undefined:Caros RaphaelGuri e GabrielVedana
Na minha opinião, a principal ideia por trás dos jogos de tabuleiro é reunir um grupo de amigos ou familiares para aproveitar a companhia uns dos outros e dar boas risadas, ou no mínimo uma outra pessoa para jogar uma partida. Desde o ancestral Senet que a coisa funcional assim. Certamente que algumas pessoas preferem jogar sozinhas, só que eu acho isso, acima de tudo muito triste. Uma pessoa que seja tão solitária a ponto de não ter uma única outra pessoa em sua vida com quem jogar um board game, na minha opinião tem problemas mais sérios e mais graves a resolver do que, se todos os jogos deveriam ter modo solo ou não.
Obviamente, pode ser que as pessoas do seu grupo social não curtam o mesmo tipo de jogo que ela curte. Nem todos têm amigos que topariam passar 4 horas jogando um TI4, um 18xx, ou até mesmo um Arkham Horror. Mas na minha experiência, eu acho difícil as pessoas não curtirem uma partida de um jogo mais leve, como Dixit, Azul, Ticket to Ride, e aí cabe ao nosso jogador solitário ir aos poucos apresentando jogos mais complexos. Hoje você joga Magic Maze, amanhã você joga Pandemic, depois joga Zombicide e um dia vai estar jogando Robinson Crusoé.
Agora se a pessoa realmente tiver uma verdadeira "alma solitária", uma opção seriam as versões digitais dos board games na Steam, em que se pode jogar contra o computador. O problema é que normalmente isso se aplica muito mais a jogos competitivos do que cooperativos. Porém, Pandemic e o Elder Sign são exceções ä essa regra. Inclusive a versão digital do segundo acabou ficando diametralmente o oposto do board game, porque é dificílima de vencer.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
Mestre Iuri, nessa vou precisar discordar (e fortemente...pra tudo tem a primeira vez haha).
Jogos são entretenimentos, então dizer coisas como "pessoa triste" ou "ser solitário" são coisas muito pesadas e partem de um pressuposto negativo (e até ofensivo para alguns). Se for assim, quem lê livros é igualmente triste, ou quem joga videogame offline, ou quem vê filme sozinho e assim por diante. Além disso, "solitário" e "sozinho" são coisas diferentes, já que os jogadores "solo/sozinhos" se encontram em fóruns, grupos e etc. para trocar experiência e jogar papo fora, não estando realmente sozinhos, salvo naqueles momentos que passam na mesa. Temos ainda a qualidade desse tempo, já que não adianta ter gente junto, se a pessoa se estressa, fica nervosa e afins, logo é preferível jogar sozinho e ter uma qualidade maior daquele tempo investido do que compartilhar uma mesa com um casal de amigos que brigam entre si em jogos de traidor (quem nunca viu isso acontecer, atire o primeiro meeple!).
O segundo ponto é o sobre o "Senet" e o argumento do "desde os tempos remotos era assim". Se deixarmos esse pensamento persistir, veja quantas coisas hoje seriam diferentes (e piores). Olhando por este prisma, ver o nascimento da existência dos jogos com modo solo é uma evidência de que o hobby mudou, cresceu, progrediu, evoluiu. Não termos mais apenas Senet como opção é maravilhoso!
Temos, ainda, a questão de acesso e tempo. Pode ser que quem jogue solo o faça por não ter como se juntar tanto como gostaria com a galera. Logo, não é questão de não querer, poder ou gostar de estar com mais gente, mas agenda. Logo, jogar sozinho é parte do hobby, tal qual quem SÓ joga jogo festivo e tá tudo certo, essa pessoa faz parte do hobby tanto quanto o cracudo-euro-bitolado.
Por fim, opções digitais são legais, mas elas são, justamente, digitais. Não são jogos de tabuleiro, são emulações, logo a percepção sensorial é totalmente diferente. Falando por mim, se for para ligar o pc/videogame, vou jogar outra coisa que a mídia me possibilite, como um jogo de ação ou um com estratégia com contas profundas que o meio físico impossibilitariam. Além disso, existe a própria implicação do "sair do digital" que pode ser a busca de muitos (minha inclusive).
Abraços!