fantafanta::
Agora, sobre as tais evidências, é interessante analisar essas amostragens de notas que o BGG reúne. Mas eu também não confio muito nelas e vou explicar o porque! hahahaha(...)

Quando comecei a escrever eu ia usar a palavra "indícios", mas daí eu vi os 2.4k no sólido 8 e mudei pra "evidências". Mas acho que deveria ter deixado indícios mesmo.
Nos jogos que têm um bom número de votos, conseguimos ver pelo menos, algum problema se cai muito. 
Só para curiosidade, esse aqui de baixo é do Terraforming Mars, tô ali dentro do fusquinha de quem deu nota 5-6 (jogaria só se estivesse em um bom dia) :

As notas são uma abstração, conseguimos só ver uma tendência geral. Mas o que vale mesmo é o jogo na sua mesa. Não tem nada errado amar de um jogo odiado e odiar um jogo amado. Um abraço!

fantafanta::
Acontece... faz parte! hahaha
Por exemplo, muita pessoas comentam que o King of Tokyo é um jogo excelente para novatos, que é muito divertido.
É impressionante, mas o coloquei em 3 mesas diferentes, com 12 pessoas no total, todos jogadores casuais, e ninguém gostou da experiência...
Fiquei pensando a respeito do porque... mas vai saber! Podem ter sido diversos fatores diferentes que causaram isso. 
Fato é que ele se tornou por aqui uma unanimidade negativa, que vai contra os clichês divulgado no hobby.

Caro fantafanta

Rapaz você veja como são as coisas, o seu pessoal não curtiu o King of Tokyo, mas reza a lenda que o Tom Vasel adora esse jogo. Aqui no meu eleitorado, principalmente na minha família o King of Tokyo é idolatrado e eu tenho um sobrinho tão apaixonado por esse jogo, que ele está se esforçando para aprender a ler sozinho e antes do tempo só para poder ler as cartas. 

Eu particularmente também adoro o King of Tokyo, mas sou suspeito para falar, porque cresci sabendo quem são os Incas Venusianos, que a cápsula Beta é do Hayata e as cápsulas-monstro são do Dan Moroboshi, e que Karas é o capanga do Dr. Gori. Então não tinha como não gostar do King of Tokyo, porque ele fala diretamente com aquele guri que corria da escola, para ficar de frente para a Telefunken (que sintonizava apenas cinco canais), vendo os japoneses salvarem o mundo. 

Um forte abraço e boas jogatinas!

Iuri Buscácio

Esse espírito de "espremer até a ultima gota", há muito utilizado na indústria de filmes/livros não é novidade no hobby dos tabuleiros.

Faz muito sentido do ponto de vista financeiro para as empresas: se algo deu bom lucro, vamos continuar investindo até não dar mais retorno.

Mas se tornou um dos critérios mais utilizados por mim para decidir quem sai da coleção para dar lugar a novos títulos. E foi assim que me desfiz do Carcassonne, Catan, Azul, Ticket to Ride, Terraforming Mars, Dixit e Root, entre outros, com suas intermináveis expansões e derivados (Teotihuacan que se cuide, tá no limite de pegar o cartão vermelho por "excesso" de expansões), e pelo mesmo motivo estou para riscar de vez da minha lista de desejos o Everdell e suas várias expansões.

Cabe ao próprio público, nós, regular esse comportamento da indústria, a incentivando ou a desmotivando a continuar com essa prática.

Guy de Lombard ::Me parece que isso se deve à propriedade intelectual. Se você já tem uma marca de sucesso, é muito mais seguro investir em algo com o mesmo nome do que criar um jogo do zero. É digamos uma marvelização dos jogos de tabuleiro

kkkkkk ótimo termo usado para explicar. Falando em Marvel, eles vieram muito forte para o lado dos Board Games também, o que tem de conteúdo para o Zombicide e para o Marvel X-Men não tá escrito. 

iuribuscacio::
Caro Thiago Guido

Rapaz, imaginar que esses gênios não conseguem criar jogos novos é até um sacrilégio, e tenho certeza de que isso não passa pela sua cabeça, nem de mais ninguém. Nenhuma pessoa que conheça um mínimo de jogos e especialmente de design de jogos vai cogitar que o Kalus Teuber, depois de ganhar três Spiel des Jahres, de repente desaprendeu a fazer jogos bons, depois do Catan, ou que isso aconteceu com o Alan R. Moon depois do Ticket to Ride. 

Isso talvez até dê para dizer em relação a autores de jogos consagrados, mas que não eram designers de jogos profissionais e de repente deram sorte. Hoje o Jean-Louis Roubira aparece como designer de jogos francês, mas antes ele era era psiquiatra infantil e usava as ilustrações, que viriam a se tornar o Dixit, no consultório. Logo no primeiro jogo ele conseguiu algo que muitos designers profissionais não conseguem, ou demoram anos, e obviamente largou a medicina para viver do enorme sucesso do Dixit. Mas antes desse colosso de board game, o Roubira nunca tinha lançado nada, e desde então só lançou dois jogos fora do universo Dixit. Por isso não dá para dizer que o caso dele seja algum bloqueio ou acomodação. Ele é um cara que não mexia com jogos, mas que teve um insight fenomenal e criou um verdadeiro clássico. O mesmo se aplica aos criadores do Dobble, o Jacques Cottereau que era matemático e ao Denis Blanchot que era jornalista. Todos os dois só lançaram o Dobble, e por isso, do mesmo modo que o Roubira, na verdade eles não são designers, apenas acertaram na mosca logo de primeira.

No mais, algumas linhas de jogo realmente inovam mais que outras, às vezes para o bem, às vezes para o mal. Eu adoro o Zombicide, mas não vejo sentido gastar uma fortuna no Marvel Zombies, para jogar com a miniatura do Hulk, ou no pack do Eddie só para incluir o mascote do Iron Maiden em uma partida. Prefiro ficar com o meu Black Plague "véio de guerra", que já me satisfaz bastante. No caso do sistema Pandemic eu já tenho outra opinião, porque acho que o Reino de Cthulhu deu uma variada que me agradou, e só não comprei o Clone Wars, porque já tenho os outros dois. Do mesmo modo, a linha GWT também me parece que acrescentou coisas legais no Argentina e no Nova Zelândia, mas aí já entra o gosto pessoal e isso é assunto para outra pauta.

Um forte abraço e boas jogatinas!

Iuri Buscácio   

Esse exemplo do Dixit é ótimo! Falando sobre o Jean-Louis, ele deu um pequeno twist e trouxe o Stella que é ótimo, mas dificilmente performou tão bem em vendas como o Dixit Disney (é o mesmo jogo que ele lançou em 2008 só que com uma roupagem nova).   

A linha GWT nova está muito legal, depois dê uma conferida, vale a pena. 

E o zombicide black plague é um jogo que traz minis bonitas, certo nível de dificuldade e, apesar de ser antigo, ainda se mantém bom dentro do universo zombicide. 

Doidera::Esse espírito de "espremer até a ultima gota", há muito utilizado na indústria de filmes/livros não é novidade no hobby dos tabuleiros.

Faz muito sentido do ponto de vista financeiro para as empresas: se algo deu bom lucro, vamos continuar investindo até não dar mais retorno.

Mas se tornou um dos critérios mais utilizados por mim para decidir quem sai da coleção para dar lugar a novos títulos. E foi assim que me desfiz do Carcassonne, Catan, Azul, Ticket to Ride, Terraforming Mars, Dixit e Root, entre outros, com suas intermináveis expansões e derivados (Teotihuacan que se cuide, tá no limite de pegar o cartão vermelho por "excesso" de expansões), e pelo mesmo motivo estou para riscar de vez da minha lista de desejos o Everdell e suas várias expansões.

Cabe ao próprio público, nós, regular esse comportamento da indústria, a incentivando ou a desmotivando a continuar com essa prática.

Acho muita massa quando sabem a hora de parar ao invés de continuar tentando algo que não deveria existir, seja em filmes ou séries. 

Não me recordo se disse isso nesse post ou em algum outro, mas expansões só fazem sentido se eu tiver explorado muito o jogo base e quiser algo novo. 

Dos clássicos que você citou tenho quase todos e só tenho expansões pra 2 deles (Carcassonne e Dixit). Apesar de gostar deles com expansões, para mim, todos funcionam bem sem nada a mais. Acredito que nesses casos, o jogo base é mais do que o suficiente para 99% das pessoas.

Concordo, mas não vejo sentido em apontar ou discutir sobre isso.

É tão difícil criar um jogo realmente bom e fazer com que ele fique popular que é natural pensar pelo lado do designer. Ao finalmente ser reconhecido, é hora de se colher os louros e uma das formas de se fazer isso é expandindo e criando variações da sua obra.

Os fãs podem consumir mais, e o jogo tem a chance de ser reimpresso, revisto, melhorado ou apenas ficar mais bonito.

O Azul citado, por exemplo, tem a versão Mini que é ótima para quem quer levar para outros lugares ou enquanto viaja. A versão Chocolatier tem uma pequena variante interessante e o tema/arte me agrada muito mais, e por aí vai.

Compra quem quer. É só isso.

Por outro lado, reconheço que em outras mídias esse problema têm se tornado um incômodo para mim, a citar o que aconteceu com a quase-monopolizaçao do cinema com os filmes da Marvel. Nos jogos digitais, a EA e seu produto FIFA - versão inclua aqui o ano atual - é o exemplo mais escancarado de como essa prática funciona.

Eu odeio o que a EA faz e por isso não consumo. Tem quem consuma e por isso ela faz. Fazer o quê, business, é assim que rola.

Mas voltando aos boardgames isso não me incomoda, ao menos por hora. As versões deluxes costumam ser lindas e compra quem é muito fã, quem não é pode continua adquirindo a retail padrão, além disso reimpressoes e versões novas é uma boa oportunidade para adquirir um título num preço bacana que antes estava proibitivo por escassez.

Meu maior ponto de preocupação é saturarmos as editoras de produtos já bem renomados e não haver espaço para novos designers e experimentações. Fora isso, segue o baile.

SidRox::Concordo, mas não vejo sentido em apontar ou discutir sobre isso.

É tão difícil criar um jogo realmente bom e fazer com que ele fique popular que é natural pensar pelo lado do designer. Ao finalmente ser reconhecido, é hora de se colher os louros e uma das formas de se fazer isso é expandindo e criando variações da sua obra.

Os fãs podem consumir mais, e o jogo tem a chance de ser reimpresso, revisto, melhorado ou apenas ficar mais bonito.

O Azul citado, por exemplo, tem a versão Mini que é ótima para quem quer levar para outros lugares ou enquanto viaja. A versão Chocolatier tem uma pequena variante interessante e o tema/arte me agrada muito mais, e por aí vai.

Compra quem quer. É só isso.

Por outro lado, reconheço que em outras mídias esse problema têm se tornado um incômodo para mim, a citar o que aconteceu com a quase-monopolizaçao do cinema com os filmes da Marvel. Nos jogos digitais, a EA e seu produto FIFA - versão inclua aqui o ano atual - é o exemplo mais escancarado de como essa prática funciona.

Eu odeio o que a EA faz e por isso não consumo. Tem quem consuma e por isso ela faz. Fazer o quê, business, é assim que rola.

Mas voltando aos boardgames isso não me incomoda, ao menos por hora. As versões deluxes costumam ser lindas e compra quem é muito fã, quem não é pode continua adquirindo a retail padrão, além disso reimpressoes e versões novas é uma boa oportunidade para adquirir um título num preço bacana que antes estava proibitivo por escassez.

Meu maior ponto de preocupação é saturarmos as editoras de produtos já bem renomados e não haver espaço para novos designers e experimentações. Fora isso, segue o baile.

Olá, Sid. 
Sempre acho que podemos aprender ou tirar uma lição quando discutimos algo. Para mim, essa troca é enriquecedora, mas respeito sua opinião. 
Sinto a sua dor quando tu fala do FIFA porque sou apaixonado por f1 e acabo comprando anualmente o jogo 
Eu citei o azul, mas tenho todos porque gosto e tá tudo bem hahaha. Você falou uma coisa que é verdade: "compra quem quer". Muitas vezes aquele jogo só não é pra gente! Azul mini não é pra mim, no entanto, achei excelente ter um azul no Brazil que fosse um pouco mais acessível (a versão base de R$270 é cara demais).  

Thiago, eu também adoro discutir e analisar tudo, não tive intenção de minimizar a relevância do seu post nem nada do tipo, sorry.

É só que eu refleti um pouco sobre o assunto e cheguei a conclusão que esse fenômeno é natural e inevitável, então whatever. Da mesma forma que vi um post recente sobre um cara reclamando dos preços dos leilões por aqui e pensei "é, faz sentido, mas se tem alguém que compra vai ter alguém pra vender".

Então seguindo ambos os raciocínios estamos presos na "oferta e demanda" do mercado e não há muito o que se deva preocupar com isso na minha opinião, mas a discussão é válida sim! Tanto é que eu mesmo me estendi no tema e citei que acaba por me incomodar essa reutilização das IPs criativas em outras mídias,

Abraco.

ps: vc que financia a EA então.. isso sim é passível de discussão, e das brabas haha

SidRox::Thiago, eu também adoro discutir e analisar tudo, não tive intenção de minimizar a relevância do seu post nem nada do tipo, sorry.

É só que eu refleti um pouco sobre o assunto e cheguei a conclusão que esse fenômeno é natural e inevitável, então whatever. Da mesma forma que vi um post recente sobre um cara reclamando dos preços dos leilões por aqui e pensei "é, faz sentido, mas se tem alguém que compra vai ter alguém pra vender".

Então seguindo ambos os raciocínios estamos presos na "oferta e demanda" do mercado e não há muito o que se deva preocupar com isso na minha opinião, mas a discussão é válida sim! Tanto é que eu mesmo me estendi no tema e citei que acaba por me incomodar essa reutilização das IPs criativas em outras mídias,

Abraco.

ps: vc que financia a EA então.. isso sim é passível de discussão, e das brabas haha

Não levei por esse lado não, fique tranquilo. Quando nós escrevemos algo em um fórum temos que estar preparados para receber elogios/críticas na mesma proporção. Acho que o complica é que quando escrevemos não dá para saber se a pessoa estava brava escrevendo aquilo ou super de boa. 
Para mim, no geral (isso inclui video games e filmes), é inevitável até parar de dar lucro. No momento que não estiver dando tanto lucro, pode ter certeza que vão parar e pensar em inovar o que já existe ou criar algo completamente novo. 

Financiar a EA é duro, pior do que isso é ver o mesmo formula 1 por um terço do preço 6 meses depois...