, mas muitas vezes a rapaziada exagera, e muito.
Somado a isso tudo, ainda há o problema de termos um público absurdamente subserviente que aceita os jogos cagados de cima a baixo porque eles saíram em português, e porque o HYPE e o FOMO, impedem a pessoa de deixar de comprar o novo lançamento "ultrabom" e "obrigatório em qualquer coleção", e que pagam o preço que for pelos jogos, bem como o fato de uma única empresa praticamente monopolizar o mercado nacional de jogos, e com isso estar com a faca e o queijo na mão para lançar jogos mofados o quanto quiser, e poder cobrar o quanto quiser por seus jogos.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio